Quando acordei, pela manhã, estava sozinha no quarto. Jackson não estava. Não fazia a mínima ideia para onde teria ido, mas achei melhor nem procurá-lo. A noite de ontem foi ao mesmo tempo que inebriante também foi decepcionante. Afugentei esses pensamentos inúteis e me dirigi até o banheiro. Abri a minha mochila e procurei pela minha escova de dente, que se encontrava em um pequeno bolso. Lavei o rosto após ter escovados os dentes e então, me vesti. As roupas que Griselda escolheram só me lembrava mais uma vez da vontade quase louca que eu tinha de matá-la. Uma saia jeans, curta ainda por cima e uma blusa branca com listras vermelhas, cuja as mangas tinham um detalhe de caimento pelo ombro. A blusa era justa, extremamente justa.
De volta ao quarto, fiquei parada de frente para o espelho grande, o qual podia me ver de corpo inteiro. A roupa até que valorizava bem, isso tinha que admitir. Meu olhar caiu sobre a minha cama e assim, a minha cabeça se perdeu na memória de ontem. Gostei de ter sido tocada daquela maneira por Jackson, gostei da forma calorosa que me beijou, do seu corpo exigindo o meu e caramba... se não tivesse um pouco nervosa com aquela aproximação, teria gostado que ele tocasse em cada lugar que cogitou tocar. Esquivei o olhar e suspirei. Não podia desejar aquilo, não podia desejar Jackson Miller. Não dessa maneira. Meu corpo estava arrepiado só de lembrar.
JACKSON
Pela manhã, quando acordei, lutei a todo instante para não me virar, mas os meus instintos foram mais agressivos. Então, me virei. Lá estava ela, dormindo tranquilamente. Geralmente as pessoas não costumam ficar tão belas enquanto dormem, mas Bevelly fazia tudo com perfeição, até dormir parecendo uma princesa. Só consegui pensar na noite de ontem, embora eu quisesse mostrá-la como era com as outras, acabei me entregando, acabei desejando-a ainda mais. Ela não se acanhou, talvez se surpreendeu um pouco no início, mas não demorou para que se entregasse e fizesse aquilo acontecer. Seu corpo dava sinais tão claros de que se excitava com o meu toque e isso me deixava louco. Bevelly me deixava louco. Esse sentimento que nutria por ela, estava começando a me assustar e me deixar apavorado.
Embora tentasse disfarçar, ainda estava excitado por ontem e cada parte do meu corpo desejava se encontrar com a pele macia e quente dela. Me levantei rapidamente e fui para o banheiro, onde fiz uma coisa que não fazia há muito tempo, desde que era bem mais novo: usar as mãos para ter prazer. Mas era necessário, naquele momento era urgente. A minha cabeça fantasiava Bevelly de mil maneiras enquanto me tocava, bastava fechar os olhos. Depois de terminar a minha festinha, lavei as mãos e me troquei, vestindo uma calça jeans e uma blusa cinza com listras azuis. Pensei que pudéssemos descer e tomar um café, mas se queríamos aproveitar ao menos um pouco do domingo, teríamos que ir mais cedo. Ontem, quando voltei a recepção para ligar para os meus pais, a recepcionista disse que eles serviam um delicioso café da manhã, então decidi pegar um pouco para a viagem e assim, chegaríamos mais rápido.
Com o nosso café da manhã dentro de um saquinho de papel e as bebidas em um suporte de papel também, abri a porta do quarto. Fiquei paralisado no mesmo instante. Aquilo só poderia ser uma miragem. Bevelly estava com uma roupa completamente... nossa! Só podia estar querendo me provocar. Com o cabelo solto, usava uma blusinha que valoriza tanto os seus seios que eram ainda maiores do que as suas roupas normalmente deixavam visíveis e aquela saia curta, minha nossa, deixavam as suas pernas em evidência... Bevelly estava perfeita.
— Bom dia... — senti uma certa indiferença na sua fala. Talvez fosse coisa da minha cabeça, mas conhecia a ruiva o suficiente para saber quando tem algo de errado.
— Bom dia... — fechei a porta e coloquei o nosso lanche em cima do criado mudo que ficava ao lado da cama em que havia dormido. — Trouxe o café da manhã. Achei melhor que comêssemos no caminho, tudo bem para você?
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Um Romance Nos Anos 80
RomanceA ousadia é só para quem pode.|| Bevelly Brige vive em uma pacata cidade, na qual a moral e os velhos costumes são tradicionalmente valorizados pelos moradores. Uma época onde qualquer comportamento fora dos padrões é motivo de fofocas e olhares cur...