Bom dia ao mundinho givy br! 🌟
Mil perdões por não ter postado no Domingo. Eu fiquei muito ocupada e não consegui terminar de editar a história. Espero que compreendam.
Vamos ao nosso penúltimo capítulo? 💛
******************************Alessia e eu desembarcamos em Rarotonga na semana seguinte e fomos recebidos por um bafo quente que quase nos deixou sem ar. Senti o suor brotar de imediato em minha fronte.
Não me lembrava da temperatura ser tão alta da outra vez. Mas tinha sido em outra época do ano e o verão agora se encontrava no auge.
O velho Stuart estava à minha espera com seu sorriso bonachão e, como sempre, com as mãos sujas de graxa. Aquilo só reforçou um pouco mais minha teoria de que o encardido havia penetrado tão fundo em sua pele que já fazia parte dela.
Apertamos as mãos e ele foi logo puxando conversa com Alessia, que estava agarrada na minha perna um tanto desconfiada daquele homem grande e barbudo à sua frente.
Stuart: E aí, menininha, pronta para uma grande aventura no avião do tio Stuart?
Alessia: Você é o Papai Noel? -- indagou inocentemente.
Stuart: Não, mas todo ano ajudo ele a entregar alguns presentes por aí. – piscou o olho simpaticamente para ela.
Alessia relaxou um pouco e largou minha perna, passeando os olhos ao redor com grande curiosidade.
Stuart voltou sua atenção para mim e achei que fosse dizer algo, mas simplesmente guiou-nos para o hangar, onde o Kakapo estava estacionado em toda a sua glória, ainda parecendo ter saído de uma batalha aérea na qual levara a pior.
Stuart: Não quer passar uma noite aqui em Rarotonga antes de partir para a Ilha dos Ventos? -- indagou coçando a cabeça como se estivesse incomodado com algo – Tem pousadas ótimas espalhadas por toda a ilha.
--Não, prefiro ir direto.
Stuart: Achei que nunca mais fosse querer pisar naquela ilha depois do sufoco que passou com o furacão.
Olhei para ele e tenho certeza que demonstrei em minhas feições toda a tristeza que carregava na alma. Era impossível não perceber.
--Sabe quando você enfrenta uma situação terrível e no entanto só consegue lembrar da parte boa?
Ele sorriu em entendimento.
Stuart: Quando eu estava no exército, tinha que às vezes ficar horas em pé montando guarda nas guaritas do quartel, sem poder me mexer. Era uma verdadeira tortura porque o tempo não passava nem a pau. E ainda levava reprimenda dos meus superiores pelos motivos os mais idiotas possíveis. Era o saco de pancada da guarnição. E, no entanto, sempre me pego sentindo saudades daquele tempo e das farras que fiz com meus companheiros. Nem ao menos me lembro das ressacas terríveis que enfrentava no dia seguinte. As imagens que guardo são da festa que era ser jovem e descompromissado.
--Então me entende quando digo que quero voltar lá e tentar recuperar um pouco daquela sensação inesquecível. Ser feliz com minhas recordações seletivas.
Stuart: E fazer novas. -- apontou para Alessia, que circundava o avião, coberto de curiosidade.
--Sem dúvida.
Stuart: Sendo assim, só temos que esperar secar a cola que passei para grudar as asas e já levantamos voo. Pelo que li no rótulo, em dez minutos o Kakapo estará como novo.
Dessa vez não caí na conversa mole dele.
--Qualquer coisa a gente amarra as asas com barbante e eu vou segurando.
Ele riu da minha tirada e levou as malas para acomodá-las no aeroplano.
Alessia corria pelo hangar com os braços abertos imitando um avião, inclusive replicando o barulho do motor.
É claro que ela não sabia ainda que o Kakapo produzia ruídos bem mais medonhos do que aqueles. Ela precisaria de muito mais garganta para chegar perto daquele rugido amedrontador.
Recolhi a menina antes que ela levantasse voo de verdade e embarcamos para nossa viagem.
Stuart: Senhores passageiros, caso os dois motores da aeronave falhem, os senhores serão imediatamente avisados para que façam uso dos exemplares da bíblia resumida, que estão disponíveis para consulta rápida. Tenham uma boa viagem. Isso se Deus assim o permitir.
Velho sacana! Sempre querendo aterrorizar os passageiros. Ainda bem que tinha aprendido a ignorar suas brincadeiras sem graça.
Ele nos deixou em nosso destino, descarregou nossas malas e decolou de volta a Rarotonga. Mas antes me disse com seriedade:
Stuart: Volto em cinco dias para ver se está tudo bem. – gritou em meio ao barulho ensurdecedor dos motores do Kakapo.
--E o que poderia dar errado? – gritei de volta.
Ele me encarou com o canto dos olhos enquanto subia no aeroplano.
Stuart: Precisa mesmo que eu responda a essa pergunta?
--Não, não precisa. – lembrei da minha pouca sorte -- Mas consultei todas as previsões climáticas e não há furacões à vista. Também trouxe um equipamento de satélite para que possamos nos comunicar sem depender do rádio centenário da família “salve-se quem puder”.
Stuart: Pelo visto veio preparada para tudo.
--Pode ter certeza.
Stuart: Então nos vemos em breve. Divirta-se. Mas lembre-se que a vida segue para frente e não para trás.
--No momento vou deixá-la ficar bem paradinha, sem ir para lugar algum.
Ele limitou-se a balançar a cabeça e eu me afastei para que pudesse manobrar. Depois fiquei parada acompanhando sua subida até que ele sumisse por entre as nuvens brancas.
Olhei em volta e lá estava o trio ratazana sorrindo para nós, como se não tivessem nos abandonado à própria sorte para que nos ferrássemos sozinhos.
A única surpresa era que Rafa estava com um enorme barrigão por baixo do sarongue folgado.
Se eu fosse homem teria ficado preocupada, mas como não era o caso, apenas agradeci aos céus pelo favor, pois deste jeito ela não recomeçaria com sua perseguição implacável atrás de mim. Estava firme na minha decisão de me manter longe das mulheres por um bom tempo.
Eu e Alessia fomos para nosso bangalô, deitamos juntas numa rede, e vimos o dia terminar lentamente até que o sol se recolhesse para dormir no horizonte.
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Ai... Ainda não acredito que irá acabar amanhã.
Já estou sentindo falta!!! Mas vamos deixar pra amanhã o choro.. Kk 💛Tenham um ótimo dia givyszinhas! Até amanhã. 💛
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Um amor improvável? GyI
FanfictionGizelly Bicalho é uma fotógrafa de moda em ascensão que adora desafios e não hesita em assumir riscos em sua profissão. Mas na vida particular prefere manter as coisas o mais simples possível, sem assumir relacionamentos duradouros. Afinal, viver ro...