Capítulo XIII

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Alexander se aproximou ainda mais de Amberly. Ele colocou a mão em sua bochecha direita a contemplando como nunca havia imaginado que faria. Algo nela o atraia e muito.

Serão seus olhos azuis acinzentados cheio dessa doce inocência? Ou será que foi aquela imagem dela o esperando em sua cama como se fosse uma deusa grega?

Uma necessidade de tê- la em seus braços havia tomado conta de todos os seus sentidos. Sentindo aquele aroma de rosas que emanava de sua pele, suas forças ao se recordar o que devia fazer simplesmente desapareceram. Temendo até cair, sem dar-se conta de como pouco a pouco tudo acontecia. Ele a atraiu para si unindo os seus lábios em um beijo. Ele a beijou como jamais pensou voltar a beijar alguém e os lábios dela o respondia timidamente. Alexander a deitou lentamente naquela cama, se lembrando de que ela ainda era inocente e da sua própria necessidade que sentia nesse momento.

E ele foi obrigando a si mesmo. Lentamente. Carinhosamente. Sutilmente. Enquanto ia a admirando e acariciando o seu corpo. Fazendo que naquela noite eles se tornassem um, sob a luz da lua que entrava pelas brechas da cortina da janela.

Alexander havia se permitido a beijá- la e amá- la, e se sentindo de imediato como se estivesse em uma espécie de paraíso, ao sentir como ela lhe respondia.  Mesmo quando ele havia se proibido sentir aquilo. Seu principal objetivo havia sido evitar qualquer envolvimento emocional. Mas ele estava ali, tendo ela em seus braços. Completamente sua.

E Alexander havia sucumbido aquilo que ele mesmo havia se proibido. Sentindo que algo nela o envolvia, fazendo-o experimentar coisas que a seu parecer indescritíveis. Ele havia tido a inocência de Amberly. E algo mais...

(...)

Quando a sua respiração voltou ao normal, Alexander rolou para o lado.  Amberly ficou com a cabeça apoiada em seu ombro, até o momento que ela adormeceu.

Alexander olhou para sua nova esposa ao seu lado ainda surpreso consigo mesmo. Imóvel, ele tentava não pensar, tentava ir dormir como costumava fazer antes. Mas essa noite não iria ser como as outras noites. Ele sentiu de novo aquele alarme em seu interior, aquele que lhe lembrava que devia se colocar de pé e abandonar aquela cama, enquanto uma parte dele, a mais traiçoeira de todas, o impulsionava a ficar ali. E dormir com ela. Amaria de novo como jamais havia pensado em fazer. Até esse momento.

Ele começou a sentir uma profunda ternura por sua esposa, coisa que havia se proibido de sentir. Isso não fazia parte daquele casamento por conveniência.

Alexander fechou os olhos, se recriminando por fazer aquilo. Era tudo o oposto do que ele pensava fazer justamente nesse momento. Mas, como podia ser tão cruel e deixá- la ali sozinha em sua primeira noite de casados? Ainda mais depois do que haviam compartilhado juntos. Por acaso ela não era sua esposa? Sua nova esposa?

- "Deixarei que seja assim até o final da nossa lua de mel... Depois seremos apenas seres individuais, com o mesmo fim... Deus, eu te imploro de todo coração que ela fique logo grávida de um filho homem meu. O futuro herdeiro..." - ele sussurrou para si mesmo olhando silenciosamente para sua esposa, enquanto deseja retirar uma pequena mecha do seu cabelo que cobria o meu belo rosto. Mas ele se proibiu de fazer. Desejava não sentir aquilo quando a tocava.

(...)

Havia sido um erro ceder aqueles desejos durante a sua noite de núpcias. Alexander havia dito para si mesmo na manhã  seguinte, enquanto a olhava nos olhos, no momento em que tomavam o café da manhã juntos, antes de partirem para sua viagem de lua de mel que aconteceria na Escócia.

As bochechas de Amberly ficaram vermelhas enquanto Alexander a olhava e de alguma forma esse gesto comovia sua alma. Ela era uma mulher completamente inocente, que sem importar suas razões, havia feito coisas inimagináveis. Coisas que ele acreditava que jamais voltaria a sentir. Por isso sentiu que o seu coração o traia, ao sentir mexido por causa dela. Eles estavam casados por conveniência e isso jamais mudaria.

Ou era isso o que ele queria acreditar.

Mas a medida que os dias foram avançando na Escócia e ele cumpria os seus deveres conjugais, ele se dava conta de que ter escolhido ela como sua esposa, havia sido um completo erro.

Seus olhos azuis acinzentados sempre que o olhavam avivavam o seu coração, que até nos sonhos o aquietavam a alma. Não... ela o fazia trair a si mesmo, mais do que ele esperava. Ela era inocente, isso estava claro. Mas seu corpo, seus olhos e seu aroma iam o envolvendo, e pouco a pouco o confundindo.

>>Não posso sentir nada por ela... Não. É apenas um casamento por conveniência. Não haverá mais... Meu coração e minha alma, não podem sentir mais. Mas, não sei o que está me acontecendo. É melhor voltarmos logo para Somersham. Não quero feri-la... Não quero fazê -la acreditar que possa existir algo mais.

Edimburgo - Escócia - Verão de 1782

Havia buscado seu olhar naquele quarto como todas as noites, depois de ter voltado de algum baile ou algum passeio, sentindo mais uma vez aquele violento impulso avassalador que vinha sem piedade. Ele desejava acariciá- la e possuí-la como principal objetivo.

- "Você é rrealmente tão bonita..." - Alexander disse sem ele mesmo esperar.

Amberly havia soltado seus cabelos loiros naquele instante, enquanto ele estava entrando naquele quarto. Ela estava na frente de sua pequena penteadeira, usando apenas sua camisola de seda azul, que deixava ver tudo aquilo que estava debaixo daquela peça.

- "Alexander..." - ela ruborizou se sentindo lisonjeada. - "Você me deixa um pouco sem jeito com essas palavras..."

- "Estou sendo sincero. Você realmente é muito bonita..." - ele sorriu.

Ele caminhou ate ela, sem saber como era possível que ela tivesse esse poder sobre ele. Mas ela tinha e era melhor que ela nunca soubesse disso.

Ele se aproximou dela, passou sua mão por seus suaves cabelos e depois tocou sua bochecha. Ela cheirava a rosas. Uma onda de sentimentos brotou sobre ele, fazendo com que ela se sentisse atada a ele naquele momento.

Era sua lua de mel. Estava fazendo todo o possível para que ela ficasse grávida. Era o seu maior desejo. E quando isso acontecesse, ele se ausentaria. Era o melhor para ambos. Ele havia sido sincero desde o princípio e queria continuar sendo.

Ele a atraiu para si. Se conter era impossível, enquanto sentia que se perdia nela. Naquilo que desconhecia ainda mais quando ela lhe respondia. Uma mulher que lentamente se entregava a ele seu corpo e alma, como nunca havia esperado. Porque ele não se obrigava a fazer o mesmo?

Não... Isso estava proibido.

Seu coração sempre pertenceria a apenas uma mulher e ela se encontrava debaixo da terra. Por Amberly simplesmente sentiria um sentimento comparável ao que se sente por um amigo. E não outro.

AMBERLY - A NOVA DUQUESA DE SOMERSHAM Onde histórias criam vida. Descubra agora