Capítulo XXIII

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Amberly começou a sentir muito mais medo do que havia sentido em toda a sua vida. Ela não podia se permitir morrer naquele lugar, asfixiada pela aquela fumaça, não podia permitir que isso acontecesse com Anne. Não podia deixar que isso acontece esse com seu bebê e sua cunhada.

- "Ninguém vai nos escutar... Estamos pouquinho  distante da casa." - Amberly disse e logo se aproximou de um banquinho que estava perto dela.

Ela pegou o banquinho com as mãos e pediu para Anne se afastar.

- "Você vai acabar se machucando e ao bebê também!" - Anne gritou preocupada por ela está fazendo esforço.

- "Não vou permitir que morramos nesse lugar... Não quando ainda temos razões para continuar vivendo."

Amberly respirou fundo e lentamente tentando manter a cabeça fria. Ela não podia se entregar ao pânico nem se descontrolar. Isso não faria nenhum bem para o seu estado. Ela bateu e empurrou a porta. Havia gritado pedindo ajuda e usado toda força para tentar abrir a porta, ao ver como a fumaça continuava entrando ela quase entrou em desespero quando o medo a consumiu. Todo o esforço que Amberly estava fazendo era inútil. Mas Deus escutou as suas preces quando a porta se abriu de repente.

- "Vocês se encontram bem, senhorita Anne e Duquesa Fitzgerald?" - um dos funcionários da propriedade havia perguntado, pois que foi ele quem havia aberto a porta. - "Parece que Snow estava brincando por aqui, nós o seguimos e vimos que algo estava pegando fogo. Alguém deve ter esquecido alguma lamparina acesa por aqui... Escutamos os seus gritos. Os homens foram buscar água para apagar o fogo. Vamos sair logo daqui."

- "Nós estamos bem... Obrigada." - Anne disse enquanto saiam.

Toda aquela situação e esforço havia feito Amberly começar a se sentir mal e de repente, ela avançou perdendo a consciência.

(...)

- "Onde está Anne?" - Andrew perguntou com o coração na mão quando soube do que aconteceu no jardim de inverno.

Aquilo não parecia acidente por mais que parecesse ser. Dentro de si, ele sentia que alguém havia tentado fazer algum mal a Amberly e a Anne.

- "Ela está com Amberly... Ela acabou perdendo a consciência e estão tentando reanimá- la."

- "Ela está bem?"

- "Mandamos chamar um médico. Estamos preocupadas que todo esse estresse possa fazer mal ao bebê. E o pior é que Alexander não está aqui, ela é sua esposa, ele devia estar aqui presente."

- "A senhora quer que eu envie uma carta o avisando o que aconteceu?"

- "Seria o mais sensato a se fazer. Talvez eu esteja me preocupando desnecessariamente e ela fique bem."

- "De qualquer forma, penso em entrar em contato com ele... Não quero partir pra Londres sem fazer ele saber de tudo isso."

O tempo passou devagar para todos, até que o médico chegou e foi logo examinar Amberly. Anne saiu do quarto deixando Amberly em companhia de sua criada e do medico, ela não queria que o seu nervosismo pudesse atrapalhar o trabalho do médico. Queria que sua cunhada e seu sobrinho ficasse bem.

(...)

Vários minutos depois, e todos que estavam aguardando o médico sair do quarto de Amberly, eles estavam preocupados e aflitos com a demora da Duquesa para começar a reagir. O medico finalmente desce as escadas e vai de encontro Anne, sua mãe e a Andrew que estavam aguardando na sala.

- "Como ela está doutor? Amberly vai ficar bem? E como está o bebê?" - Anne perguntou assim que o médico entrou na sala. Anne achava que a fumaça poderia ter feito mal a Amberly e também ao bebê.

- "O bebê ficará bem, desde que a mãe tome certos cuidados. A Duquesa é uma mulher forte e jovem, mas é necessário que estejam pendentes dela e que levem as minhas instruções ao pé da letra. Agora ela está dormindo. Não se preocupe com o bebê... ele está  bem. Só é necessário que a Duquesa partir de hoje fique um pouco de repouso."

(...)

Quando o amanhecer do dia seguinte chegou, Anne segurou a mão de Amberly; sua irmã postiça, aquela que havia adotado desde que Amberly havia se casado com Alexander, e ela havia decidido que sua cunhada era uma pessoa em quem podia confiar. Durante toda noite, ela não havia conseguido pregar os olhos. Por isso, nesse instante, enquanto o sol entrava pela janela, ela sorriu ao ver a sua cunhada despertar de novo.

- "Amberly, estou aqui..."

Amberly piscou várias vezes até que seus olhos pudessem acostumar com a claridade que entrava pela janela, até que ela olhou desorientada para Anne que ainda segurava a sua mão.

- "Oi... o que você faz aqui?" - Amberly perguntou fracamente para depois começar a ficar nervosa ao lembrar do acontecido na noite anterior.

- "Não precisa ficar assustada." - Anne por fim se permitiu sorrir. - "Você nos deu um bom susto. Mas tanto você e o meu sobrinho estão bem." - ela disse suavemente e quase que instantaneamente Amberly se acalmou e relaxou.

(...)

Esse pequeno susto nem ao menos afetou Alexander. Para ele havia sido apenas um acidente e nada mais. Todos estavam bem, ele não precisava fazer nenhum tipo de alarde. Agora Amberly apenas deveria ficar em repouso para recuperar as forças perdidas. Então não havia motivos para voltar para Somersham.

(...)

Aquele "acidente" havia sido apenas a primeira tentativa de machucar a Duquesa e posteriormente acabar afetando o Duque.

Seu primo, Lorde Steven Wallace tinha o poder sobre suas vidas. E não cansaria até que alcançasse o seu propósito.

Acabar com Amberly e com todas as possibilidades de que ela pudesse dar aquele herdeiro homem à Alexander. E assim, fazer com que a culpa recaia sob Alexander...

AMBERLY - A NOVA DUQUESA DE SOMERSHAM Onde histórias criam vida. Descubra agora