Capítulo XXVI

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Ninguém conseguia descobrir aonde aquela menina havia se escondido. Ninguém, até que Amberly havia sentido uma pontada em seu coração, ao sentir que no fundo ela sabia para onde a menina tinha ido.

A casinha de chá.

Sem nem mesmo falar com ninguém, ela saiu correndo para aquele lugar. Ela se sentia desesperada, ao saber que aquele era um lugar perigoso naquele inverno e ainda mais, quando o gelo ainda não era muito consistente.

Ela corréu o mais rápido que conseguia sem conseguir se deter.

- "Stephanie tenha cuidado!" - Amberly disse quando viu a menina entrar no bote e pegar os remos. - "Saia daí, não é seguro!"

- "Vai embora! Esse lugar não é seu!" - a garota continuava gritando.

- "Eu sei, eu sei! Mas tenha cuidado, o gelo está quebradiço, você pode se machucar!"

- "Não se aproxime de mim!"

Amberly sabia que a menina estava irritada. Aqueles olhos a olhavam de uma maneira tão fria que podia gelar a alma, até mais do que aquele inverno que lhes rodeava.

Stephanie começou a mover os seus bracinhos para fazer com que aqueles remos se moverem também, para ajudá- la a chegar em sua casinha de chá.

A menina estava com tanta raiva por Amberly ter ido até aquele lugar. Stephanie não a queria perto dela.

Amberly se sentia impotente ao observar como aquele barco se movia até aquela casinha. Não queria arriscar ainda mais a segurança daquela pequena menina, já que ela começava a manifestar o quanto a odiava. Não podia reclamar nada, sabendo que ela estava em seu direito. Por sua culpa, por se permitir amar o pai dela, Stephanie estava pagando por aquele terrível erro. Ela poderia ter mantido escondido aquele sentimento que crescia dentro dela. Mas acabou sendo muito burra por pensar que Alexander não havia ouvido ela.

Amberly estava inquieta, não era só o fato da menina se afastar dela, mas a visão daquele pequeno barco que parecia estar instável e Stephanie parecia preocupada.

- "Ahhh...está entrando água!" - a menina gritava em desespero.

- "Não se levante Stephanie, por favor!" - ela dizia aflita.

- "Tem um buraco!... Um buraco!" - Stephanie chorava de tanto medo que ela sentia.

- "Eu vou te ajudar, não se levante!"

Mas o que Stephanie fez foi exatamente o contrário do que Amberly pediu, a menina ficou de pé e o barco começou a se encher de água cada vez mais.

Amberly só pôde assistir quando o barco começou a balançar de um lado para o outro, até que ele tombou para o lado e Stephanie acabou caindo naquelas águas geladas pelo frio do inverno.

- "NÃO!!!" - Amberly gritou aterrorizada por aquilo tudo.

Sem pensar, Amberly se lançou naquelas águas para resgatar a menina sem se preocupar com seu estado. Seu coração se encontrava abatido por tudo aquilo, um nó dentro de seu estômago se formava. Não, ela não podia deixar que nada acontecesse com Stephanie.

Amberly nadou com todas as suas forças até onde a menina estava, sem se importar com o peso que ela sentia sobre si mesma. Ela só conseguia pensar em Stephanie. Naquela menina que só havia ido chorar ali pelo fato de seu pai está longe dela. A deixando sozinha, como se já não a amasse.

- "Já estou chegando, Stephanie!"

Quando Amberly chegou perto o suficiente, ela viu a menina afundar, ela mergulhou e encontrou a menina, a puxou para superfície ao mesmo tempo em que começava a tossir. Amberly começou a nadar arrastando Stephanie até a margem do lago, onde seria mais seguro para ambas.

- "Você esta bem, minha menina?... Você está bem?"

- "Sim..." - a menina disse ao abraçá- la, sentindo aquele temor de ter quase morrido afogada. - "Obrigada. Me perdoa, mamãe..." - ela começou a chorar.

- "Não tenho nada que te perdoar." - Amberly disse acariciando o rosto da menina com aquela ternura maternal. Mas de repente, ela fez uma careta de dor quando sentiu uma pontada em seu ventre.

- "Mamãe...mamãe...você está bem?" - Stephanie perguntou ao vê Amberly fazendo uma careta de dor.

- "Sim... Foi só uma pequena dor."

- "Mamãe..."

- "Ahhh!!!" - ela gritou ao sentir uma pontada ainda mais forte em sua barriga.

A dor que Amberly sentia era muito forte, e ela sabia que isso era devido ao esforço que acabou fazendo. Não, ela não podia sentir aquelas dores antes do tempo. Não... Amberly estava com muito medo com a possibilidade de perder aquele bebê tão desejado.

- "Vamos..." - ela disse tentando se colocar de pé, mas isso se tornou algo impossível.

- "Vou buscar ajuda...Isso é  culpa minha, mamãe. Culpa minha..."

- "Não é sua culpa, querida... Vá buscar sua tia Anne..."

Uma cena mais dramática que a primeira a qual Anne havia vivido, ao ver a sua cunhada se debater por causa daquelas dores. Sua mãe havia mandado chamar o médico e a parteira, para o caso do inevitável acontecesse, que Amberly acabasse perdendo aquele bebê que se formava dentro dela.

AMBERLY - A NOVA DUQUESA DE SOMERSHAM Onde histórias criam vida. Descubra agora