Capítulo 18

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Eu estava inquieto, olhando para trás o tempo todo. O auditório estava muito cheio, então eu não conseguiria achá-la ali nem se quisesse. Mas ela não tinha respondido minhas mensagens. Talvez ela não tivesse ido.

Meu coração doeu e meu estômago se afundou ao pensar nisso. Porque ela não ter ido significava muitas coisas. Significava eu estar errado sobre ela me amar, principalmente.

Eu estava tão preocupado com isso, que quando chamaram meu nome eu nem ao menos ouvi. Meu colega ao lado me empurrou e eu forcei um sorriso. Quando estava no palco, tentei aproveitar a altura para procurá-la, mas estava escuro também. Era impossível de ver.

E foi assim o resto da cerimônia, até tudo acabar e o auditório ir se esvaziando aos poucos. As luzes se acenderam. Minha mãe veio até mim e me deu um abraço.

Uma parte de mim já tinha perdido as esperanças de que ela estivesse lá, mas quando levantei o olhar, lá estava ela, no fundo do auditório, sorrindo para mim.

Meu coração bateu mais forte e um sorriso involuntário se abriu no meu rosto. 

Ela me amava.

Soltei minha mãe e fui até ela. Então parei na sua frente. Ela estava tão linda.

- Oi – falei.

- Oi – ela respondeu. Parecia sem fôlego.

- Achei que não viria mais.

Ela sorriu. Seus olhos brilhavam, o que me deixava feliz. Mas também parecia ter um pouco de medo ali.

- Eu fiz você me convidar, lembra? – disse – Eu não perderia por nada.

E a gente ficou por alguns segundos ali, apenas nos encarando. Eu não sabia explicar o que era, mas tinha algo que era quase palpável entre a gente. Uma energia, uma conexão. Só dava para sentir.

Então nossa bolha foi estourada por Pleyson.

- Olha só quem está aqui! – ele apareceu ao meu lado, fitando Giovana.

Olhei para ele enquanto sorria cinicamente para Giovana. Podia ter aceitado a aposta dele. Estaria ganhando cinquentinha agora. Afinal, ele jurou de pé junto que ela não viria. E eu queria mais do que tudo jogar isso na cara dele, mas tinha coisas mais importantes naquele momento.

Olhei para Giovana de novo. Ela parecia chocada.

- Fala sério... – ela me olhou – O que ele está fazendo aqui?

Eu ri.

- Ele é meu primo.

Então ela arregalou os olhos.

- Seu primo?! Por que isso só está chegando aos meus ouvidos agora?

- Talvez porque você seja tão significante quanto uma pedra no meio do caminho – Pleyson disse, tentando irritá-la.

Ela fez uma careta. Eu ri. Eu estava tão feliz que não estava me aguentando. Ela tinha ido. Ela tinha ido.

- Não enche, Pleyson – eu disse.

- Pedro – minha mãe chamou, atrás de mim – Sua irmã quer tirar uma foto... – ela reparou Giovana – Ah, oi.

- Oi – ela disse.

- Mãe – me virei para ela – Essa aqui é Giovana, uma amiga. Giovana, essa é minha mãe, Fernanda.

Uma amiga.

Não era uma amiga, era muito mais que isso, mas também não podia dizer que era minha namorada. Não era. Ainda não.

Minha mãe sorriu e cumprimentou Giovana com um abraço e um beijo na bochecha.

O Ardor da PaixãoOnde histórias criam vida. Descubra agora