Capítulo VI

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Um golpe teria sido melhor que aquele comentário que lhe lembrava da promessa que havia feito a si mesmo. Já havia se passado dois meses e Alexander ainda não havia feito nada mais do que se afastar de todos os eventos sociais. Ele não tolerava ser perseguido por tantas mães desesperadas para pegar um bom esposo para suas filhas. Em sua mente só havia um propósito, e se decidia a juntar forças para fazer o que devia fazer, sabia quem era essa mulher sensata.

Era ela quem deveria se converter na mãe de seu pequeno anjo. E a mulher que geraria aquele herdeiro que ele tanto precisava. O futuro Duque Fitzgerald.

(...)

- "Tia não insista, por favor...Não penso em ir a outro baile." - Amberly disse um pouco cansada de tanta insistência.

- "Por que você se nega a possibilidade de que em algum deles você possa encontrar um bom marido?" - Lady Gertrudes perguntou olhando para sua sobrinha ainda sem entender o porquê de tanto pessimismo.

- "Porque sou feliz como estou...Meus pais me asseguraram um futuro cheio de comodidades..."

- "Amberly..." - ela respirou fundo. - "Você não sonha em ter a sua própria família? Ter filhos para encher de amor?"

Aquela pergunta mexeu profundamente com Amberly, desde nova ela sempre sonhou em formar a sua própria família, mas com o passar dos anos aquele sonho se tornou apenas isso, um sonho.

Aos 29 anos, a possibilidade de Amberly formar a sua tão sonhada família, praticamente havia se reduzido a zero. Que homem em plena consciência, escolheria ela como sua esposa quando poderia escolher uma senhorita mais jovem, mais bonita e com a possibilidade maior de poder gerar filhos? O tempo de Amberly já passou e ela já havia se conformado com isso. Era triste, mas essa era a sua realidade.

Antes que Amberly pudesse responder com sinceridade a sua tia, algo a interrompeu.

Quando ela olhou para baixo, viu que era um pequeno cachorrinho branco havia corrido em sua direção. Mas não tinha visto quem eram os seus donos. Até que a presença de alguém que menos esperavam encontrar ali, as deixou imóveis, pela surpresa.

O Duque Fitzgerald, sua irmã mais nova; a senhorita Anne e a sua pequena filha Stephanie aparecerem poucos segundos depois atrás do pequeno cachorrinho.

- "É o Duque..." - Gertrudes sussurrou para sua sobrinha, ainda incrédula.

O Duque se aproximou delas sua irmã e sua filha se aproximaram delas.

- "Senhora... Peço que nos desculpem. Espero que o mascote de minha filha não tenha as assustado."- Alexander disse se desculpando.

- "S-Senhor não nos assustou..." - Lady Gertrudes disse ao mesmo tempo que fazia uma reverência.

- "Snow não morde..." - disse a pequena com um tom doce e envergonhado. - "Ele apenas escapou das minhas mãos quando viu uma mariposa voar..."

- "É um bonito cachorrinho, senhorita...E é muito corajoso por ir atrás de uma mariposa." - Amberly disse ao se colocar na altura daquela pequena menina que começava a olhá- la com certo assombro. Só sua tia Anne havia prestado tal atenção nela, como se ela fosse um adulto.

- "Você acha?" - Stephanie sorriu alegremente.

- "Sim..." - Anne e Amberly disseram ao mesmo tempo.

O Duque ficou observando aquilo, sem saber que era essa a resposta que ele tanto precisava para agir. Em sua mente havia chegado tudo aquilo que havia se prometido fazer e ainda não tinha cumprido. Mas a vida havia lhe proporcionado uma magnifica oportunidade em uma bandeja de prata, bem ali na sua frente.

Depois das apresentações requeridas. Poucos minutos depois, cada um continuou com seu caminhos opostos. Amberly, ainda se sentia um pouco incômoda por aquele encontro inesperado. Alexander, estava surpreso consigo mesmo, ao tê-la observado com tanta determinação, enquanto ela falava com sua filha. Ao menos havia conseguido uma informação para si. Aquela dama iria ao baile na casa do Visconde Harrison junto com sua tia.

- "Eu encontrei uma mãe pra você..." - ele disse a si mesmo enquanto subia na carruagem, observando a sua pequena filha. - "Espero que a senhorita Debbington aceite a minha proposta de casamento. Será apenas um casamento por conveniência. Eu preciso de uma mãe para você, minha filha, e de um herdeiro homem. E ela terá uma oportunidade de deixar de ser solteirona. Que prêmio melhor do que se converter na nova Duquesa Fitzgerald, quando nenhuma outra teria a chance de conseguir?"

E aquilo era uma verdade inegável. Se ela aceitasse, seria apenas um casamento por conveniência, onde os sentimentos não poderiam estar envolvidos.

AMBERLY - A NOVA DUQUESA DE SOMERSHAM Onde histórias criam vida. Descubra agora