Hoje, era domingo, então, era suposto não irmos pro trabalho, mas, teríamos que ir para o MultiArts organizar tudo, porque amanhã seria a competição, no qual eu estava, muito ansiosa.
Nesses últimos dias, andei bastante distraída, e todos daqui de casa já estavam notando, logo, eu resolvi guardar tudo, numa caixinha bem no fundo da minha mente, e pensar em tudo depois, pois, eu tinha muito o que fazer.
Desci as escadas depois de arrumada, e fui em direção á cozinha onde encontrei Jean, minha mãe e tia.
-Dormiu aqui?—perguntei de forma sarcástica, á Jean.
-Engraçada... só cheguei mais cedo para te agilizar—ela respondeu e eu a olhei sorrindo, desconfiada.
-Não, você chegou mais cedo para comer o bolo, da minha mãe...—retruquei e ela revirou os olhos.
-Não consigo resistir—ela disse sorrindo.
-Vamos comer logo então, porque temos muito o que fazer, hoje—avisei e ela assentiu começando a se servir.
-Eu bem que poderia ir com vocês para ajudar, vai que o vosso chefe resolve me levar na viagem, junto—Lacey sugeriu sorrindo, e sentando, á nossa frente.
-Para de ser folgada, Lacey, se bem que, uma passagem para eles deve ser como, comprar uma caneta—Jean comentou alimentando a ideia da Lacey e eu neguei com a cabeça, rindo.
-Não dá ideia para ela Jean. Lacey você até pode ir para ajudar, mas pelo amor de Deus, não vai pedir nada não... essa vergonha eu não quero passar – disse divertida e ela bufou.
-Eu não vou pedir nada, só vou jogar indiretas, e eu vou ajudar também, então... nada mais justo—ela proferiu convencida subindo as escadas, muito provável para trocar de roupa.
-Qualquer coisa a gente finge que nem conhece—Jean disse rindo, me fazendo rir também.
Jean estacionou o carrro e saímos dele, entrando na instituição, onde encontramos alguns professores circulando, pelo local.
-Eu já tinha até me esquecido, de como esse lugar é grande –Lacey comentou, olhando para todo o canto.
Fomos andando, até ver os outros treinadores e professores, sentados nas cadeiras perto da lanchonete e conversando.
-Bom dia gente—chegamos, cumprimentando e eles retribuíram.
-O Allan ainda não chegou?—perguntei notando que ele não estava, e só poderíamos começar depois que ele explicasse, o que iríamos fazer.
Ok, e também, porque tinha sido a primeira pessoa que eu tinha procurado com o olhar.
-Ainda não...o Aaron ligou e disse que, eles já estão a caminho—Peter respondeu e eu assenti.
-Eles moram juntos?—Lacey perguntou, só para eu e Jean ouvir.
-Aaron está morando com ele, por um tempo—Jean contou e Lacey sorriu.
-Imagina acordar e, dar de cara com aqueles dois! Vocês são umas sortudas...—ela exclamou e nós rimos.
-Se você trabalhasse aqui, iria os ver todo o dia, também—falei e ela me olhou, negando com a cabeça e sorrindo.
-Não era desse tipo de sorte que eu estava me referindo, mas tudo bem...—ela disse e saiu andando, indo ter com os outros professores, para se entrosar.
Não duvido nada, dela ficar mais amiga deles do que, eles de nós. Lacey tem esse dom de socialização, impressionante. Se em um ano eu sou capaz de fazer uma amiga, ela faz uma por dia.
-Bom dia, e desculpa a demora... é que teve gente que deixou o café queimar—Allan exclamou olhando para o Aaron, de forma irónica.
-Nem vem colocar a culpa em mim Allan, você é pior que mulher no banho, demora pra caralho—Aaron retrucou, no mesmo tom e ele revirou os olhos.
-Já terminaram? Ótimo, temos muito o que fazer—Jean disse autoritária e, eles se calaraam, aproximando-se, de nós.
-Eu trouxe a Lacey para ajudar, ela não queria ficar em casa—avisei somente para o Allan ouvir e ele assentiu.
-Sem problemas, toda a ajuda, é bem vinda—ele proferiu sorrindo de lado—É o seguinte, as competições de dança, teatro e música, vão acontecer no teatro do MultiArts, os outros vão decorrer no seu espaço de treinamento, mesmo...—ele continuou dando as instruções, e nós concordávamos.
Separámo-nos em grupos e fomos arrumar as coisas. Lacey ficou comigo, para eu garantir que ela não aprontaria, nada.
-Você vai ser jurada?—minha tia perguntou curiosa, enquanto, ela me ajudava arrastar uma mesa.
-Não, o pai do Allan contratou pessoas, para isso—contei e ela assentiu.
-É impressão minha ou, você e o Allan estão, mais amiguinhos?—ela questionou, sorrindo de lado.
-Como assim? Não estamos amiguinhos Lacey, só somos colegas de trabalho—falei tentando fazê-la mudar, de assunto.
-Não sei...vocês não estão se implicando tanto, e eu bem vi uns sorrisinhos—ela afirmou, me olhando de forma perversa.
-Você está imaginando coisas Lacey...vamos arrastar essa mesa, que temos muito o que fazer. Você quis vir, agora vamos trabalhar—falei cortando, o assunto e ela riu.
-Não pense que eu esqueci...—ela exprimiu e eu nem retruquei, para não lhe dar mais oportunidade de falar nisso.
Passamos horas e horas, arrumando tudo no meio de muita brincadeira e bagunça. Nós tínhamos, ficado responsáveis pela quadra de basket e handball, e era muita coisa para arrumar e preparar.
-Lacey, você nunca mais me contou nada, sobre o Mike—exprimi, me lembrando dele.
-Até eu, já tinha me esquecido dele. Ele começou a se apegar demais, e eu sinceramente não quero isso, nunca mais, vou sofrer por causa de homem, nenhum—ela comentou e eu parei, olhando para ela.
-A minha opinião, é que você acha que todo o homem é igual ao Holland, que te vai trair e depois, te largar, sem dar nenhuma satisfação—eu opinei e ela me olhou com uma expressão mais triste.
-Ahh Ruby, o primeiro amor a gente nunca esquece, e é uma desgraça, que meu Deus...eu sigo minha vida curtindo com as pessoas que eu quero, sem me apegar, assim eu não me ferro—ela disse séria, voltando a trabalhar.
-Tudo bem, quem sou eu para julgar, nem consigo ficar perto de um homem, por mais de cinco minutos—comentei e ela me olhou, de forma cuidadosa.
-Seu trauma é diferente, Ruby, você ainda vai achar alguém que vai te amar e te ajudar a superar, tudo isso—ela afirmou, sorrindo para mim.
-Vamos trabalhar, porque estamos demorando muito—falei desviando da conversa, e continuamos a arrumar, as coisas.
Talvez o que ela falou seja verdade, pode até existir esse alguém, mas, eu não pensava muito nisso, porque o receio disso não acontecer, também era uma possibilidade, então, eu preferia nem me iludir, com falsas expectativas.
De qualquer forma, os homens não costumam olhar muito para mim, digo, sentir desejo ou vontade de estar perto. Infelizmente, ainda existem pessoas que acham que, ter algum tipo de deficiência, é ter uma doença.
E isso era uma realidade triste, que nosso mundo ainda enfrentava. Eu acho que só poderemos melhorar quanto pessoa, e deixar essas ideologias de lado, quando cultivarmos respeito e amor, nas nossas vidas.
Votem, comentem, e me sigam por favor.
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AQUA |✔|
RomanceRuby Milburn Uma mulher que teve sua adolescência marcada por um grande trauma. Trauma esse que a persegue até a sua vida adulta e que a impede de fazer o que mais gosta...nadar. Junto com esse trauma, veio também a perda do seu antebraço, que fez c...