Allan Delyon

D e z e n o v e

Hanna.

     Não consegui acreditar quando Allan me ligou no meio da noite, pela sua voz eu sabia que ele estava bêbado,  eu queria muito simplesmente desligar e o deixar onde quer que ele estava, más não foi isso que eu fiz.

      - Alô,  Kallik, preciso da sua ajuda!

       Não demorou muito e Kallik estava com o carro na frente da mansão de Allan.
     - Aconteceu alguma coisa?
     - Eu sei que deve estar com raiva de Allan e eu também estou, más precisamos encontrar ele. - Kallik suspirou, porém concordou com a cabeça.
       - Aonde acha que ele está?

       - Ele disse algo sobre disk gás.

       - Dyrk Glass?!

       - Isso!

       - Sei onde fica. - Era um bar bem afastado de Manhattan, um lugar até meio assustador para se estar.

      Assim que chegamos,  desci do carro rápido e entrei no local sendo seguida por Kallik, Allan Estava debruçado sobre uma mesa no canto do bar, ele estava desmaiado, por sorte Kallik era forte o bastante para carregá-lo até o carro.

     - Hanna, eu te amo, não pode ficar sem falar comigo, isso dói sabia? - Allan resmungou chorando, ele estava realmente muito bêbado, tentei não pensar muito no que ele disse, era só um surto de bêbado,  amanhã ele nem se lembraria de nada disso.
     
     Kallik e Marina ajudaram a levar Allan até seu quarto, deixaram ele  na cama e saíram.

      - Obrigada Kallik! - Disse assim que estavamos perto do seu carro lá fora.
      - Eu fiz isso por você Hanna, e faria qualquer outra coisa que me pedisse. - Ele acariciou um pouco meu cabelo e acho que me beijaria, más abaixei a cabeça.
      - Me desculpe.
      - Tudo bem Hanna, eu sei que você ainda é apaixonada pelo idiota do meu primo.
      - Talvez, más não é isso...
      - Está tudo bem, boa noite. - Kallik se foi e eu voltei para dentro da mansão,  juro que eu não queria mais entrar no quarto de Allan, más meu instinto protetor me fez ir até a cozinha, peguei duas aspirinas e um copo de água e deixei sobre seu criado mudo.
      - Hanna! - Por um momento achei que ele estava sóbrio, más ele logo virou de lado e vomitou, decidi sair, eu não precisava passar por aquilo,  eu nem deveria ter ido ajudar ele.

          No dia seguinte decidi ir mais cedo pra empresa, eu não queria ter que ver Allan. Porque não é tão simples esquecer uma pessoa? Deveria ser assim, se a pessoa te feriu, seu coração por si só tinha que apagar ela de lá,  más não,  por mais que Allan tinha me ferido, eu ainda não tinha conseguido o esquecer e acho que estou bem longe de conseguir isso, infelizmente.
   
       Sentei em minha mesa e passei as mãos sobre minha barriga, porque tudo tinha que ser tão complicado assim?. Eu não queria pensar que eu teria que abandonar meus filhos, más sabia que Allan era covarde o suficiente para me obrigar a deixá-los e eu não tinha poder sobre isso.

       Trabalhar com Kallik era bem diferente do que com Allan, Kallik era mais leve, mais sorridente, e sempre requisitava a minha presença em sua sala e eu estava começando a imaginar que ele apenas queria me ter por perto por mais tempo.

      - Hanna, terei uma reunião com um Doutor brasileiro hoje, se importa em me acompanhar? - Kallik Perguntou quando se aproximou da minha mesa naquela manhã.
      - Claro que não,  a que horas vamos?
      - Ele marcou um almoço,  más tem um problema.
      - Qual é o problema?
      - Allan também estará presente na reunião.
      - Acho que posso lidar com isso, não se preocupe. - Kallik sorriu e foi para a sua sala, é claro que estar perto de Allan era um problema para mim, eu o evitava quando ele estava em casa, passava o dia trancada no quarto e só saia para comer, tudo isso para não ter que estar perto dele. Respirei fundo e continuei meu trabalho.