Capítulo 41

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JACKSON

As minhas manhãs estavam sendo diferentes. Ficava feliz em acordar, em olhar para o teto e deixar os meus pensamentos vagarem em uma única imagem. Uma ruiva de olhos azuis e com uma voz docemente pecaminosa. Para uma pessoa como eu que acordava reclamando de ir ao colégio e agora acorda sorrindo e se sentindo realizado, creio que a mudança foi drástica.

Após tomar um banho, escovar os dentes e vestir aquele uniforme patético do colégio, desci para tomar café da manhã com os meus pais. Estava feliz de estar conseguindo me reunir com eles para a refeição matinal. Eles são muito importantes para mim e diferente do que pensam os outros garotos, gosto de passar um tempo com eles.

— Bom dia, mãe! — lhe dei um beijo estalado na testa em demonstração de carinho. Estava bastante animado porque hoje à noite teria o drive-in e Bevelly iria comigo.

— Bom dia! — ela sorriu carinhosamente. Era uma mulher espetacular.

— Bom dia, pai! — dei um leve aperto em seu ombro.

— Bom dia, filho! — me respondeu bem animado enquanto segurava um pedaço de torta de morango na mão.

Me sentei no meu lugar de sempre e parti um pedaço da torta para mim. Amava as tortas que minha mãe fazia. Ela tinha o dom para cozinhar.

— Você está tão contente, filho. Algum motivo especial? — minha mãe não deixou passar e me fitou curiosa. Típico dela. Por mais cruel que seja admitir, a minha mãe faz parte do clube de fofocas de Massburgys e adora estar por dentro de todas as conversas.

— Na verdade, você está diferente já faz alguns dias. — ressaltou meu pai — Alguma novidade que precisamos saber?

Duas, na verdade.
Primeiro, quero pedir a garota mais fantástica dessa cidade em namoro. Segundo, pretendo entrar em uma universidade de direito.

— Nada de novo. — menti. Foi necessário. Não estava pronto para nenhuma das duas conversas e a reação deles para ambas seria bem... surpreendente.

— Está tão alegre por nada? — minha querida mãe voltou a me questionar. Ela era boa quando se tratava de descobrir as coisas e tinha uma tática convincente, mas ela não funcionaria comigo.

— Estou feliz com as minhas notas na escola. — levei o pedaço de torta na boca e mastiguei. Isso não era mentira.

— Ah sim, estava mesmo falando isso com sua mãe. Estamos tão orgulhosos de você! Recebi uma ligação do colégio. A diretora elogiou muito o seu desempenho e que você passou da água para o vinho, de nota vermelha para um aluno nota dez. — o sorriso em seu rosto era o meu prêmio por estudar mais do que antes. Era isso que me fazia bem. Vê-los orgulhosos de mim.

— Você é o nosso filho pródigo! — o sorriso dela me fez sentir uma sensação boa. A opinião deles eram muito relevante para mim.

— Bom, mas isso foi graças as minhas aulas com Bevelly. Ela é fantástica e muito inteligente. Vê-la elaborando planos para o futuro, cheia de perspectiva e determinação me fez querer isso também. — achei necessário dar os merecidos créditos a ela. Ela era mesmo a razão da minha melhora. Sua rigidez levou à isso.

— Eu sabia que seria uma ótima ideia ela dar aulas para você. — meu pai disse com o tom de quem tem razão. De quem está certo. E ele estava. — Aquela garota sabe colocar qualquer um, na linha.

— Isso é verdade. Ela fez de bom grado e nem cobrou pelas aulas. Em agradecimento vou mandar uma torta de Amora para ela e os pais. — minha mãe estava grata pela grande ajuda da ruiva. Da minha ruiva. — Bevelly Brige é uma mocinha muito centrada e creio que a garota mais decente dessa cidade. Uma garota doce e inocente.

Um Romance Nos Anos 80Onde histórias criam vida. Descubra agora