Allan Delyon

Trinta Quatro

      Hanna

          Acordar e poder ouvir o som dos pássaros cantando era uma dádiva daquele lugar, levantei de pressa naquela manhã somente para abrir a janela do quarto e sentir a brisa carregada pelos perfumes das flores tocar em meu rosto, como era bom acordar aos sábados de manhã. Fazia pouco mais de 4 meses que tínhamos nos mudado para aquele lugar maravilhoso, más cada amanhecer era único naquele ali. O único som que me alegrava mais que o som dos pássaros ao acordar, era ser despertada pelos resmungos dos meu pequenos pela babá eletrônica.
         Estranhando um pouco não ser acordada por eles, vesti um roupão e sai do quarto em direção ao deles somente para me derreter ao ver Allan terminando de oferecer a mamadeira ao Théo enquanto o pequeno Zack ainda estava dormindo.
  
         - Bom Dia, porque não me acordou? - Com a voz suave para não acordar o pequeno, me aproximei deixando um beijo no rosto do homem pelo qual eu tinha dado uma segunda chance, coisa pelo qual todos os dias eu tinha mais motivos para ter certeza de que eu tinha feito a escolha certa.
          - Bom Dia meu amor, você estava tão linda dormindo que eu não fui capaz de te acordar. - Colocando a mamadeira vazia sobre a mesinha ele pôs o pequeno em posição de arroto.
          - Seu bobo, Zack ainda não acordou? - Perguntei desconfiada, ele era sempre o mais escandaloso.
          - Na verdade ele já acordou, mamou e dormiu novamente, não sem antes deixar um pacotinho cheio para eu limpar! - Sorrindo eu imaginei a cena, Allan era sempre ocupado com a empresa, porém tem se esforçado muito e tem sido de muita ajuda com os meninos, decidimos que sozinha eu não daria conta de dois bebês, e como não confiava em mais ninguém para babá, Marina aceitou me ajudar com eles e contratamos a Benedita, irmã de Marina para cuidar dos serviços da casa, ela era uma ótima pessoa e Marina só tem se mostrado ainda melhor como babá, paciente, zelosa, calma e sente pelos meus filhos um carinho imenso, não posso negar o quanto sou grata a elas.

         - Finalmente! - Sussurrando saímos do quarto depois que deixamos os dois dormindo serenamente.

         - Já que eu pude dormir até mais tarde hoje, acho que merecemos uma comemoração! - Tentando soar sedutora eu retirei o roupão e então a camisola, deixei sobre a cama e dei o meu melhor para rebolar até o banheiro, pelo jeito consegui, pois não demorou alguns segundos e as roupas de Allan começaram a voar pelo quarto e logo ele estava me acompanhando no banho, banho esse que aconteceu somente após duas rodadas de sexo matinal suficientes para me deixar revigorada naquele dia maravilhoso.

      ***

        - Com licença senhora Delyon, chegou uma visita para você! - Dona Benedita se aproximou enquanto eu acalmava o Zack que provavelmente sentia um pouco de cólica.
         - Pode me chamar só de Hanna, por favor, quem é a visita? - Falei a es sorrindo, Benedita ainda tinha seus costumes de manter a formalidade entre os patrões e eu quase sempre tentava lembrá-lá de que elas como funcionárias eram uma parte da família.
         - Uma moça ruiva com uma menininha linda, disse que é sua irmã,  más não se parece nada com a senhora! - Sorrindo eu soube que provavelmente era Maddie, e acertei, logo ela estava no quarto dos meninos comigo, Lavinea estava cada dia mais linda, já tinha feito 7 meses, seus cabelos ruivos estavam cada dia maiores, os olhinhos acastanhado, ela era a garotinha mais linda que eu já tinha visto.

         - Como está linda essa menina, maravilhosa, e você como está? - Perguntei olhando para minha irmã caçula, eu sabia que ela não estava totalmente bem com a morte da mãe, porém sabia que ela era forte e tiraria tudo isso de letra.
           - Tudo que tem de beleza tem de esperteza! - Maddie comentou sorrindo um pouco, a pequena Lavinea logo começou a balbuciar e tentar alcançar objetos.
           - Pode deixar ela a vontade se quiser, Allan arquitetou minuciosamente esse quarto para não possuir objetos que possam ferir crianças. - A ajudei a arrumar algumas almofadas no chão ao redor da pequena e a rodeamos de brinquedos, o que permitiu Maddie ter um momento de descanso.
            - Eles estão cada dia mais lindos, serão os galãs das meninadas! - A acompanhei no riso, eu tinha que concordar e não é porque eu sou mãe,  eles eram mesmo dois meninos lindíssimos e tinham tudo para serem um sucesso no futuro, não só com as mulheres eu espero.
           - Então, eu não vi mais o Jimmy, tem notícias dele?! - Perguntei mudando de assunto, fazia quase um mês que ele tinha vindo visitar os meninos.
            - Ele tem estado ocupado com a Elite, viagens atrás de viagens, más acredito que logo ele virá te ver.
            - Eu espero que sim, nunca pensei que  poderia assumir isso, más sinto falta dele!
            - Tenho certeza que ele sente a sua também, por anos eu o vi incompleto, infeliz, más no dia que ele estava no Brasil acompanhando você de longe, eu o vi com o sorriso de orelha a orelha, naquele momento eu me senti enciumada, ele nunca tinha estado tão feliz por me ver como ele ficava ao te ver apenas de longe, más hoje eu o entendo, ele foi obrigado a ficar longe de você, o que eu mais quero hoje é que ele possa suprir esses anos distante estando cada dia mais com você, a culpa não foi sua, no coração agente não manda, imaginar uma menininha crescer sem poder saber ao menos o nome do pai, deve ter sido terrível para você.  - Olhei para Maddie e eu soube que ela estava lembrando também palavras duras ditas por sua mãe a mim, más eu não queria que ela se sentisse mal, ela já tinha motivos suficiente para estar assim por ter perdido a mãe.
           - Não posso dizer que foi fácil, más o importante é que passou, hoje eu sei o motivo, eu o perdoei e posso dizer com todas as minhas forças que o amo, que ele é o meu pai. - Aceitei o abraço de Maddie, ela precisava disso tanto quanto eu.

            - Eu sinto tanta falta dela, eu sei que ela foi cruel com você, más é que está sendo tão difícil, todos só sabem dizer que ela teve o fim que mereceu... - Antes que ela terminasse eu a calei,  não precisava citar nomes para saber que ela se referia a Khaterine, sua mãe.
            - Eu sinto muito que ela tenha tido o fim que teve, todos merecem uma segunda chance e entendo que apesar de tudo, ela era sua mãe, você tem todo direito de ficar triste, de viver o luto,  pode chorar, você deve chorar, ela era sua mãe e nada pode mudar isso, nem as atitudes dela, então saiba que estarei aqui sempre que precisar desabafar, mesmo que seja sobre ela, eu sei o que você está sentindo, o vazio que uma mãe deixa nada nem ninguém pode preencher, com o tempo você aprende a seguir sem chorar com tanta frequência, más o vazio, esse nunca sairá daqui.  - Apontando para o coração dela, eu soube que tinha usado as palavras certas, depois de a deixar chorar mais um pouco, pedi que Benedita trouxesse um copo de chá para nós o que acalmou não só a ela, más a mim também.

          - Me desculpe pelo incômodo e obrigada por tudo.  - Maddie já estava com a Lavinea nos braços de novo se preparando para encerrar a visita.
          - Não é um incômodo, vocês são bem vindas aqui sempre que quiserem, e por favor, não se sinta sozinha, pode contar comigo! - A abracei mais uma vez antes dela descer para a saída, a acompanhei.
    
           - Oi meu amor,  como foi seu dia? - Na sala notei que Allan já tinha chegado e com ele estava Brayn, provavelmente tinha vindo buscar a esposa.
            - Exelente e o seu? - Retribui o selinho enquanto Maddie encarava Brayn parecendo surpreso dele estar ali.
            - Esquecerei todo meu dia para curtir a partir de agora onde eu tenho certeza que passarei os melhores momentos desse dia. - Sorrindo e até um pouco envergonhado pela declaração eu o abracei fortemente.
           
            - Você parece bem melhor meu amor, a tarde aqui te fez bem! - Brayn acariciou o rosto de Maddie e eu me preocupei com ela, talvez ela tenha vindo sem avisar porque estava num momento de desespero emocional, eu a entendi.
            - Me fez muito bem sim, irei fazer isso mais vezes, se a Hanna permitir é claro! - Ver ela sorrindo ali e conhecendo que o sorriso era sincero me deixou alegre, me senti mais leve.

            - Pode fazer visitinhas quando quiser, irei adorar, além do que agente podia sair para algum lugar e distrair a cabeça também, levar essas crianças para tomar um sol, estão tão branquinhas. - Todos rimos do meu comentário, até porque era verdade, os três eram crianças de pele muito clara, precisavam de um pouco de melanina e quem melhor para oferecer isso a eles que alguns raios de sol.

              - Combinado, na próxima semana eu venho pra gente sair com essas crianças. - Maddie respondeu animada com a ideia.
             
              - Que tal se você viesse amanhã deixar a Lavinea com a Marina e a Benedita e ir apenas você e a Hanna para um dia de descanso o spá? - Não consegui evitar arregalar os olhos diante da proposta de Allan, estava tão focada nos meninos meses 5 meses que eu não pensei em mim.
              - Mãe podem fazer isso? - Questionei sorrindo.
              - Não só pode como devem, está acertado, durmam o quanto precisar, pagarei a mais para Marina e Benedita ficarem com os três e vocês saiam e só voltem no pôr do sol. - Sorrindo era como eu estava e continuei mesmo depois que Maddie e Brayn foram embora, eu teria um dia de beleza, e estava ansiosa por isso.

BOM DIA

Será mesmo que o Allan ofereceu a Hanna um dia no spá sem motivos ou tem surpresas por aí? Até semana que vem.  Um beijo no coração de vocês e obrigada a todos.