Não, não havia impedimento que lhe proibisse que ela desse a cara nesse momento. Não sentia temor de seus possíveis desplantes. Não mais. Ela tinha que enfrentá- lo, senão, ele voltaria a ir embora como fazia e voltaria a agir como de costume. Amberly se colocou de pé, se permitindo quebrar a regra de não se colocar de pé. Só tinha que cruzar aquela porta que ligava o seu quarto ao quarto de Alexander.
Amberly o surpreendeu ao entrar em seu quarto. Ela não havia se incomodado nem sequer em bater na porta e pedir para falar com ele. Ela era sua esposa. Ao menos ela tinha o direito de falar com ele quando quisesse.
- "Olá Alexander...podemos conversar?"
- "Amberly o que você está fazendo de pé?... Você não deveria..."
- "Preciso falar com meu marido..." - ela expressou em um tom seco, um pouco irritada, ao ver que ele pretendia despachá-la, fingindo interesse por ela e por sua saúde. - "É a única coisa que eu quero nesse instante. Ou não tenho esse direito?"
- "Sim..." - ele se sentiu culpado ao escutar o seu tom de voz e ao ver sua atitude tão distante com ele. - "Sente-se, por favor..."
- "Estou bem... Só vim te dizer que compreendo qual será meu lugar em sua vida. E me cansei de ficar fingindo que está tudo bem... Eu me equivoquei, assim como você..."
- "Amberly..."
- "Não me interrompa, por favor... Entendi perfeitamente qual sempre será o meu lugar e por isso, tomei coragem de te enfrentar para dizer que não estou disposta a arriscar a felicidade de sua filha... Você me entendeu?"
- "Amberly, eu..."
- "Alexander, eu nao vim aqui para te escutar. E sim para que você me escute... Não vou permirir que voce continue machucando sua filha... Ela precisa de você. Voce é o seu pai."
Ela deu volta depois de terminar de falar. Suas forças estavam se esgotando de novo, mas não queria se mostrar frágil na frente dele, ela queria ser aquela mulher fria e distante que havia fingido ser em sua presença.
- "Amberly..." - ele expressou sentindo enfurecido com si mesmo. - "Nao queria te machucar. Mas foi justamente o que acabei fazendo..."
Amberly não deu ouvidos e simplesmente entrou no seu quarto ainda se fazendo de forte.
- "É tão difícil abrir o seu coração pra mim?" - ela perguntou a si mesmo ao se afastar de sua presença e entrou em seu quarto. Foi nesse momento em que ela começou a sentir os pequenos chutes do seu bebê. - "Vai ficar tudo bem, meu amor... Eu te prometo..."
Aquela distância que ele havia posto entre eles, agora era Amberly quem manteria. Ela cumpriria as suas palavras de que só seria uma esposa por conveniência. Uma esposa invisível diante dos seus olhos. Uma esposa que não teria intenções de voltar a entregar o seu coração.
(...)
Em uma tarde, Amberly havia decidido mudar aquela vida que estava levando. Nao podia continuar fingindo que se sentia bem naquele lugar.
Com todo cuidado do mundo, Amberly havia descido as escadas e foi a procura de um dos funcionários do casarão para que pudesse ajudá- la no que pretendia fazer. Quando encontrou, ela se aproximou de um homem que ao vê- la, sorriu e fez uma pequena reverência.
- "Por favor, peça a um dos cocheiros para preparar uma carruagem para essa noite. Viajaremos para Bath... E por favor, não diga nada a ninguém. Nao quero que meu marido descubra por terceiros. Eu o farei saber pessoalmente quando ele chegar. Me informaram que ele foi ver o seu bom amigo Lorde Wetherby. Por isso espero descrição."
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AMBERLY - A NOVA DUQUESA DE SOMERSHAM
RomanceLady Amberly Debbington havia se resignado a ser uma solteirona pelo resto de sua vida. Na verdade, ela acabou concordando a comparecer a um baile da alta sociedade de Londres para satisfazer a sua tia, que ainda não havia perdido a esperança de enc...