Capítulo 36

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S/n Evans Point of View.

Estacionei em frente a lanchonete que parecia já estar pra fechar. São exatamente uma hora da manhã. Meu sangue estava fervendo, e eu a cada instante tentava segurar esse ódio que subia pelo meu corpo. Normani entra no carro rapidamente. Estava muito assustada e não olhava em meus olhos. Minhas mãos apertavam o volante duramente, ao ponto de sentir meus dedos dormentes.

— Onde é que ele está? - Questiono me segurando para não ir atrás desse crápula.

Silêncio.

— Você está bem? - Lhe encaro, observando atentamente seus traços. Logo lágrimas rolam pelo seu lindo rosto. Me dou por vencida e solto a respiração que antes prendia. Ela não parecia mesmo estar bem.

— Só vamos pra casa. Por favor. - Lá fora estava escuro. A placa que antes estava acesa com o nome da lanchonete foi desligada, sobrando apenas o meu carro no estacionamento.

— Normani eu não posso sair daqui sem antes ir atrás desse car-

— Por favor, por favor, só esqueça e me tira daqui. - Seus soluços enchem o carro, sobressaindo apenas o som desesperado de seu choro. Meu coração está partido, e mesmo que eu ainda esteja louca para dar o que aquele homem merece, a minha maior prioridade agora é fazer com que minha irmã se sinta bem de novo.

Liguei o carro e rapidamente saí dali.

No caminho telefonei para Camila, lhe informando que já estava com ela e indo para casa. Trocamos mais algumas palavra antes da ligação chegar ao fim.

Olhei pelo canto dos olhos, vendo Normani de braços cruzados, ela parecia estar tremendo.

Retornei a rua, voltando pelo caminho que vim e pegando outra estrada. Ela não disse nada, o percurso todo foi em silêncio.

Estacionei na entrada do parque central da cidade. Saímos e caminhamos para frente do lago.

Aquele era um lugar calmo, e eu sabia que ali ela podia pensar e relaxar um pouco.

Nos sentamos na grama e ficamos a encarar a água.

Eu queria perguntar todos os detalhes, queria saber o que de fato tinha acontecido. Mas, com paciência, esperei que ela se sentisse confortável de me dizer o que houve.

Minutos se passou, uns 30 ou 35. Já não sei mais. Ela só chorava, e eu já estava há algum tempo abraçando a mesma pelos ombros enquanto ela descansava a cabeça no meu ombro esquerdo.

— Eu conheci um cara meses depois que nos mudamos pra cá. Ele era legal e logo me chamou atenção por ser muito bonito também. Sempre soube que era mais velho, e minhas amigas diziam que era incrível eu ter um cara com a idade a mais que a minha, pois pra elas, era descolado. - Normani dizia, enquanto tentava parar de fungar. — Nós conversávamos todos os dias, e eu me apeguei a ele. Até o ponto de começar a gostar, e a querer conhecer... Foi aí que vínhamos planejando nos encontrar. Ele queria conhecer minha família, e dizia que gostava de mim da mesma forma que eu gostava dele.....

Suspirei, já imaginando no que possivelmente deveria ter terminado a situação. Mais uma vez senti vontade de ir atrás desse homem.

— Eu senti medo porque, era a primeira vez que senti algo por alguém bem mais velho, e ainda que não conhecia, mas... Eu confiei, sabe? Nós trocavámos fotos, áudios e fazíamos chamadas. Ele era incrível, S/a. - Limpa uma lágrima que rolou pelo seu rosto. — Mas aí, quando estávamos sozinhos em seu carro, na primeira oportunidade, ele tentou colocar as mãos dentro da minha saía. - Trinquei a mandíbula fortemente, imaginando aquela cena de minha irmã sozinha com aquele verme desprezível. — Eu achei que era normal até porque, essas coisas sempre acabam acontecendo, não é? Mas eu me senti desconfortável, então pedi para que a gente só conversasse mais e se conhecesse. Mesmo que ficamos alguns meses nessa de se conhecer, era a primeira vez que nos víamos pessoalmente.

Amar Você (Camila/You G!p)Onde histórias criam vida. Descubra agora