CAPÍTULO 21

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Porém o pior era saber que provavelmente eu seria presa e espancada num futuro próximo, já que me lembrei tardiamente que não tinha dinheiro para pagar a conta. O pessoal ao redor me olhava com as caras mais sinistras possíveis, como se deduzissem minha pindaíba e estivessem apenas esperando a bandeirada de largada para pular em cima de mim e me esquartejar como um cardume de tubarões.

Mais um motivo para beber: assim quando cuspissem meus ossos para fora do bar depois de dilacerarem toda a minha carne eu estaria anestesiada e não sentiria tantas dores.

Estava a meio caminho da minha alucinação de uma morte lenta e dolorosa quando alguém puxou a cadeira e sentou-se à minha frente. Era o velho Stuart, ainda coberto de óleo e graxa no rosto e nas mãos. Aliás, aquele encardido parecia ter se tornado parte dele e impossível de ser removido sem um peeling de ácido sulfúrico.

Stuart: Tendo um dia ruim?

-- Nem queira saber.

Ele pediu uma cerveja para si mesmo e esperou o garçom se afastar.

Stuart:

Brigou com a namorada?


Olhei para ele e sua expressão era tranqüila como se tivesse me perguntado se eu achava que iria chover mais tarde.

-- E

x-namorada. – tomei mais um gole amargo e detestável de cerveja.

Ele deu uma risadinha de entendimento e pensei que fosse dizer alguma gracinha, mas apenas ergueu o caneco como um brinde e virou o conteúdo de uma só vez.

Terminei meu caneco e me preparava para pedir mais um quando ele me impediu.

Stuart: Se quer entrar em um avião para ir embora daqui, é melhor fechar a conta.

Então fiz uma careta ao lembrar que iria apanhar até virar do avesso se fizesse o que ele sugeria.

-- Não acho uma boa idéia. – limitei-me a dizer laconicamente.

Stuart: O que foi? – me indagou com os olhos semicerrados em desconfiança.

Fiz sinal para que ele se aproximasse mais e cochichei para ele:

-- Não tenho como pagar a bebida e acho que me ferrei de vez. Estou com os minutos contados.

Ele deu uma gargalhada, levantou-se e bateu nas minhas costas.

Stuart: Fica por minha conta. Tenho uma cadernetinha nessa bodega e pago a cada seis meses. Quer dizer, mais ou menos. Às vezes demora um pouquinho mais.

Sorri como forma de agradecimento.

Mais uma vez Stuart viera em meu socorro e salvara minha vida. Ele estava se tornando meu anjo da guarda. Levantei cambaleando e saímos juntos do bar.

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(Música de cena: Say Something l https://youtu.be/R_mE9uuGzSI

* Leiam a partir de agora ouvindo a música)

Após alguns telefonemas, com a ajuda do Guto consegui voltar para o Brasil. Se bem que na classe econômica. O pão-duro só cedera ao meu pedido depois que ameacei cortar as bolas dele com uma faca serrilhada.

" Diga algo, estou desistindo de você......"

O desembarque foi um dos mais tristes que já tivera. Estava sozinha, abandonada, traída e desolada. Mas me recusei a chorar no aeroporto, na frente de todo mundo. Banquei a durona, daquele tipo que nunca se entrega a sentimentos piegas. Isto até chegar em casa.

"E eu....

Estou me sentindo tão pequeno..."

Aí abracei meu ursinho de estimação e solucei até os olhos parecerem cheios de areia. Eu não era tão forte quanto pensava e odiei Ivy naquela hora. Fiquei indignada que depois de abandonar todas as minhas convicções, ela aprontasse daquele jeito comigo.

"Foi demais para minha cabeça.."

Se dependesse de mim, não falaria com Ivy pelo resto da vida.

"Eu sei absolutamente nada.."

Estava pronta para retornar à minha vida de sempre, onde não havia decepções. Era o fim do nosso romance.

"{...}E eu....

Engolirei meu orgulho..."

Mas “fim” é uma palavra tão relativa!

"Você é a pessoa que amo"

Foi o que aprendi algum tempo depois....

"E estou dizendo adeus....."


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Decidi dá uma mudada e sempre quando eu achar alguma música bem bacana e que combine com a cena, irei adicionar. Espero que tenham gostado.

Não quero comentar nada sobre esses capítulos. Quero saber a opinião de vocês. Me contem tudo!

Beijinho e até sexta. 💕

Um amor improvável? GyIOnde histórias criam vida. Descubra agora