Capítulo 47

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Passei a tarde toda conversando com Griselda e acabei me esquecendo de todo o rolo que fiquei envolvida ao ser flagrada com Jackson pelo pai. Não foi a melhor maneira de começar a fazer parte da família, disso tenho certeza. Mas quer saber? Não me importo. Não mais. Se estou disposta a ir até contra a reprovação dos meus pais, Jackson também teria que estar na mesma posição por mim.

Quando deixei o Johnie's, já havia escurecido. Griselda não me acompanhou até em casa, pois tinha marcado de ver Fredy na praça em poucos minutos. Os dois estavam muito felizes e eu por eles. Acredito que não é hoje que vou falar com os meus pais a respeito do meu namoro com Jackson. Isso se o senhor Miller não tiver contado a eles antes de mim. O que seria muita falta de consideração da parte dele.

No caminho até a minha casa, andei bem devagar, apreciando o clima bom que a noite havia trago consigo. Uma onda leve de vento passou por mim, desajeitando meu cabelo e me fazendo sentir um pouco de frio. Avistei a minha casa em pouco tempo. Ela ficava bem localizada nessa cidade minúscula. Subi os degraus que levava a varanda e girei a maçaneta da porta, abrindo-a e entrando, calmamente. Após fechá-la, virei para dar o próximo passo em direção a escada, porém, levei um susto ao ver Jackson sentado no sofá e os meus pais sentados no outro, de frente a ele. Encarei ambos, sem compreender que reunião era aquela que eu não fazia parte. Eles pararam a conversa ao me verem chegar.

— Jackson? — o encarei, com o olhar espantado e sentindo a respiração sumir. — O que está fazendo aqui? — dei passos lentos até entrar na roda de conversa deles.

— Vim dizer aos seus pais que estamos namorando e pedir a benção deles. — declarou, dando um sorriso satisfeito — Acredito que é assim que funciona quando um cara como eu, quer namorar uma garota decente como você.

Olhei para os meus pais e o sangue havia sumido do meu rosto. Não sabia que opinião tinham a respeito disso e não queria ter que brigar agora.

— Dissemos a Jackson, que ele vai ter que conquistar o nosso consentimento. Sabemos do histórico falho e imoral que ele tem. — meu pai disse, bem aconchegado no sofá e sorridente. No fundo, ele gostava da família Brige e a família Miller estarem criando laços. Ele e Bob são grandes amigos, mas não é isso que meu namoro vai embasar. Em tradições antigas.

— Não, papai. — falei, franca e firme, mantendo postura. — Jackson tem que conquistar a mim e isso ele já fez. O senhor não vai aprovar os meus namoros. Eu sou quem escolho o garoto que vai ficar ao meu lado.

— Não posso permitir que ele namore você se não mostrar nenhuma mudança a mim e a sua mãe. — rebateu, tomando uma postura ereta e um olhar rígido.

— Não estou pedindo a sua permissão, pai. — mantive a serenidade na voz e deixei as minhas mãos deslizarem pelo tecido do sofá. — Jackson mostrou a mim que é digno e apenas isso basta.

— Filha, sua mãe e eu precisamos saber se...

— Não precisam saber de nada. — interrompi a sua frase — Quem vai namorar ele é eu ou vocês?

Ele abriu a boca, mas não disse uma palavra. Todas pareciam ter fugido dele e minha mãe apenas me observava e juro que vi um orgulho no seu olhar, como se achasse a minha postura firme, um exemplo.

— Se você pensa que ele é digno de você — meu pai ficou de pé e colocou a mão na cintura —, confio na sua decisão.

O quê?
Assim tão fácil?

— Vocês dois tem a nossa benção. — minha mãe se levantou e caminhou até mim, dando-me um abraço apertado e um beijo na testa.

Jackson também ficou de pé, observando a cena e sorrindo. Nada iria me impedir de fazer ou ficar com quem eu quero. Sou dona das minhas escolhas.

Um Romance Nos Anos 80Onde histórias criam vida. Descubra agora