CAPÍTULO 13

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Colocamos os equipamentos em relativa segurança e seguimos em fila indiana por uma trilha pelo meio do mato. Eu ia na frente com um facão enorme, abrindo caminho, com o queixo empinado. Sentia-me o próprio Indiana Jones na liderança dos refugiados

A chuva aumentara e agora chegava a atrapalhar nossa visão. As gotas grossas e pesadas doíam quando atingiam o rosto. Avançávamos com dificuldade.


Andamos pelo que pareceram horas e algo começou a me parecer familiar na paisagem. Talvez eu estivesse tendo um insight sobre o caminho a tomar para nossa sobrevivência e isto me animou. Acelerei o passo confiante de que encontraríamos um abrigo que nos garantisse segurança.


Então percebi que estávamos de volta à aldeia, no mesmo ponto de onde havíamos saído.


Os bochichos foram gerais e fiquei atordoada por ter andado em círculos sem perceber. Que merda!


Vítor: Tenha dó, Gizelly! – me esculhambou com as mãos na cintura.


-- Você não pode falar nada porque é capaz de conseguir se perder dentro de uma banheira!


Manu: Vamos tentar de novo, gente. – tentou conciliar.


Escolhi outra trilha e dessa vez tive o cuidado de ir marcando os lugares por onde passávamos para que não corrêssemos o risco de repetir o papelão.

Dessa vez o caminho parecia mais íngreme e o terreno mais pedregoso, o que significava que podíamos estar perto de alguma caverna. A confiança retornou ao grupo e não tardou para que encontrássemos uma pedra gigantesca na nossa frente, impedindo que passássemos.

-- Gente, vamos ter que subir pra passar!


As reclamações surgiram de todos os lugares. Estavam cansados e nada dispostos a encarar uma escalada daquele tipo em meio a uma tempestade

-- Alguém tem uma idéia melhor, seus moleirões? – não dei trégua. Também estava exausta e nem por isso ficava criando desculpas para desistir. Nunca fui uma perdedora e não queria começar ali.


Raul: Que tal voltarmos para aquele ponto onde o caminho bifurcou? – arriscou-se a opinar – Talvez pegando o da esquerda a gente possa contornar a pedra.


Todos concordaram e eu fiquei ali parada enquanto o grupo trocava de líder e retornava pelo mesmo caminho pelo qual havíamos vindo. Continuava achando que era melhor escalar a pedra para chegar logo do outro lado. O céu estava muito preto e o vento forte demais. Tínhamos que encontrar algum lugar para ficarmos e o tempo estava se esgotando. Demoraríamos muito indo em torno.

Ivy: Gizelly, vem! – pediu ao perceber que eu não me movia.


-- V

ão vocês. Eu quero tentar subir e ver o que tem do outro lado. Se eu encontrar alguma coisa, grito para vocês virem.

Ela pareceu se apavorar com a idéia.


Ivy: E

se não puder subir? O vento está forte e a chuva mais violenta.

Um amor improvável? GyIOnde histórias criam vida. Descubra agora