Capítulo 14

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No dia seguinte meu celular despertou e eu quis mais do que tudo ficar na cama. Eu estava destruído, nada descansado e com muito sono. Mas eu precisava ir para a faculdade naquele dia, porque era a apresentação do artigo que tinha roubado meu sono durante quase um mês.

Levantei da cama, sonolento. Olhei para Giovana deitada ali, os cabelos completamente bagunçados. Mais um motivo para eu ficar na cama. Mas infelizmente eu não podia.

Fui até o banheiro e lavei o rosto para ver se eu acordava. Me encarei no espelho.

- Ótima ideia ter passado a noite inteira transando – falei para mim mesmo – Quero ver com que cara você vai apresentar esse trabalho.

Voltei para o quarto e peguei meu terno. Agora eu não precisava mais trocar de roupa no banheiro, podia trocar na frente dela.

Ela se mexeu na cama, meio acordada, meio dormindo. Abriu os olhos por alguns segundos e me olhou, mas logo em seguida voltou a dormir de novo.

Quando estava pronto, me curvei sobre ela e dei um beijo em sua boca. Peguei minha mochila e saí sem tomar café mesmo. Não tinha nada em casa, teria que comprar algo na faculdade.

E foi o que eu fiz. A primeira coisa que eu fiz. Comprar um misto quente e um café enorme. Alguma coisa tinha que me manter acordado, senão eu iria me foder.

- E aí, man? – Matheus me encontrou no caminho para a sala – Preparado para a apresentação?

Fiz uma careta.

- Eu estou destruído – falei – Mas vai dar tudo certo. Pelo menos eu tenho você.

Ele riu.

- Ressaca? – perguntou.

Balancei a cabeça enquanto tomava mais um gole de café.

- Pior – falei – Muito pior.

...

Graças a Deus eu só tinha uma aula aquele dia e, graças a Deus, a apresentação tinha sido ótima. Normalmente eu iria malhar depois da aula, mas não dava, eu tinha que voltar para casa e dormir, nem que fosse um pouco.

Quando acordei, na hora do almoço, estava renovado. Olhei para minha cama e lembrei da noite com a Giovana. Um sorriso surgiu em meus lábios.

Inspirei fundo o ar. O cheiro dela ainda estava por toda parte.

Levantei da cama, dessa vez totalmente disposto. Vesti uma roupa e me preparei para ir trabalhar. Cheguei na oficina alguns minutos mais cedo, com uma marmita na mão.

Passei por Pleyson, que me olhava com os olhos estreitos.

- Boa tarde, priminho – falei.

Ele estreitou ainda mais os olhos.

- Você transou, né? – falou – Não precisa nem responder, dá pra ver nesse seu sorrisinho.

Guardei minha mochila e olhei para ele.

- Pode falar, eu estou esperando – disse.

- Eu não vou dizer nada – ele deu as costas. Dois segundos depois ele se virou para mim novamente – Mas...

- Sempre tem um mas – falei.

- Não venha reclamar comigo quando ela te der o pé na bunda e te deixar na sarjeta. Você estava avisado.

- Isso não vai acontecer – falei.

Ele riu debochado.

- O que te faz achar isso?

O Ardor da PaixãoOnde histórias criam vida. Descubra agora