Capítulo XXX

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Amberly continuou a caminhar sem saber que estava tão perto da toca do lobo. A morte começava a jogar e mover as suas últimas peças.

- "Ai!" - ela disse ao parar e se encostar em uma árvore mais uma vez, sentindo uma pontada em sua barriga.

Ela começou a ficar preocupada ao se dar conta da intensidade daquela dor.

- "Ai!... Não, agora não, por favor..." - ela se sentiu alarmada ao saber que estava sozinha no meio do nada e ainda por cima de baixo da forte chuva que começava a cair naquela noite. - "Aiii!"

Ela fechou ao seus olhos se sentindo dividida. Pedindo a Deus para que alguém passasse por aquele lugar e a ajudasse. Ela sentia como se algo dentro dela se partia. Ela estava em trabalho de parto. O médico havia lhe advertido que isso aconteceria antes do tempo certo se ela não tomasse cuidado.

- "Boa noite, duquesa..." - Lorde Steven Wallace havia dito em um tom de malícia enquanto sorria se mostrando frio e ao mesmo tempo alegre por aquilo. - "Isso será mais fácil que esperava."

- "Quem é você?" - Amberly perguntou nervosa em meio aquela dor, sentindo que havia visto um ser malévolo.

- "Meu querido primo distante não lhe falou sobre mim?" - disse com cinismo enquanto se aproximava dela e Amberly tentou se afastar, mas era impossível, a dor era muito grande. - "Sou o Lorde Steven Wallace. Não...Não se afaste... Eu vim me assegurar que você suba naquela carruagem que foi preparada pra você."

- "Não irei a lugar nenhum... Com você." - ela ofegou tentando se recuperar de uma nova onde de dor.

- "É melhor que você se comporte bem..." - disse ao tirar uma faca de sua jaqueta. - "Se valoriza a sua vida, é melhor colaborar comigo."

Amberly logo sentiu que ele a tomava pela cintura e colocava aquela faca em seu pescoço, quando ela havia tentado se afastar.

- "É melhor você se comportar bem enquanto nos dirigimos até a carruagem...Excelência." - ele disse com cinismo e ironia.

Na verdade, antes que ela pudesse começar a caminhar, ela sentiu algo dentro dela se romper e de repente, ela sentiu sua bolsa estourar anunciando o que agora era inevitável.

- "Aiiiii!" - ela se recostou um pouco naquele homem por causa da dor, e de repente sentiu o roçar da faça em seu pescoço. Aquela faca também havia lhe feito uma ferida.

Aquele grito de Amberly anunciou a Alexander o quão perto ele se encontrava dela. E com isso, ele sentiu que algo não estava bem.

- "É melhor você caminhar, se não quiser que seu pescoço ganhe uma outra ferida."

- "Eu não... eu não posso me mover." - ela disse com dificuldade.

- "Mas você fará... Ao menos que você queira morrer e levar contigo essa criatura que você carrega. Isso iria me poupar trabalho..." 

Amberly começou a tremer, e não era apenas por aquela chuva fria. Mas era porque sabia que não era o momento certo para o seu filho nascer e muito menos nessas circunstâncias em que ela se encontrava.

A dor incrementou ainda mais o seu medo, enquanto seu coração estremecia em seu peito. Seu filho estava para nascer, e ao mesmo tempo em que estava em perigo, já que ela estava sob poder daquele homem.

Sua mente estava cheio de confusão. Ela desejava gritar com desespero, pedir ajuda mas sabia que não serviria de nada. Ela não havia informado mais ninguém sobre seu paradeiro. Ela estava exausta e não podia fazer nada mais.

Por um segundo, ela conteve a respiração para tentar amenizar a dor e assim caminhar, pois ela sentia que aquele homem estava falando sério.

Ele não teria consideração com ela e nem com aquele bebê que estava a ponto de nascer. Agora ela precisava tanto de Alexander, mas ele se encontrava tão longe para ajudá- la.

O tempo estava contra ela.

O futuro, tal como planejado, começava a carecer de sentido a cada segundo que passava, enquanto as lágrimas banhavam o seu rosto.

- "Solta ela!" - Alexander gritou aparecendo das sombras. - "É a mim quem você quer!"

- "UAU! Que surpresa! Meu querido primo finalmente se dignou a fazer o ato de sua presença!"

- "Solte ela!... Não vou repetir novamente... Você está cercado. Graças a um descuido do seu cúmplice já sabemos de tudo o que você tem planejado."

- "Não sou um idiota... Não vou soltá-la, ainda mais agora que ela é o meu bilhete de saída, priminho..."

Amberly tentou esconder a dor mas dor que ela sentia estava ainda mais forte. Ela sabia que não ia aguentar por muito tempo.

Logo Amberly olhou nos olhos de Alexander como se estivesse se despedindo. Sabia que ela não podia suportar mais e aquele homem não pensava em soltá- la.

- "Sou eu quem você realmente quer... Solte ela! Se quiser machucar alguém, machuque a mim, não ela... Sou eu quem você quer fora do caminho!"

- "Acha que sou bobo?... Sei que se eu a soltar, perderei tudo o que consegui até o momento. Por acaso tem medo de vê- la morrer? Não me diga que você também começou a sentir algo por ela? E eu pensando que você só se importava com a criança que ela carrega no ventre!"

Amberly não deveria morrer. Não... Não deveria morrer.

A antiga arrogância e o que havia acreditado que havia feito pelo bem-estar de ambos, nesse instante, se foi pelo cano. Agora Alexander se odiava por causado todos os erros que havia cometido. Estava disposto a aceitar a dar sua própria vida, devido que havia compreendido que ele realmente a amava mais do que havia imaginado, quando voltou para Somersham.

A sensação de derrota chegou como um golpe violento em seu coração, quando olhou para aquele olhar de seu primo distante. Ele realmente havia perdido o juízo, o ódio e a avareza, era quem o dominava.

Agora Alexander só podia pensar que se ela morresse, sua própria vida não podia vislumbrar nenhuma esperança; estava condenado a vagar com um eterno terror de se encontrar com sua ausência.

- "Não sou idiota... Eu te disse." - ele disse ao tomar Amberly com mais força quando sentiu que ela cambaleava por causa da dor. - "É melhor indo se despedindo de sua duquesa e de seu bebê... Eu vim com um propósito, não sairei daqui sem fazer o que vim fazer..."

AMBERLY - A NOVA DUQUESA DE SOMERSHAM Onde histórias criam vida. Descubra agora