CAPÍTULO 11.

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-- Olha aqui, Ivy. Não estou muito a fim de ouvir discursos feministas que já eram ultrapassados antes deu nascer. Hoje em dia a mulher faz o que quer e não obriguei a garota a fazer nada comigo. Mas eu separo muito bem minha vida pessoal do meu trabalho e jamais negociaria esse tipo de coisa por favores sexuais, se é o que te preocupa.


Ivy: E

stou zelando pelos negócios do meu patrão.

-- P

ois então zele longe daqui. Você não tem o direito de me cobrar nada. E se quer saber, não precisa mais fingir que está comigo. Eu mesma vou resolver meu problema com aquela louca assanhada

Ivy: Com quem você transou no mato assim que chegou na ilha. – acusou esbravejando -- Não teve a decência nem de esperar desfazer as malas. Era mais importante dar uma azinha com uma garota que mal havia conhecido. Agora está chateada que ela não larga do seu pé, mas quem deu trela foi você. A culpa é toda sua!


Levantei da cama com muita raiva da lição de moral. Só faltava aquilo. Ter que agüentar sermão da madame pureza virginal.

Se quer saber, o que te falta é uma boa transa pra deixar de ficar com esse narizinho empinado, dando de dedo na cara da gente. Não tenho culpa se é uma mulher mal resolvida e sexualmente frustrada. E ainda se acha no direito de criticar os outros que levam uma vida saudável e normal.


Ela arregalou os olhos fora de si.


Ivy: Você é uma grossa, petulante e convencida! Pensa que é um presente dos deuses e totalmente irresistível, mas na verdade é apenas uma pobre coitada solitária que não consegue uma única pessoa que fique mais do que o tempo que dura um orgasmo. Só tem parceiras de sexo para quem você não significa absolutamente nada a não ser uma oportunidade de conseguir alguma vantagem profissional. Vive uma vida vazia e à procura de algo que jamais terá enquanto não cair na real de que não está com essa bola toda e que para ter um relacionamento sério, tem que ter mais a oferecer do que arrogância e um egocentrismo patético.


Quase pulei no pescoço da descarada. Vinha nas minhas fuças me humilhar e ainda por cima virou as costas de novo pra mim, fazendo-me ficar com o queixo caído e a cara de idiota.


Ouvi uma risada abafada e Manu estava apoiada na porta da cozinha, me olhando como se fosse a maior diversão me ver furiosa.


Manu: Meu Deus, Gi, vocês estão levando muito a sério a encenação. Já estão até discutindo como se fossem casadas.


-- Não encha meu saco! – protestei – Essa mulher me tira do sério e vou acabar perdendo a cabeça. Ainda bem que não falta muito para irmos embora. Estou ficando puta da cara com esse inferno de lugar.


Manu: S

e acalme, minha prima. Faça o seu trabalho e deixe as garotas em paz.

-- Mas eu não tô fazendo nada.


Manu: T

á sim. Só que é burra demais para perceber.

Mais uma ofensa, e dessa vez vinda de uma pessoa pela qual tinha tanto carinho. Fiquei realmente aborrecida.

Manu: -Ah, Gi, não fica assim. – ela me abraçou – Um dia você vai enxergar a luz.


-- Mas que luz, mulher do céu?


Manu: A

luz que vem do coração.

Fiquei na mesma. Odeio quando falam pra gente por enigmas. É um tremendo saco e eu sempre fico parada balançando a cabeça, fazendo a maior cara de inteligente para convencer todo mundo de que entendi o que não faz o menor sentido.

-- Huumm... – murmurei para compor o personagem. Mas Manu não caiu nessa.


Manu: N

ão precisa disfarçar. Sei muito bem das limitações do seu cérebro, que é focado em duas únicas coisas: trabalho e sexo.

Como ela me conhecia bem!


Manu: Agora vá até lá e peça desculpas para Ivy.


-- E por que eu deveria fazer isto? Ela é que veio pulando em mim cheia de razão.


Manu: E você foi tremendamente grosseira.


Engoli minha contrariedade e fiz o que Manu ordenara. Ela era mais nova que eu, mas sempre impunha autoridade e acabava com a última palavra.


Entrei no quarto e Ivy estava debruçada na janela com os olhos cheios de lágrimas. Fiquei desorientada com aquilo. Não conseguia ficar indiferente quando alguém sofria na minha frente.


Fui até lá e pus meu braço no ombro dela em sinal de consolo.


Ela se virou para mim e escondeu o rosto em meu peito, soluçando sem parar.


-- Não ligue para o que eu falei. – murmurei envergonhada da minha atitude que tanto a magoara – Eu sou meio idiota desse jeito mesmo e queria pedir que me perdoe.


Afastei-a um pouco para olhá-la nos olhos e este foi um grave erro. Sua expressão tinha algo de frágil que me tocou forte. Engoli em seco, sem palavras, e não resisti ao impulso de beijá-la mais uma vez. Seus lábios me receberam meigamente. Sua língua era delicada e convidava-me a toma-la, suga-la, massageá-la. E foi o que eu fiz docemente, temendo assustá-la com minha habitual volúpia.


Era muito estranho sequer pensar em ter algum tipo de atração sexual por uma mulher que não tinha qualquer atrativo físico. Estava sempre com os cabelos presos com severidade num rabo-de-cavalo e ainda por cima usava enormes óculos.


E a saia abaixo dos joelhos como uma perfeita carola? A blusa recatada de alcinha, mas com o decote fechado tapando o colo, mesmo sob o calor de uma ilha tropical.


Era muito esquisito desenvolver qualquer tipo de sentimentos por uma vela de defunto. Muito sinistro mesmo.


Depois daquele papelão, fugi do quarto dela como se foge de uma infestação de abelha.

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É sério que fui a única que chorei com a Ivy?
Oh Gi, percebe logo mulher!
Manuzita meu amor, vamos tá fazendo a ponte? 😂

Até domingo, givys shippers! Tenham uma ótima noite de sono. ✨

Um amor improvável? GyIOnde histórias criam vida. Descubra agora