Lucy Pov
O meu pai sorria para mim a sua mão continuava esticada na minha direção e por mais que eu corresse não o conseguiria alcançar, era como se o chão a minha frente ficasse cada vez maior fazendo a distancia entre nós aumentar.
- Pai! - Gritei desesperada com a mão esticada.
O homem com os olhos azuis olhou para o céu, olhou para mim e falou:
- Não é a tua hora Lu!
- Eu não quero viver lá sem ti! - Contei-lhe em lagrima enquanto me continuava a tentar aproximar. - Não consigo sem ti!
- Consegues sim filha! - Assegurou-me o mesmo. - Devias de seguir em frente e me deixar ir também, acredita quando te digo que o futuro te aguarda coisas incríveis!
- Não! - Gritei indignada quando os meus pés pararam de se mover por muito que tentasse com todas as minhas forças avançar não conseguia mais era como se o meu corpo não me obedece mais. - Quero ficar contigo, quero morrer também!
Quando desisti cansada o homem aproximou-se finalmente levou a sua mão a minha cabeça como fazia sempre, para me consular enquanto as lagrimas ainda escorriam pela minha cara.
- Lucy acorda por favor. - Ouvi alguém dizer, alguém que não estava ali.
O formigueiro que sentia na mão fez-me olhar para a mesma, era ele! Ele estava a apertar a minha mão com força, ele tinha viajado da Alemanha para estar ao meu lado. André Silva a única pessoa que me podia fazer perder a vontade de seguir o meu pai estava ali.
- É por causa dele que não posso ficar? - Perguntei.
- Sabes que as coisas sempre acontecem por uma razão. - Relembrou encarando de novo o céu limpo onde havia um raio de sol a iluminar uma parte daquele grande campo. - Ele cuida de ti filha, só tens de o deixar fazer isso. E antes que vá não voltes a fazer isto, por muito que doa só me estas a obrigar a ficar peso a isto.
- Eu sei. - Suspirei. - Sinto demais a tua falta.
Vi o seu sorriso antes de tudo voltar a ficar escuro, as minhas pálpebras estavam pesadas, a minha boca estava seca e o formigueiro na minha mão não tinha desaparecido. Eu não queria abrir os olhos, não queria ver a cara de preocupados das pessoas que amava, mas acima de tudo não queria olhar para a cara de André que sabia que me iria lançar o mesmo olhar de desapontamento que todos os outros.
Abri os olhos e olhei para o moreno, este dormia desconfortavelmente em cima da minha cama. A sua mão esquerda agarrava a minha direita fortemente como se este tivesse com medo que eu fugisse ao olhar para a janela vi por uma frecha das cortinas o céu estrelado.
André parecia um anjo a dormir, os seus lábios estavam um pouco abertos fazendo o ar sair por entre eles e talvez um pouco de baba também. A minha vontade era de lhes tocar para saber como eram. Ele era lindo o seu cabelo estava alinhado como sempre, os movimentos da minha mão foram irracionais era como se a minha mão tivesse vida própria quando começou a dar mimos no seu cabelo preto macio, André com o gesto que fiz olhou-me assustado, mas logo surrio perfeitamente:
- Acordas-te! - Exclamou radiante. - É bom ver os teus olhos outra vez Lucy!
Por muito que quisesse responder-lhe o tubo que tinha na boca para me ajudar a respirar não me deixava falar, não conseguia sequer movimentar os lábios. André pareceu perceber que o tubo me incomodava e carregou no botão que se encontrava ao lado da minha cama para poder chamar uma enfermeira.
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Rescue Me || André Silva
Teen Fiction"Tu vais-me usar como usas todas, e no final disto vai so ser mais uma dor para juntar a muitas outras" - Lucy Guimarães "Eu quero-te resgatar só preciso que me deixes faze-lo! Preciso que confies em mim!" - André Silva ESTA HISTÓRIA ABORDA: - MUTI...