QUATORZE

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-Bom dia—cumprimentei-os, sendo retribuída.

-Bom dia e desculpem-me o atraso—Allan disse entrando, logo após mim, e ficando na nossa frente—Convoquei a todos, porque, nós vamos trabalhar em duplas, e cada dupla vai trabalhar com uma faixa etária, tudo bem?—ele perguntou e eles assentiram, menos eu.

Eu tinha esquecido, desse detalhe das duplas, completamente.

-Não vejam as duplas como algo negativo, trabalhando em dois, as chances do trabalho ser produtivo, é muito maior, e sempre que um faltar o outro estará aqui. Outro ponto, é que tivemos muitas inscrições, então, somente uma pessoa não conseguirá lidar com todos os alunos—Allan explicou e eu realmente não conseguia gostar da ideia, eu sempre trabalhei sozinha.

Assim como poderia dar certo, trabalhar com alguém, também, poderia dar, completamente, errado.

-O sr. é que, vai formar as duplas?—um colega perguntou com dúvida.

-Por favor, somente Allan, e não, eu não vou fazer as duplas, creio que todos aqui são adultos, então, podem escolher, vossos parceiros de trabalho.—Allan disse e eles assentiram começando, a formar as duplas.

Parecia que só eu, era a que estava ficando de fora, porque, eu via todo mundo se juntando. E quando, eu ia conversar com alguém, para sermos duplas, outra pessoa chegava primeiro, e elas acabavam por formar uma dupla.

Eu estava me sentindo uma adolescente, de novo, tendo que fazer duplas para um trabalho de escola. Eu achava isso completamente ridículo, mas por outro lado, eu sabia que seriam vários alunos, e certamente eu não daria conta, sozinha.

Senti alguém atrás de mim e quando me virei, deparei-me com Allan, me olhando.

-Ao que parece, sobrou nós os dois—ele disse com um sorriso de lado, e eu neguei com a cabeça, freneticamente.

-Nem pensar—falei e voltei-me, novamente, para ver se tinha sobrado alguém, e nada, todos já tinham feito suas duplas. Bufei.

Óbvio, que ninguém iria querer trabalhar, comigo.

Sério... qual é o problema de não ter uma mão? Isso, não me faz mais ou menos capacitada que ninguém.

Eu bem que já reparei, em vários olhares tortos nesse lugar. O olhar de julgamento, pairava em mim, quase toda a hora. Porém, lidei com eles por vários anos, não iria me deixar abalar.

Voltei-me para o Allan, com o rosto mais profissional, possíve, e vi ele sorrir.

-Tudo bem, eu consigo lidar com isso—falei mais para mim mesma do que para ele, mesmo ele tendo ouvido.

-Eu também vou amar, trabalhar com você, Ruby—ele disse irónico, se voltando para todos.

-Muito bem, duplas feitas, só falta escolher as faixas etárias, decidam-se com que idade querem trabalhar e me digam.—ele falou para todos e eles começaram a conversar entre si.

-Seria mais fácil, você distribuir—comentei com ele.

-Democracia e direito de escolha, é a base de qualquer instituição, de sucesso—ele retrucou com seu típico sorriso, me fazendo revirar os olhos internamente—então, com que idade você quer trabalhar? Eu lido melhor com os jovens, de 16-18 anos—ele me disse.

-Eu lido com qualquer idade—o que era verdade, eu já trabalhei com pessoas de todas as idades.

-Então, tudo bem por você se ficarmos com os de 16-18?—ele perguntou, querendo minha confirmação.

-Sem problemas—respondi e ele assentiu.

-Todos já escolheram?—ele perguntou e eles assentiram—Ótimo, passem essa prancheta entre vocês e vão assinalando, a opção que escolheram—ele informou entregando a prancheta á uma dupla.

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