III - Chocolate Quente

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Mais um Capitulo desta nova historia

Espero que gostem

Boa leitura a todos


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Lucy

A fotografia do meu irmão estava aberta a minha frente, lia e relia aquela legenda que era tão dolorosa como os cortes, recém feitos do meu braço. Eu era uma valente merda, uma pessoa com uma grande depressão onde nenhum psicólogo consegui-o até aquele dia ajudar a outro passar a dor que sentia todos os dias pela sua morte.

Hope o meu Cocker inglês preto dentou a sua cabeça nas minhas pernas para me poder confortar. Eu tinha adotado o mesmo depois do psicólogo dizer que seria bom ter um pequeno animal para me ajudar com a depressão a realidade é que desde que o tinha não tentei me suicidar.

Levei a mão direita a sua cabeça peluda onde fiz algumas festas, ele estava ali quando eu fazia aquilo. Sempre que me cortava o pequeno deitava-se nas minhas pernas e deixava-se acariciar.

- Ela ainda me culpa e com razão. – Falei baixo para o animal que me olhou e lambeu o meu braço já com o sangue seco.

As lagrimas ainda caiam dos meus olhos e eu sentia-me perdida naquele apartamento. A descrição da fotografia ainda dançava na minha cabeça como se fosse alguma forma de lembrete de que a culpa dele estar morto tinha sido minha. As palavras magoavam mais do que aquilo que eu já poderia sentir:

"Tu nunca iras ser aquilo que ela foi um dia meu pequeno Theo, minha luz meu futuro minha vida! 😍❤🤱"

Hope começou a fazer barulhos triste como se pedisse para parar de ler o que tanto me fazia chorar. Mas em alguns segundos o ecrã do telemóvel não mostrava mais a fotografia do recém-nascido ao colo da minha mãe, esta fora totalmente substituída por uma chamada de vídeo a fotografia que aparecia era do jogador número 9 da equipa das quinas pisquei várias vezes os olhos para aquilo até que atendi a mesma.

Esquecendo-me dos cortes do meu braço, esquecendo-me das lagrimas que ainda rolavam pelo meu rosto, apos ter chorado compulsivamente devido a dor aguda que sentia no peito enquanto mutilava o meu braço esquerdo numa tentativa fracassada de fazer a dor do braço ser maior do que a dor do peito.

André apareceu no ecrã com o seu sorriso brilhantemente branco e perfeito, o moreno coçou a parte de trás da cabeça. Esse sorriso foi acabando aos poucos assim que o mesmo reparava nas minhas lagrimas, o seu ato fez-me limpá-las rapidamente Hope olhava o moreno ainda deitado no meu colo o animal tinha a língua como se tivesse a sorrir para André.

- Está tudo bem? – Perguntou-me o mesmo preocupado levando-me a assentir. – Mesmo?

- Sim. – Menti fazendo festas ao pequeno ser peludo com o braço machucado. – E tu?

- Estou bem. – Respondeu rapidamente caminhando pelo que parecia ser um quarto de hotel. – Eu pedi para o Zé te ligar por causa de saber de amanhã!

- Desculpa esqueci-me de dizer alguma coisa. – Pedi.

Eu realmente tinha-me esquecido, quando cheguei a casa a mulher que um dia tinha chamado de mãe tinha posto outra fotografia com o seu filho e tal ato fez-me ter mais uma crise naquela semana, por ela me ignorar desde o seu enterro, por ela me ter excluído daquela parte da família. Por ela me ter abandonado quando o que mais precisei foi do seu apoio. A verdade é que desde do seu enterro eu nunca mais vi a minha família materna, sabia que todos pensavam que a culpada tinha sido eu, no entanto o lado da família afectado pela sua morte nunca me tinha abandonado tornando-se a minha verdadeira família.

Rescue Me || André SilvaOnde histórias criam vida. Descubra agora