Meu celular tocou no meu bolso. Limpei a mão com uma flanela e olhei. Era minha mãe.
Mostrei o celular para Pleyson e saí em direção ao escritório. Lá era menos barulhento.
- Oi, mãe – atendi.
- Oi, meu amor – ela respondeu – Tudo bem?
- Tudo – me encostei na cadeira – E a senhora?
- Tudo bem. Eu preciso de um favor seu.
- Fala.
- Na verdade, é sua irmã. Ela falou comigo hoje mais cedo, disse que está chegando no domingo, 13h da tarde. Você poderia pegá-la no aeroporto?
- Sim, sem problemas.
- Não vai esquecer, viu?!
A porta se abriu e Giovana entrou por ela. Ela me olhou com aquele sorriso travesso e entrou.
Tava demorando.
- Tudo bem, mãe – disse ao telefone – Não vou esquecer.
Giovana sentou em cima da mesa, na minha frente, e ficou me olhando.
- Domingo. Uma da tarde – minha mãe repetiu.
Passei a mão no rosto e suspirei. Não sei o que me tirava mais do sério, minha mãe repetindo a mesma coisa duas vezes ou a garota sentada na minha frente.
- Já entendi – eu disse – Domingo. Uma hora da tarde. Aeroporto. Eu vou estar lá. Que tipo de irmão você acha que eu sou?
Minha mãe riu.
- Tá bom, então. A gente se vê. Te amo.
Na mesa, Giovana começou a mexer no que não era da sua conta. Ela pegou o bloco de notas de Pleyson e eu tomei de sua mãe.
- Também te amo, mãe – desliguei o celular e suspirei.
- Problemas? – Giovana perguntou.
Sim, você.
- Não – falei – Você?
- Nenhum – ela sorriu com aquelas malditas covinhas – Estou ótima.
Balancei a cabeça.
- E você veio até aqui para...?
Eu sabia exatamente o que ela tinha ido fazer ali, mas eu precisava frustrar seus planos. Só não sabia como. Estava ganhando tempo.
Ela curvou uma sobrancelha.
- Eu só vim te ver – ela disse – Algum problema?
Todos os problemas.
- Não – respondi, encarando ela – Mas agora eu preciso voltar para o trabalho.
E eu precisava mesmo. Então comecei a levantar da cadeira, mas é claro que ela não me deixou ir muito longe.
Ela me empurrou de volta e sentou em cima de mim logo em seguida, uma perna de cada lado do meu corpo.
Só me ver, né?
- Para – encarei ela quando ela aproximou seu rosto do meu.
De novo o sorriso.
- Por quê? – ela aproximou mais seu rosto do meu, olhando fixamente para os meus lábios. Droga, eu odiava quando ela fazia isso – O nosso acordo acabou no domingo, lembra? Não estou mais sob nenhum juramento – ela me fitou novamente – Você não pode dizer que eu não sou uma mulher de palavras.
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O Ardor da Paixão
RomanceVocês já conheceram a versão da Giovana. Agora é a vez de conhecer a história pelos olhos de Pedro. Depois de ter o coração partido, Pedro jurou nunca mais amar ninguém. Estava tudo correndo como o planejado, até que Giovana resolveu aparecer em sua...