three

1K 161 115
                                    

Foi há muito tempo, mas descobri que não é verdade o que dizem a respeito do passado, essa história de que podemos enterrá-lo. Porque, de um jeito ou de outro, ele sempre consegue escapar.

(O caçador de pipas- Khaled Hosseini)

*Este capítulo aborda assuntos delicados que podem ser gatilho para algumas pessoas*

Sina pov

Todos nós ou pelo menos a maioria possuímos um passado doloroso que é difícil de ser esquecido. Por mais que o tempo passe e as pessoas mudem... Não a como apagar certas cicatrizes, o que eles nos mandam fazer é simplesmente ignorar a dor e seguir em frente.

Mas eles nunca nos disseram que seguir em frente seria uma coisa tão difícil de fazer.

Aos meus 13 anos conheci um garoto em um evento escolar.
Seu seu nome era Jack,  nós começamos a conversar e a partir de então nos tornamos inseparáveis. O tempo nos trouxe uma amizade tão sincera, pelo menos para mim... Que acabou se transformando em algo a mais.

Com dois anos de amizade Jack me pediu em namoro. No começo fiquei um pouco insegura em estar em um relacionamento com ele, não queria comprometer a nossa amizade, mas também não poderia continuar me negando aquele sentimento, aquela paixão...

Estávamos radiantes! Era o meu primeiro relacionamento sério.

O mesmo me fez um pedido em frente à uma pracinha localizada no centro da cidade, trouxe lírios e uma caixa de bombons- lírios eram minha flores prediletas- Todos em nossa volta suspiravam por nós. Provavelmente aquilo trazia nostalgia para alguns ou o desejo de outros....

Nos primeiros dias foi tudo maravilhoso... Ele agia como sempre agiou comigo desde do momento que nos conhecemos: como um cavalheiro. Eu estava muito feliz. Mas a felicidade durou pouquíssimo tempo: Dois meses se passaram e Jack passou a se tornar distante, não respondia minhas mensagens e não fazia questão de me informar por onde andava. Ele me deixou completamente sozinha.

Cansada de ficar esperando resolvi um dia aparecer de surpresa em sua casa, se ele não fazia questão de vir até mim eu iria até ele. 

Fui recebida em sua casa por Dona Ângela, sua mãe. Ela me informou que ele havia saído pela matina, sem dar mais explicações.

Eu cheguei na casa dele eram umas três e meia da tarde, esperei... Esperei e nada do infeliz aparecer, esperei ele por um tempo significativo sentada em uma poltrona desconfortável na sala de estar e eu jurei que não iria embora enquanto ele não chegasse.

Acabei adormecendo.

Acordei assustada com um barulho vindo da porta, olhei rapidamente para entrada e lá estava ele. Me levantei depressa meio atordoada, corri até Jack, ele estava com a camisa toda amarrotada e parecia meio grogue. Segurei o coitado pela gola da camisa antes dele esbarrar no encosto do sofá. Ele fedia a bebida, estava todo acabado... Com a pior das expressões carregada no rosto.
Olhando o estado que meu namorado se encontrava, as probabilidades de conseguirmos ter um diálogo "normal" naquele momento eram baixas. Resolvi que o melhor a se fazer no momento era levá-lo para tomar um banho, tirando aquela roupa suja e sentindo um pouco de água fria no corpo... Quem sabe o efeito da bebida passe mais depressa.

Eu peguei na sua mão com delicadeza e pedi que ele me acompanhasse até o banheiro... Ele me respondeu de forma extremamente agressiva. Foi como se eu tivesse o insultado, Jack me empurrou com toda a sua força e eu bati as costas no sofá, caindo no outro lado da sala.

Flashback on

- Sa-aí de perto de mim sua... Sua vadia!- Passei meus dedos trêmulos sobre meus lábios, eles estavam sangrando.

Unidos Agora Ou Nunca Onde histórias criam vida. Descubra agora