XVII: Roda gigante.

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- A onde você quer ir agora Haechan? - Mark perguntou enquanto pegava sua copia da foto de ambos juntos na montanha russa, a dobrou no meio e guardou dentro da carteira para não amassar.

  Hyuck nada respondeu, estava o olhando meio sério, Mark não havia percebi antes pois estava de cabeça baixa guardando a foto, mas assim que levantou seu olhar em direção ao acizentado e viu sua expressão, pode perceber que talvez ele estivesse zangado com o fato de ter sido basicamente abandonado assim que chegaram ali. Deu um pequeno sorriso e segurou sua mão o puxando em direção a barraca de algodão doce, esse que apenas se deixou ser levado pelo moreno a sua frente, assim que chegaram pediu dois para o vendedor.

- Desculpe, eu precisava resolver algo aqui. Como era algo rápido e não queria negar seu convite achei que seria uma boa ideia - Disse meio receoso logo entregando o algodão doce a Hyuck que recebeu de bom grado.

- Tudo bem, mas da próxima vez que me largar vou me vingar - disse enquanto tirava um pedaço do algodão doce e colocava em sua boca - oque você precisava resolver em um parque de diversões? - perguntou curioso enquanto terminava de comer o pedaço de algodão em sua boca, ja tirando outro para comer.

- Nada de mais, que tal irmos em outro brinquedo hu? - disse andando enquanto comia com o menor ao seu lado - que tal, carrinho de bate-bate?

- Ah? Esta na cara que você vai dirigir melhor do que eu, eu so sei bater literalmente - disse meio indignado.

- Essa que é a graça, vem - comentou quase correndo em direção a fila que estava pequena comparada as dos outros brinquedos.

- Markkk Esperaaa.

  Assim como o canadense havia sugerido, foram para o carrinho de bate-bate. O mesmo quase fez Hae se engasgar ao ouvir o homem dizer que não podia entrar com comida, ou seja sem algodão doce. Entraram e foram em direções diferentes, o acizentado estava pronto para faze-lo se arrepender por não tê-lo deixado degustar mais do que gostaria do algodão doce, porém ele não havia mentindo quando mencionou que bater era a única coisa que ele sabia fazer. Movimentava o carrinho pra la e para ca, porém sempre acabava presso no canto, e quando não estava no canto estava batendo de frente com Mark, esse que reclamava toda vez dizendo que Hyuck além de não aceitar que era ruin no volante ainda era violento. E a diversão não parou por ai, depois de tantas batidas os mesmos aproveitaram em vários outros brinquedos, afinal se estavam ali tinham que ir em tudo, tinham que se divertir em tudo.

  Xícara maluca, Hae jurava que iria vomitar o algodão doce de tempos atrás, ao contrário de Mark que se divertia ao seu lado, falava para o menor se acalmar e olhar para um ponto fixo que isso ajudaria a amenizar o enjoou, mas como se olha para um ponto fixo quando se estar em uma xícara que roda, em cima de uma plataforma que também está rodando?

  Tobogã, "isso não vai prestar", "tem certeza que não vamos passar direto e parar sei la, em marte?". As perguntas estranhas não paravam de surgir na cabeça de Mark, e ele nem ao menos as analisava antes de sair comentando com Hyuck enquanto subiam pela escada, era tão alto, tão estreito, tão... estranho. Hae falou que devia manter os membros relaxado assim não doeria se sofresse algum impacto, Mark tentou, tentou e tentou, ele jurava que havia tentado o bastante, porém no momento em que sentiu suas costas baterem com tudo contra o tobogã em algum momento da descida, ele soube ali que jamais olharia para algo do seu gênero do mesmo modo, nem que fosse uma piscina que o esperasse la embaixo ou uma cama de algodão.

  Barca, a cada subida um "aaa", a cada descida um duplo de "aaa", parecia que a garganta de ambos não descansava, quantos dias levariam para melhorar das consequências de tantos gritos? Não sabiam, a única coisa que sabiam é que havia valido apena ir na barca mesmo depois de tanto relutância da parte de Mark em relação as suas costas ainda estarem doendo, as vezes na hora da descida a intensidade tomava conta do corpo do maior fazendo com que um arrepio vinhesse o atortoar e junto dele as dores recentes, mas sempre que isso acontecia, sentia a mão de Hyuck vagarosamente tombar contra a sua de propósito e um sorriso ser direcionado a si.

  E finalmente depois de tantos gritos, sorriso, raivas, dores, vergonhas passadas estavam indo para a sua última atração, haviam acabado de sair do samba, onde um homem que se encontrava no meio do brinquedo recebia a todos com alguns movimentos arriscados, o problema nem era o tal homem e sim Hyuck que assim que viu achou que podia ir e apenas tentou se levantas sendo impedido por Mark, pelo resto do brinquedo ele reclamou dizendo que queria ir também, "ele esta louco so pode", era a única coisa que passava na cabeça de Mark enquanto ouvia as mini reclamações de Hyuck mesmo depois de sairem do brinquedo.

- Eu conseguia... - disse baixo emburado, parecia uma criança mimada que não tinha recebido oque queria.

- Quando vc virar um imortal que não sinta dor mesmo se for jogado do outro lado do parque ao tentar essa loucura... - Mark disse o encarando, deu um paso para frente junto das demais pessoas presentes na fila do brinquedo - eu penso se deixo você ir se arriscar, até la não pode.

  Estavam agora indo para a sua última atração, a montanha russa. Agradecia aos céus por ter convencido Donghyuck de desistir de ir a casa dos horrores, o  mesmo queria ir la como o fechamento da noite mas ao lembrar dos acontecimentos de sábado sentiu toda a tensão passar por seu corpo, não queria Hyuck ali, não queria imaginar ele correndo perigo.

  Logo que entraram sentaram-se na pequena cabine, essa que balançava um pouco enquanto subia. Ja era seis horas da noite, a sol acaraba de se pôr, o céu bem la no final ainda estava um pouco claro porém ia escurecendo aos poucos, as estrelas "acordavam" de seu pequeno sono prontas para dar boa noite a todos os seres da terra. A vista que se encontrava a sua frente enquanto lentamente a cabine ia subindo era linda, a cidade brilhava, dava para ver as pessoas como seres menores e varios carros ao longe e as luzes de letreiros, em cima estava o céu e sua vastidão tão bela naquele tom de azul quase preto e ao seu lado estava Hyuck, com seus olhos brilhando sem perceber que estava a ser observado pelo moreno.

- Obrigado por hoje - o acinzentado desviou seu olhar para Mark, tinha um pequeno sorriso bobo exposto em seus labios, a felicidade tomava conta de si.

- Eu que agradeço Hyuck - respondeu ao menor.

  Não conseguia, e também não tentava desviar os olhos dele, esse que também o olhava. Haechan podia não saber mas durante todo o dia sua cabeça tinha martelado internamente, fazia quase três semanas que estavam ali, quase três semanas que o conhecia, quase três semanas onde ele foi um total incompetente em relação a se aproximar e ser ao menos amigo do menor. Primeiro o salvou, depois o viu dançar, então aproveitou o lago ao seu lado, e depois fora so conversa por mensagem, algumas ligações, algumas trocas de olhares longe quando ia buscar mais café no take coffee, pois ele era um irresponsável que preferia gastar dez minutos andando a pé pra pedir que seu amigo fizesse o café que so ele sabia fazer, do que fazer em casa seu próprio café.

  E agora estava ali, lembrava bem das palavras de Ten antes dele sair de manha, "se você quer ser amigo dele seja, se não quiser não seja, mas não se prive do que quer por medo do passado", Taeyong os matariam se ouvisse a conversa e depois os reviveria para dar um discurso sobre ter cuidado, e então depois os mataria novamente para que o discurso não fosse em vão e mesmo assim Mark se arriscasse.

  Mas e agora, oque ele deveria fazer? Oque fazer no momento em que nem você mesmo sabe oque fazer?

- Donghyuck... - chamou quando pararam quase em cima, esperando que ocupassem a última vaga do brinquedo para que esse voltasse a funcionar - Eu gosto da sua compania, desculpe acho que estar tão perto assim de alguem como eu quero estar de você é novo pra mim - disse arrancando uma risada do garoto ao seu lado e de si próprio, coçou a nuca suspirando - obrigado por estar comigo.

- Mark... - chamou ele dessa vez enquanto parava de rir aos poucos, logo se proximou do maior deixando um beijo em sua bochecha - eu também gosto da sua compania, e também gosto de...

  O brinquedo então voltou a funcionar fazendo com que a cabine mexe-se um pouco os assustando, sorrio ao ver a expressão meio assustada de Mark e logo segurou sua mão dizendo que estava tudo bem, e que aquilo não iria dispencar la de cima, oque não foi o suficiente para acalma-lo totalmente, porém a mão de Hyuck apertando a sua enquanto o provocava o chamando de medrosso era de alguma forma reconfortante para si, talvez estivesse louco.

Jopping: AmestOnde histórias criam vida. Descubra agora