C a t o r z e

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Hanna.


      - Bom Dia Margô.  - Olhei para a doce senhora que ainda estava deitada e esperei sua permissão para entrar no quarto.

      - Entre,  por favor.
      - Precisa de alguma coisa?- Perguntei me aproximando dela.

      - Eu estou bem querida, más você me parece bem abatida.
      - Não foi nada, eu estou bem.
      - Sente aqui.  - Ela apontou o lado de sua cama e eu me sentei diante do seu olhar maternal.

      - Se quiser conversar serei uma boa ouvinte.
      - Obrigada Margô,  não se preocupe, não posso te encher com meus próprios problemas.
      - Tudo bem, más saiba que pode conversar comigo se quiser.
      - Obrigada, vou preparar seu almoço.  - Deixei um beijo em sua testa e segui para cozinha.

       Estava picando os filés de frangos em cubo para uma sopa, quando o cheiro forte do frango fez meu estômago virar e tive que correr para alcançar o banheiro mais perto.

         Eu estava cada vez pior, desde que Ivy  tinha me assustado com a possibilidade de eu estar grávida eu não falei mais com ela, já tinha três dias.

       Ainda estava levantando do vaso quando Margô apareceu na porta do banheiro com uma toalha na mão.

        Me olhei no espelho e eu estava pálida,  parecia que ia desmaiar a qualquer momento, os vômitos matinais não tinham parado e eu tentava de todo jeito fazê-los parar, hoje nem café da manhã tinha tomado, más acabei vomitando um pouco do meu suco gástrico,  o que foi ainda pior.

       - Consegue vir? - Margô me estendeu a mão e eu a acompanhei me sentindo péssima,  eu quem devia estar cuidando dela, não o contrário.  A quem eu estava querendo enganar, eu estava mesmo grávida!

      - Está se sentindo melhor? Acho que vou ligar pra Alicia  te levar em um médico.
     - Não precisa se preocupar, acho que já sei o que eu tenho.

     - Quer conversar?

     - Acho que estou grávida! - Respondi e a palavra "grávida" soava estranho em minha boca, não que eu não desejasse ser mãe,  más a verdade é que não me sentia preparada para isso. Para minha surpresa Margô ficou feliz com a possibilidade,  e eu apenas me desmanchei a chorar ao assumir essa palavra em voz alta.

      - Não chore, o que há de errado em estar grávida?  Um filho é uma benção!

      - Eu sei, más no meu caso eu não sei se é a hora certa, ser mãe solteira, como vou criar uma criança em um país que eu nem sei falar a língua direito, como vou sustenta-lá?!
      - E o  pai da criança? Ele deve te ajudar.

      - O Allan?! - Meneei a cabeça e soltei um sorriso entristecida.    - Não,  Ele leva uma vida de solteiro boa de mais para querer se arriscar sendo pai.

      - Porque fala assim? Tenho certeza que ele vai adorar a notícia,  muitos homens sonham com esse momento.

      - Talvez sim, más o Allan não é esse homem,  ele é o tipo de cara que uma garota pra ele significa apenas uma noite e nada mais.

      - Ele a machucou. - Ela afirmou e eu apenas concordei com a cabeça chorando ainda mais.

       - Não é culpa dele, a culpa foi minha por ter me apaixonado, eu confundi as coisas. - Margô deitou minha cabeça em seu colo e começou a me fazer cafuné,  esse ato me deu um conforto tão grande que meus olhos simplesmente se fecharam em um sono tranquilo, dormi por minutos ou hora, não sabia, más estava em um sonho lindo com um bebê quando escutei alguém me chamando.

Allan DelyonOnde histórias criam vida. Descubra agora