T r e z e

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Hanna

Fazia apenas uma semana que eu estava na fazenda, Margô, a idosa a quem eu fui contratada para cuidar tinha 70 anos, porém era bem autossuficiente, conseguia fazer suas atividades pessoais andava, falava e por um momento até me perguntei se era realmente nescessaria a minha presença ali, porém Alícia, a tia de Ivy e John o tio, eram um casal bastante ocupado durante o dia e Margô acabava ficando sozinha o dia todo, e realmente não é bom deixar um idoso sozinho assim.

Alícia fez questão de me emprestar um Tablet e era com ele que eu falava com Ivy por vídeo quase todos os dias.

Era uma manhã e eu estava conversando com Ivy por uma chamada de vídeo.

- E aí? Como está as coisas aí na fazenda?
- Ótimas! Margô é bem autossuficiente, acabo mais sendo uma companhia pra ela.
- Que bom, me arruma um emprego assim.- Sorri de seu comentário, ela estava rindo também, sempre animada.
- E aí como está?
- Normal, quer saber como Allan está?
- Acho que já imagino, sempre com uma garota diferente! - Revirei os olhos, falar dele não deveria me chatear tanto, ainda mais quando eu pensava nele com outra.
- E se eu te disser que ele na verdade parece bem triste? E que, pelo menos aqui na empresa nunca mais o vi com garota alguma.

- Eu Não acreditaria em você, agora preciso desligar, até mais.

Fechei o notebook e suspirei, porque falar do Allan me deixava mal?!
Segui para o quarto de Margô, precisava ser uma boa companhia pelo menos.

- Bom Dia Margô, quer dar um passeio?
- Claro querida, vamos sim! - Ela estava sentado em sua poltrona tricotando e logo se prontificou a sair.

- Parece pensativa, está tudo bem?
- Sim, não foi nada. - Respondi enquanto caminhávamos pelo jardim da Fazenda.
- Se quiser conversar tenho todo o tempo.
- As vezes pego me perguntando o que aconteceu na minha vida? Eu nunca entendi certas coisas na minha vida, tipo o fato de eu nunca poder saber nem quem é o meu pai!? Ou o fato de eu sempre ter uma sensação maluca de que tem alguém me vigiando?! E agora, porque eu vim parar aqui em Nova Yorque?!...

- Tenho certeza que um dia tudo isso fará sentido, talvez seja o destino que te trouxe para cá, a fim de te dar as resposta de sua vida que você nunca saberia se continuasse onde estava.
- Quem sabe não é?! - Devolvi seu sorriso acolhedor.

- E seu coração, tem alguém em especial dentro dele?
- Por um momento eu achei que sim, mas hoje tudo parece tão confuso.
- O amor as vezes é muito confuso querida.
- E o amor não correspondido consegue ser mais ainda.

Margô era uma senhora muito boa, e eu gostei de conversar com ela, não tinha notado o quanto eu sentia falta de uma imagem materna.

*********************

As semanas na fazenda passaram rápido e eu adorava cada dia ali, confesso que sentia falta da movimentação da cidade grande e principalmente de um certo idiota lindo e gostoso que estava lá, más a tranquilidade da Fazenda era reconfortante.

- Que cara é essa? - Ivy me perguntou assim que aceitei sua chamada de vídeo naquela manhã.

- Acho que comi alguma coisa estragada ontem, estou com o estômago horrível!
- Como está as coisas por aí?
- Tranquilas, Margô tem sido maravilhosa, já estou até pensando em me oferecer pra ser sua neta.
- Tenho certeza que ela ja te considera uma.
- E como está as coisas por aí?
- Normal, tirando o fato de que o Allan parece cada dia mais deprimido.
- Tenho certeza que não é por minha ausência, deve ser algum mal entendido com suas "amiguinha".
- Você o odeia?
- Ivy Eu preciso ir, depois agente se fala. - Eu não queria falar sobre isso, porque a verdade é que eu não conseguia o odiar, porém o que mais me incomodou no momento foi o gosto de suco gástrico que senti em minha boca, eu precisava sair dali ou o notebook sería vítima do meu vômito.

Allan DelyonOnde histórias criam vida. Descubra agora