Lia Bullock
Point of view"No início todos conseguiam ver as diferenças e complicações eminentes, mas mesmo assim eu tratava como algo insignificante, e me entregava e algo vazio, mas depois isso virou motivos pequenos para cada cicatriz minha."
{...}
Uma vez meu pai me falou que a música corre nas veias dos amantes da arte. Ele estava certo, uma vez ele tentou me ensinar a tocar piano, mas eu não estava muito interessada, o Harvey sempre amou a culinária e a música, ele era a cópia escrita do papai, sinto falta dele.
Eu observava o que o garoto fazia, as bochechas rosadas dele combinavam perfeitamente, ele era tão fofo. Eu ficava admirada pelo talento dele, e não entendia o motivo que ele tinha tanto medo de seguir isso.
- Você é muito talentoso. -Sorrio pra ele.
- Obrigada, o que quer que eu cante? -Ele sorri.
- Você pode tocar qualquer coisa, eu vou achar bonito.
Estávamos esperando as meninas voltarem pra minha casa, eles iam comprar um bolo algo assim.
Então Ruel e eu estávamos apenas conversando no meu quarto, enquanto ele tocava.- Quer que eu te ensine? -Ele olha pra mim, os olhos dele eram tão bonitos.
- Meu pai tentou me ensinar a tocar piano, eu não estava tão interessada na época.
- Quer dizer que eu trouxe minha guitarra em vão? -Ele ri.
- Esse é o único item que nunca vamos cumprir Ruel, e você não trouxe em vão... Cante pra mim, por favor. -Me aproximo dele.
Ruel parecia muito concentrado a achar a nota, era fofo, ele começa a tocar e eu percebo que era sunflower.
- Sunflower
Sunflower
My eyes
Want you more than a melody
Let me inside
Wish I could get to know you -Ele canta e olha pra mim.- Sunflowers
Sometimes
Keep it sweet in your memory
I was just tongue-tied -Tento imitar a voz dele.- And I don't wanna make you feel bad
But I've been trying hard not to talk to you
My sunflower- I couldn't want you any more
Kiss in the kitchen like it's a dance floor
I couldn't want you any more. -Canto e ele para de tocar.- Tive uma ideia... -Ele sorri. - No aniversário da Jade, sua mãe colocou música depois do jantar, quer dançar?
- Naquele dia você pisou no meu pé quatro vezes, e no festival também. -Beijo a bochecha dele.
- Desculpa por isso, é que eu... Não sei dançar muito bem. -Vejo as bochechas dele tomarem um tom mais avermelhado.
- Tudo bem, vem. -Coloco a música e puxo ele.
Com certeza éramos estranhos demais pra dar tempo ao olhar pra si, mas conversar sobre o que havia acontecido não era vergonhoso, era apenas algo especial demais pra ser dito.
Um sentimento dito era algo grotesco na maioria das vezes, mas um sentimento sentido na pele e alma era algo tão bonito quanto a vida.[...]
Meu dedo deslizava pela tela do celular, eu tentava fugir de alguns pensamentos ruins daquela noite de verão.
Meu dia havia sido incrível, mas eu odiava pensar que eu não iria mais ouvir o barulho do piano sendo tocado pra que todos da casa acordassem durante o sábado, eu poderia chorar por milênios.
Eu odiava pensar que ele não estava mais ali, meus amigos dormiam na sala e pela insistência do Harvey; eu tinha que dormir no meu quarto.Pego o meu cobertor e o meu travesseiro e saio do meu quarto, ser baixinha era um saco, eu quase caí pela escada.
Me aproximo deles e vejo que Sarah estava acordada, Harvey dormia perto dela, Jade abraçava a Riley, meus Deus elas ainda acham que ninguém descobriu que elas estão juntas?
E o Ruel dormia feito um grande bebê.- Não consegue dormir? -Ela pergunta.
- Posso dormir aí? -Vejo Ruel se mexer e ele se "levanta".
- O que aconteceu? -Ele pergunta com uma voz mais rouca que o normal.
- A Lia não consegue dormir. -Sarah se levanta pegando as minhas coisa e levando pro lado do garoto alto.
- Eu tive pesadelos.
- Quer que eu faça algo pra comer? -Sarah diz, ela sabia quais eram os pesadelos.
- Você vai colocar fogo na casa. -Dou uma pequena risada.
- Eu faço. -Ruel se levanta.
- Não precisa, eu só quero dormir. -Me deito perto de onde ele estava.
Ele se deita de costas pra mim, sorrio e bagunço o cabelo dele.
- Pode me abraçar? -Digo baixo.
- Você tá bem? -Ele se vira e olha pra mim.
- Sim. -Assinto com a cabeça. - Eu só quero...
- Uma garantia que quando acordar aquilo não vai ser real. -Como ele sabia aquilo? - Eu também tenho pesadelos.
Ele me abraça e beija minha testa, aquilo era bem mais especial que qualquer "beijo". Era algo tão difícil de ser sentido, na verdade eu nunca tinha sentido aquilo.
Em nenhum momento da tarde em que jogamos e ele me dava pequenos beijos de comemoração, era algo superficial ou muito profundo que podeira dar um filme, era a nossa conexão, éramos nós. Era algo tão nosso que me ajudava a pensar o que era a mesma coisa que eu sentia naquele momento, e isso parece confuso, como se perguntar como o sofá caiu enquanto jogávamos.- Eu serei sua pedra também Lilly. -Ele diz e eu dou uma pequena risada abraçando ele forte.
- Se fosse pra escolher uma música agora pra trilha sonora, o que escolheria?
- Fine Line provavelmente. -Ele fala e olho pros olhos dele.
- Boa noite. -Sarah diz.
- Boa noite. -Ruel e eu dizemos juntos.
- Fine Line é a uma ótima música, eu me imagino dançando ela. -Sorrio ao sentir aqueles pensamentos se substituindo.
- Em uma praia não é?
- Sim. -Sorrio.
- Eu penso a mesma coisa.
- Podemos fazer isso qualquer dia. -Falo e sinto ele fazer um carinho nos meus cabelos recém cortados.
- Pode ser. -Ele me dá um selinho. - Sem pesadelos hoje. -Ele entrelaça o dedo mindinho no meu.
- Sem pesadelos hoje. -Sorrio e beijo os nossos dedos entrelaçados.
Éramos duas crianças confusas, com medo de não descobrir o caminho pra casa.
Também éramos dois adolescentes que queriam algo mais que um comum, queríamos sonhar.
Eu gostava dele, e daquilo.{...}
"Parece ironia eu sei, mas eu me sinto em um filme clichê onde eu sou a vilã e eu nunca vou ter um final feliz."
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𝐒𝐓𝐎𝐍𝐄, 𝒓𝒖𝒆𝒍
Romance𝐒𝐓𝐎𝐍𝐄 || ❝ ela é a melhor parte do mundo, tem esperança nele, mesmo que não tenha em si mesma.❞ Onde Ruel e Lia acabam sendo ligados por dor e conflito, mas mesmo assim, se tornam o próprio lar.