Chapter One

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Lia Bullock
Point of view

"Somos seres jogados em um taboleiro de xadrez gigante, alinhados, jogados, retirados do jogo e descartados quando quebrados."

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A maior parte das pessoas que dizem que são a salvação do mundo e que fazem o certo para Deus, reprimem nossas vidas a tempos que eu nem imagino. Sinto muito se ofendo alguém com meu pensamento, mas acho que devo pensar e falar com sinceridade tudo isso.

Talvez esse pensamento seja ignorante, mas eu estou cansada de esperar que salvem minha humanidade. Eu lembro quando a Riley se assumiu lésbica, lembro das vezes que ela voltava chorando pra casa. Eu não entendia a dor dela, mas queria poder socar todos que diziam que a mesma "pecava gravemente".

E tudo naquele momento parecia um filme, até a luz amarelada no teto da diretoria... Me pergunto se eles não sabem o quanto aquela lâmpada gasta de energia, ciência básica, era só ler a caixa.

- Sinto muito por não poder fazer nada, é protocolo da escola. -O diretor falava calmo e isso me irritava.

- Como assim não podem fazer nada? -Pergunto confusa.

- Vocês teriam que falar com a polícia e provar tal assédio. -Ele faz aspas com a mão dando ênfase em sua desconfiança na Riley. - Demorou para que vocês falassem isso, e se for um tipo de brincadeira que vocês parem logo agora.

- Porque não pode acreditar em nós? -Ouço a voz da Riley visivelmente nervosa.

- Não é questão de acreditar Senhorita Evans. Ele é um dos nossos professores e nunca havia acontecido nada disso em anos na nossa escola, são fatos.

- Também é um fato que ele assediou a Riley. -Falo e ele me olha.

- Não temos provas, e isso aconteceu no baile, alguém poderia ter fornecido álcool pra sua amiga. Sabemos que muitos de nossos professores não estavam fiscalizando na hora, ou saberíamos desse tipo de abuso contra a uma de nossas alunas.

- Acha realmente que estou mentindo? -Riley segura minha mão forte. - E que eu por acaso inventei isso por álcool? -Ela diz indignada.

- Não estou dizendo isso.

- Se acha que eu estou tentando chamar atenção, ou eu não sei o que quer dizer... Eu só... Eu realmente não entendo o porquê não acredita em mim.

- Agradeço pela confiança de compartilhar isso, mas agora peço que saiam de minha sala. -Ele diz e tira seus óculos.

Saio da sala com a Riley e vejo as meninas do lado de fora.

- Eu quero ir pra casa. -A garota loira fala baixo.

- Eu te levo pra casa. -Jade a abraça de lado.

- Qual é o problema dele? Por quê não acreditou na Riley? -Bufo irritada.

- Ele ignorou tudo o que vocês falaram? -Sarah diz e me olha.

- Ele falou em outras palavras que não era problema da escola e não conseguia acreditar que um professor tão bom havia feito isso, também disse que precisava de provas pra acreditar nela.

𝐒𝐓𝐎𝐍𝐄, 𝒓𝒖𝒆𝒍Onde histórias criam vida. Descubra agora