Capítulo 13

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Meu celular tocou no meu bolso. Limpei a mão com uma flanela e olhei. Era minha mãe.

Mostrei o celular para Pleyson e saí em direção ao escritório. Lá era menos barulhento.

- Oi, mãe – atendi.

- Oi, meu amor – ela respondeu – Tudo bem?

- Tudo – me encostei na cadeira – E a senhora?

- Tudo bem. Eu preciso de um favor seu.

- Fala.

- Na verdade, é sua irmã. Ela falou comigo hoje mais cedo, disse que está chegando no domingo, 13h da tarde. Você poderia pegá-la no aeroporto?

- Sim, sem problemas.

- Não vai esquecer, viu?!

A porta se abriu e Giovana entrou por ela. Ela me olhou com aquele sorriso travesso e entrou.

Tava demorando.

- Tudo bem, mãe – disse ao telefone – Não vou esquecer.

Giovana sentou em cima da mesa, na minha frente, e ficou me olhando.

- Domingo. Uma da tarde – minha mãe repetiu.

Passei a mão no rosto e suspirei. Não sei o que me tirava mais do sério, minha mãe repetindo a mesma coisa duas vezes ou a garota sentada na minha frente.

- Já entendi – eu disse – Domingo. Uma hora da tarde. Aeroporto. Eu vou estar lá. Que tipo de irmão você acha que eu sou?

Minha mãe riu.

- Tá bom, então. A gente se vê. Te amo.

Na mesa, Giovana começou a mexer no que não era da sua conta. Ela pegou o bloco de notas de Pleyson e eu tomei de sua mãe.

- Também te amo, mãe – desliguei o celular e suspirei.

- Problemas? – Giovana perguntou.

Sim, você.

- Não – falei – Você?

- Nenhum – ela sorriu com aquelas malditas covinhas – Estou ótima.

Balancei a cabeça.

- E você veio até aqui para...?

Eu sabia exatamente o que ela tinha ido fazer ali, mas eu precisava frustrar seus planos. Só não sabia como. Estava ganhando tempo.

Ela curvou uma sobrancelha.

- Eu só vim te ver – ela disse – Algum problema?

Todos os problemas.

- Não – respondi, encarando ela – Mas agora eu preciso voltar para o trabalho.

E eu precisava mesmo. Então comecei a levantar da cadeira, mas é claro que ela não me deixou ir muito longe.

Ela me empurrou de volta e sentou em cima de mim logo em seguida, uma perna de cada lado do meu corpo.

Só me ver, né?

- Para – encarei ela quando ela aproximou seu rosto do meu.

De novo o sorriso.

- Por quê? – ela aproximou mais seu rosto do meu, olhando fixamente para os meus lábios. Droga, eu odiava quando ela fazia isso – O nosso acordo acabou no domingo, lembra? Não estou mais sob nenhum juramento – ela me fitou novamente – Você não pode dizer que eu não sou uma mulher de palavras.

O Ardor da PaixãoOnde histórias criam vida. Descubra agora