Era noite de seu aniversário, então é claro que a saudade que sentia de Jungkook triplicou. Aquela dor no peito que sentiu quando Kook viajou não era nada perto do que sentia no momento. Tae estava debaixo da ponte, mas teve de se despedir de seus colegas mendigos antes de fugir da polícia. Agora ele andava pelas ruas pensativo.
O tal de Chang morava em outra cidade e daria bastante trabalho se locomover até lá, sem falar que o tigre estava sem planos para o que faria depois.
Não tinha coragem de voltar pra casa e encarar Jungkook... Ele com certeza deveria estar zangado e chateado.
Então... o que faria?
Olhou para o céu e notou a neve começar a cair leve. Seu rabo incomodava dentro das calças.
- Filho não corre! - um pai chamava, mas a criança distraída já estava prestes a atravessar o sinal vermelho.
Taehyung puxou o pequeno pelo capuz do casaco e assim conseguiu evitar um acidente já que no mesmo momento um ciclista distraído passou rapidamente. O pai da criança estava com a mão no peito pelo susto e logo se virou para Taehyung com um sorriso:
- Obrigado. - disse gentil antes de puxar o filho para perto e o alertar sobre o perigo que quase passou.
Com as mãos no casaco, Taehyung observou-os se afastar e percebeu que...
Quando ninguém sabe sobre sua natureza...
As pessoas falam obrigado.
Voltou a caminhar pela rua e puxou mais o capuz. Pegou o celular do bolso e encarou o aparelho desligado morrendo de vontade de liga-lo e ver as mensagens de Jungkook e dos hyungs, que deveriam estar preocupados com ele...
Voltou a guardar o celular.
Passou na frente de uma padaria e sentiu o cheiro bom de pão fresco. Estava com fome, frio, mas o que mais doía era o peito. Sentou-se sob a marquise de um beco discreto perto da padaria e ali se encolheu pensando no que fazer.
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O híbrido de coelho abriu seu guarda-chuva de estampa de coelhinhos assim que saiu da mercearia. Seu focinho sempre coçava de leve em dias de neve. Ele carregava na outra mão a sacola de verduras e tomava cuidado pra não entrar neve no tênis. Amanhã seria ano novo e ele queria fazer um bolo para a família humana dele, que morava há algumas quadras de distância de sua casa.
Para chegar até sua humilde kitnet, ele tinha de passar pelo beco perto do mercadinho, e foi lá que viu alguém sentado no chão com as costas contra a parede.
Ele foi rapidamente até o estranho e o tampou com o guarda-chuva.
- Você está bem? - perguntou tímido com o focinho se mexendo.
O estranho levantou o rosto e o coelhinho o reconheceu:
- Ah! "Taehyung"? Estou certo? - perguntou.
O outro ficou surpreso.
- Você me conhece?
- Uhum - assentiu - Você sempre está na floricultura do Seokjin seonbae. Já te vi algumas vezes e o Jimin também fala bastante de você. Eu passo lá muitas vezes, mas você não deve me reconhecer. O que faz aqui nesse frio? Vai pegar um resfriado... Está com fome? - apontou para a porta da kitnet. - eu moro aqui, venha. - insistiu o puxando.
O híbrido de tigre não protestou ao ser guiado. Será que era um costume dos coelhos de querer ajudar os outros e dá-los um teto?
E por falar em teto, a "toca" do coelho era baixa e o tigre teve de se curvar um pouco para entrar. O coelhinho rapidamente puxou uma cadeira para que Tae se sentasse enquanto ficava ocupado no fogão.
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O Raro Híbrido de Tigre - Taekook
FanficLEIA OS AVISOS NO FINAL DA DESCRIÇÃO! Híbridos podem ser amigos, funcionários, família, bichos de estimação, ou o que for dependendo da relação que tiver com outros humanos, mas a história que está pra ser contada não é de um híbrido qualquer. Rank...