MARCOS

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MARCOS

— Esse foi o melhor presente que você poderia me dar — digo a ela, quando minha respiração volta ao normal. Sua cabeça está aconchegada em meu peito e eu a beijo na testa com todo carinho.

— Fico feliz que gostou — ela murmura em meu peito.

— Espere aí! Você não gostou? — pergunto, erguendo sua cabeça para olhar para mim.

— Claro que gostei! Foi maravilhoso, o melhor da minha vida!

Respiro fundo, de alívio. Do modo que ela tinha dito, fiquei com medo que não foi prazeroso a ela. Porque tudo o que queria era que eu pudesse dar-lhe tudo que um homem pode oferecer.

— Do modo como disse, pareceu que não gostou…

— Oh, não! — ela arregala os olhos assombrada. — Não foi o que quis dizer. Só que estou feliz, só isso. Feliz por você, feliz por nós.

Meu Deus, como a amo! Puxa vida! Como é que esse pensamento me veio assim num rompante? É isso mesmo. Eu a amo. É amor o que sinto por Luiza. Envolveu-me numa avalanche de emoções.

— Oh, Céus! Venha cá e me beije outra vez! — digo a ela e a puxo num beijo maluco, que deixa nós dois sem ar.

— Uau! O que foi isso?

— Isso é uma amostra do quanto te desejo! — respondo, com voz sedutora.

— Hum… mas é melhor você ir para seu quarto, antes que sua mãe venha. E eu preciso urgentemente me vestir, já estou mais que atrasada para o curso!

No mesmo instante, ela desce de meu colo e procura uma roupa em seu guarda-roupa. Não olha para mim, não fala mais comigo. O que será que fiz de errado? Não pergunto, apenas saio do quarto dela e vou para o meu. Também preciso me vestir. Mal chego no quarto e fecho a porta, alguém bate.

— Pode entrar.

— Sou eu, meu filho — diz minha mãe, colocando a cabeça para dentro.

— Entra, mãe — convido e vou até meu guarda-roupa pegar minha calça jeans e camiseta polo.

— Tudo bem contigo, filho?

— Tudo, mãe. Por que?

— Só queria saber. O que está achando de Luiza?

Eu sabia. Nada escapa aos olhos de minha mãe. Mas, nesse caso, preciso disfarçar. Não quero minha mãe pensando coisas em relação a nós. Luiza vai embora quando terminar o curso. Melhor não fazer minha mãe criar esperanças.

— Ela é legal.

— Legal. Sei.

— Mãe! O que quer que eu diga?

— A verdade. Ela está estampada na sua cara.

— Para você.

— Sim, para mim, que te conheço bem. Afinal, sou sua mãe, não é?

— Certo. Acho que não preciso falar nada então…

— Se é o que prefere, meu querido — ela me abraça e dá um beijo em meu rosto. — Só te digo uma coisa: ela precisa saber.

— Não, não precisa.

— Filho, não deixe escapar um amor assim.

— Assim? — indago, surpreso. O que minha mãe estava sabendo, afinal? Será que ela tinha percebido tudo? Mas, tudo mesmo? Fico com receio de perguntar.

— Isso. Assim, especial e verdadeiro. Do tipo que acontece uma vez na vida — ela responde e me dá outro beijo na bochecha. — Pense nisso — ela reforça e sai.

Minha mãe tem razão. O que Luiza e eu temos é algo especial, que é difícil acontecer duas vezes na vida. E acho que para mim, não vai mais acontecer. Não haverá mais nenhuma Luiza surgindo em minha vida. Isso é fato. Não vou encontrar o mesmo amor com outras mulheres. Não por minha condição, mas pela força dos sentimentos e a rapidez que eles tomaram meu coração. Amei Luiza no primeiro momento que a vi.

Essas constatações realmente me assustam.

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