Capítulo 12

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Hailee Steinfeld Point of View

Estaciono o carro em frente a minha casa e repouso a cabeça no banco, fecho os olhos sentindo todo o meu ânimo se esvair ao lembrar que tenho que entrar nessa casa. Respiro fundo e fecho os olhos, ligo o carro e o estaciono dentro da grande garagem subterrânea.

Já era noite, provavelmente umas 23:00 hrs, saio do carro e me direciono para fora. Chuto algumas pedras que estão no meio do caminho e quando olho para a porta, vejo meu pai parado de braços cruzados me olhando.

Aperto o passo e tento passar por ele mas ele segura o meu braço com firmeza, olho em seus olhos e ele está com um semblante sério demais...

— Aonde você estava até a essa hora Hailee? - Ele diz firme e sério. Puxo meu braço me soltando de sua mão.

— Eu estava na casa de uma amiga, me deixa em paz. - Respondo e tento passar mas, mais uma vez ele me interrompe.

— Você fica até tarde na casa de suas amiguinhas cachaceiras e chega aqui com a cara mais lavada como se nada tivesse acontecido, o que você acha que é garota? Está se achando a adulta pra sair de casa e voltar a hora que quiser sem dar notícias?! Pois você NÃO É. E como nós ficamos? Preocupados pela donzela não ter dado sinal de vida, você ainda precisa da minha autorização pra tudo! - Diz autoritário. O olho com cara de tédio.

— Primeiro: eu não estava com nenhuma amiga cachaceira, aliás, não tenho nenhuma - Respondo cínica. — Segundo: pra que esse teatro todo? Porque você nem se importa se eu estou em casa, se eu saí e não voltei ou se eu morri no meio da rua. Então, vai enganar outro. - Tento passar mas  ele me impede. De novo. — Me deixa passar porra! Qual é o seu problema?!

— Não começa com esse seu draminha de novo porque eu não caio nessa, quando você vai começar a usar a educação que eu e sua mãe te demos? Quero que pense duas vezes antes de falar comigo dessa maneira ouviu? - Me olha de forma rude, como sempre. Apenas concordo. — Eu não sei o que você tem na cabeça, sinceramente... É a última vez Hailee, última vez que eu vou deixar passar. Se você falar comigo dessa maneira novamente... Vai se arrepender de ter me desrespeitado um dia. - Engoli em seco sentindo vontade chorar. O homem que se diz meu pai me dá passagem e continua. — Não quero que isso se repita, é de casa pra escola e da escola pra casa. Entendeu? - Questiona firme.

Assinto e passo por ele. Caminho silenciosamente pela grande casa luxuosa e sigo até o meu quarto que é no 1° andar mesmo. No meio do caminho encontro minha mãe, ela me olha com um olhar de desprezo, mágoa, rejeição e decepção.

— Só nos trás desgosto. - Murmura e sai do meu caminho. Continuo o meu percurso sentindo um nó se formar em minha garganta. Eu já ouvi isso tantas vezes e nunca me acostumo, é sempre a mesma sensação. Chego até a porta preta e abro rapidamente.

Fecho a porta e coloco a testa na mesma. Suspiro.  Eu sentia vontade de chorar, mas não o faria.

As pessoas ao me olhar, ao ver a minha "alegria" cotidiana pensam que eu sou uma garota perfeita, com uma vida perfeita, com uma família perfeita...
Acham que só porque sou rica sou feliz, mas o que eles não sabem é que,  o dinheiro nunca me importou, pra mim é só um detalhe mínimo.

Peter e Cheri são grandes empresários, meu pai é dono de uma das empresas mais lucrativas de todo os Estados Unidos, a empresa é uma herança, era do pai do meu avó que passou para o meu avó que passou para o meu pai que quer passar para mim futuramente. É algo que vai de geração a geração, um ciclo.

O problema é que eu não quero ser uma empresária, e muito menos assumir o cargo que é ocupado por meu pai e dirigir a empresa. Mamãe é vice-presidente, ela não é dona de fato, mas com a comunhão de bens meu pai a tornou vice e ela se tornou dona de boa parte.

Amar Você (Camila/You G!p)Onde histórias criam vida. Descubra agora