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Clichê? Sim. Mas eu tenho essa teoria de que, se é clichê, Não tem como ser ruim. Clichê nada mais é uma coisa que há foi repetida várias e várias vezes. E porque alguém repetiria volunterimante, algo que não fosse bom?"

(Minha vida fora de série- Paula Pimenta)

Maratona 2/3
Sina on

Durante o percurso até o mercado, um silêncio constrangedor pairou sobre nós novamente. O que me deixou um pouco agoniada então eu resolvi por uma coragem que ainda não sei de onde tirei... Puxar assunto.

- Então...- Pensei em alguma coisa enquanto olhava o retrovisor.

- Então?- Noah suspira.- Ok, isso aqui tá muito estranho.- Ele ri fraco e eu concordo com a cabeça.- E então, me conta sobre sua antiga vida na Alemanha. Nossa conversa mais cedo foi tipo...

- Constrangedora e totalmente tediosa. - Completei rindo

- Isso.

Então eu falei. Falei sobre a minha paixão pela dança e o quanto eu sentia falta da academia de dança que frequentava em Karlsruhe desde quando tinha doze anos. Sobre a falta que sentia também do meu irmão e o divórcio dos meus pais que me levou até aqui. Não contei necessariamente tudo, ocultei alguns acontecimentos que não precisavam ser contados.

Noah fazia piadas a cada vez que ele via que eu ficava desconfortável em falar ou lembrar de certas coisas, o garoto tentava contornar a situação com o seu bom humor. O que honestamente deu certo. Quando chegamos no mercado eu já me sentia mais confortável na presença de Noah.

O local estava lotado. Eu só queria saber o motivo de tanta aglomeração, afinal que eu saiba  hoje não é feriado. Noah segurou minha mão de repente, foi um gesto que me deixou surpresa. Sua mão é macia e eu senti alguma coisa pelo seu toque.

- Fique por perto para não nos perdemos.- Noah disse, talvez notando a confusão em meus olhos ao ver tanta gente.

Depois de atravessar o estacionamento pude ver com mais clareza o que estava acontecendo. Havia um cartaz na entrada do mercado anunciando uma promoção que estava acontecendo a mais ou menos dois dias. Só podia ser isso, pensei.

Nos aproximamos um pouco a fim de conseguir pegar a fila, mas fomos rapidamente bloqueados por um segurança.

- Com licença. Você e sua namorada podem por gentileza aguardar ali no canto? Até a fila diminuir. - O moço dirige a palavra ao garoto ao meu lado, como se soubesse da minha vida.

Eu até tento explicar que nós não somos namorados, mas Noah é mais rápido.

- Tudo bem.- Ele assegura por nós dois.

Noah se dirige até um banco do outro lado do estacionamento, solto minha mão da sua e me sento ao seu lado.

- Acho que você me confundiu com a Zoe né?- Fechei a cara.

- Eu não.- Ele ri, mas eu não acho graça.

- Se você acha que eu vou entrar no seu joguinho você tá muito enganado.- Ajeitei alguns fios de cabelo atrás da orelha.- Zoe quase me matou hoje mais cedo, tudo por ciúmes.

- Calma Sina. Eu não quero te passar a impressão errada.- o garoto pousou a mão sobre o peito.- você acha que eu sou galinha?

- Acho.- digo sério.

- É que as coisas entre eu e Zoe não estão lá aquelas coisas...

- Pera aí... Eu não quero ficar entre isso ok? Você entende né?

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