- "Por que papai não quer vim? Por acaso ele já não me ama?" - Stephanie havia perguntado a sua babá sem se dar conta de que Amberly estava se aproximando.
Antes que a babá pudesse dizer alguma coisa, a garota percebe a presença de Amberly e rapidamente se levanta de onde está sentada.
- "Duquesa...." - a mulher havia expressado ao vê-la parada na entrada do quarto de Stephanie.
- "Você me permitiria falar com Stephanie por um momento?"
- "Mas é claro duquesa...com licença." - ela disse antes de se retirar do quarto.
- "Oi mamãe..." - ela disse se aproximando de Amberly antes de colocar suas mãozinhas no ventre de Amberly. - "Como está meu irmãozinho?"
- "Ele está bem, querida... Tenho uma pequena surpresa pra você." - Amberly disse sentando na beirada da cama da menina.
- "O que é?" - a garotinha pergunta curiosa.
- "Uma carta do seu pai pra você..."
Aquilo era mentira, Alexander não havia enviado nada, mas Amberly não encontrou alternativa melhor do que aquela, depois de ver a tristeza estampada no rosto daquela doce garotinha.
- "Deixe-me ler pra você. Ela chegou junto com uma carta que ele mandou pra mim."
Amberly havia inventado tudo o que uma garotinha gostaria de escutar de seu pai. Ela se imaginou sendo aquela garotinha e o que ela gostaria de escutar. Era algo que devia a essa pequena, não queria mais vê- la chorando, pelo menos até conseguir com que seu pai volte para casa. E se precisasse que Amberly se tornasse invisível para conseguir isso, ela faria.
Logo ela terminou aquela carta com um:
"Você não pode imaginar o quanto sinto sua falta e peço a Deus que em breve possa voltar a Somersham. Prometo que chegarei logo e farei com que minha linha ausência tenha valido a pena... Com todo o meu amor, do seu pai que tanto te ama para minha pequena filha Stephanie."
(...)
Numa manhã de janeiro, finalmente Alexander havia se dignado a voltar pra Somersham. Na verdade sua chegada seria tão breve quanto sua partida.
Sua pequena menina correu para abraçar o seu pai, sem entender que seu pai havia mudado. Não totalmente, pelo menos não com ela. Certamente havia lhe doído tê- la deixado por tanto tempo, mas isso era algo que ele pretendia continuar se mantendo distante.
Amberly o observou sem emitir nenhuma palavra, o silêncio havia sido o suficientemente claro. Ele compreendia com dor que assim como ele, ela não havia conseguido tirá- lo da cabeça.
- "O que acha que está fazendo?" - Anne perguntou entrando em seu escritório, depois que viu ele se isolando naquele lugar, sendo tão indiferente com Amberly.
- "Do que você está dizendo?" - ele disse se virando para encontrar o olhar cheio de reprovação de sua irmã.
- "Do estou falando? Por acaso está com amnésia, irmãozinho?"
- "Explique-se melhor, eu não sou adivinho..." - Alexander disse um pouco irritado, adivinhando para onde estava indo essa conversa com sua irmã.
- "Você acaba de chegar como se não tivesse ido embora por tanto tempo, e ainda por cima finge que está tudo bem, quando não é verdade. Sua esposa tem estado nos mantendo a margem para não preocupar ninguém. E agora você chega, com sua grande pose de cavalheiro e nem sequer se digna a olhá- la por um instante ou perguntar como ela e o bebê estão."
- "Isso não é assunto seu... Amberly sabia o que esperar desse casamento. Que esse seria um casamento por conveniência. E estou fazendo o que um marido em meu lugar faria..."
- "Bem, então destrua a si mesmo e não aos que te rodeiam... Se você ainda não se deu conta, ela te ama. Te ama tanto que prefere fingir que sua indiferença não lhe dói. Amélia morreu há cinco anos atrás, se você ainda não se deu conta. Amberly está viva e te ama..."
- "Chega Anne! Eu já disse que isso não é assunto seu!"
- "É sim... É porque você está a machucando. A machuca quando você segue empenhado a amar um fantasma e a sua lembrança. A machuca quando você não se interessa por seu bem-estar. A machuca quando você a ignora... Quem você acha que é?"
- "Eu sou o marido dela! E me abstenho ao dever que me leva a ser."
- "Ela não te pediu para ter pena e se casar com ela... Foi você que queria uma mãe para Strphanie!"
- "Eu disse que chega! Chega!"
- "Para onde foi aquele homem que me ensinou a valorizar as pessoas?"
A porta do escritório estava entre aberta, e isso permitiu que não apenas Amberly escutasse aquela conversa, mas Stephanie também escutou, já que a pequena estava escondida atrás de uma mesinha que havia ali perto.
- "Eu não a amo... Jamais poderei amá-la. Eu apenas me casei com ela pelo motivo que todos já sabem, porque eu precisava de uma mãe para minha filha e de uma esposa que me desse um filho homem. Você entendeu?"
- "Entendi... Andrew realmente é um homem muito melhor do que você. Mesmo com todo o seu passado, sei que ele jamais se comportaria de uma maneira tão vil como você está fazendo."
Alexander ficou em silêncio. Aquelas palavras foram como uma facada, o ferindo no mais profundo.
- "Feche a porta quando sair... Não vou demorar para partir de novo, eu apenas vim por pouco tempo. Vim pra vê- las, irei voltar pra Londres o mais rápido possível... E ao que se refere a Andrew, eu lhe dei permissão para vim te visitar logo. É mais provável que ele chegue por esses dias... Ele não para de me dizer o quão ansioso que ele está para te tornar em sua esposa."
- "Obrigada pela informação." - Anne disse secamente e saiu do escritório fechando a porta atrás de si.
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AMBERLY - A NOVA DUQUESA DE SOMERSHAM
RomanceLady Amberly Debbington havia se resignado a ser uma solteirona pelo resto de sua vida. Na verdade, ela acabou concordando a comparecer a um baile da alta sociedade de Londres para satisfazer a sua tia, que ainda não havia perdido a esperança de enc...