𝐒𝐓𝐎𝐍𝐄, 𝒓𝒖𝒆𝒍

Chapter Thirteen

Lia Bullock
Point of view

"Eu sinto muito por ser tão fraca, por precisar de ajuda sempre que eu me sentia mal. Você nunca me ensinou ser assim, sinto muito, mas eu não posso."

{...}

Queria poder ser sincera com ele, mas era uma quarta-feira... E eu já estava cansada.
Por provavelmente ainda não ter aceitado o fato sobre tudo aquilo, no domingo eu passei mal novamente, minha respiração pesou, e eu senti meu corpo gelado... Como se me minha alma estivesse esvaindo do meu corpo. Meus lábios estavam escuros, as pontas dos dedos também... Eu só lembro disso...
E o pior que eu demorei pra aceitar isso, demorei pra aceitar que eu era doente.
E que tava tudo bem. Mas tinham milhares de nuances na minha vida, que me atormentavam o tempo todo.

Alguém poderia ter me dito como é amar realmente, como é sentir aquilo tomar conta de você sem nem perceber.
O tempo definitivamente é uma merda, ele nunca nos mostra pra nós o que ele quer.
E o que mais doía é que eu passei tanto tempo tentando explicar o meu significado de amor, que eu realmente cansei.
Independente de tudo, eu amava pessoas... Eu me atraía por elas, e simples...
Qual era o problema? E o porquê era tão difícil falar sobre?

- Você ainda escreve no diário? -Ouço a voz da minha terapeuta.

- Não diariamente mais, geralmente é quando eu acho que preciso. -Digo calma e olho pra mulher ruiva.

- Da última vez que veio aqui... No mês passado... Você me falou sobre esse conflito amoroso... -Ela tenta falar mas eu falo antes sobre o assunto.

- Não é amoroso... É um conflito com meus sentimentos...

- Me fale mais sobre, você sabe que pode contar tudo aqui. -Ela sorri gentil.

- Você tem minha ficha médica... -Desvio o olhar dela ao falar e sorrio fraco. - Sinceramente, demorou uns anos pra que eu aceitasse que... Um dia... Meu coração pararia de bater antes do esperado, eu até fiz um roteiro na minha cabeça.

- Você já me contou sobre isso... -Ela diz com a voz calma e sorri mais uma vez.

- Eu sei, mas eu acho que preciso falar sobre isso, afinal é o que está me incomodando.

- Pode continuar.

- No domingo eu passei mal, me levaram pro hospital... Me disseram que eu fiquei inconsciente... Por cinco minutos, eu não estava consciente... Mas eu aposto cinquenta dólares, que meu irmão segurou as lágrimas, enquanto tentava me acordar, porque é isso que ele sempre faz, ele tenta ignorar tudo o que sente enquanto cuida de mim.  -Digo e olho séria pra ela, cruzando as pernas e puxando o vestido vermelho que eu usava um pouco para baixo. - Eu me acho um peso a maior parte do tempo, e creio que você já saiba disso, escreveu a cinco minutos isso.

- E você acabou de ler isso... -Ela mostra o caderno pra mim. - Com o papel de ponta a cabeça...

- Meus remédios... Pararam de fazer efeito. Eu os tomava... Desde que eu coloquei o marcapasso. -Digo e seguro minhas lágrimas. - Estão tentando um remédio novo, inclusive eu tomo um outro remédio pra que eu não tenha alguma reação alérgica aos remédios... Todos os dias... Eu acordo... Tomo um café sem açúcar, não posso ter diabetes também...