TRÊS

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-Não arrumou namorado nesse tempo?—ela perguntou enquanto conversávamos deitadas na minha cama, em plena madrugada.

-Não tenho muito tempo para isso, e eu não me interesso por ninguém, há algum tempo— disse e ela riu.

-Você precisa de aplicativos de pegação, talvez, não sirvam para namorados, mas servem para dar uma aliviada, você parece mentalmente exausta, sexo ajuda—ela disse rindo me fazendo rir e negar com a cabeça.

-Realmente, continua a mesma Lacey—concluí ainda rindo e ela confirmou.

-Vamos dormir, amanhã precisámos sair cedo—ela falou com um sorriso travesso e eu neguei com a cabeça.

-Onde você vai me levar?—perguntei arqueando a sobrancelha.

-Nada demais Ruby, só vou te tirar de casa, e eu chamei a Jean—ela falou se voltando para dormir—Boa noite, cabeça de fogo—ela disse rindo me fazendo batê-la no ombro.

-Não me chame assim—a repreendi mesmo rindo.

Aconcheguei-me perto dela e dormimos abraçadas.

...

-ACORDAAA—ouvi duas pessoas gritando ao pé do meu ouvido me fazendo acordar desorientada.

-O que aconteceu?—perguntei com os olhos arregalados e confusa por ver, Lacey e Jean na minha frente, sorrindo.

-Você parecia uma pedra dormindo, se arrume, vamos sair—Lacey disse me fazendo empurrá-la pelo ombro.

-Vocês não são normais—falei um pouco irritada.

Ninguém gosta de ser acordada, ainda mais desse jeito.

Tomei um banho quente que fez, com que todo o sono e irritação se evadisse. Por não saber aonde íamos, optei por colocar uma calça simples.

-Está pronta?—Jean perguntou entrando no quarto e eu assenti—ótimo, tomamos o pequeno almoço na rua—ela disse me arrastando pela porta do quarto e descendo as escadas.

-Vai trabalhar, mãe?—perguntei-lhe, ao vê-la com sua farda.

-Tenho turno hoje, divirtam-se, e por favor, não coloquem fogo na casa—ela disse com um tom divertido mas tinha verdade na sua exclamação.

-Isso eu não garanto—Lacey respondeu rindo nos fazendo sorrir—Vamos, estou com fome.

Sempre está.

Fomos para o carro da Jean, e fizemos o caminho até Makart's, cantando e rindo das piadas sujas que minha tia contava.

-Vão entrando, vou estacionar o carro—Jean disse e saímos entrando no estabelecimento.

Makart's era o nosso restaurante preferido, pois as pessoas não censuravam Lacey quando ela ria alto ou falava algo sem sentido, muito pelo contrário, os funcionários e os clientes fixos a amavam.

-Bom dia Jonhson, estava com saudades—ela disse ao segurança, logo na entrada.

-Srta. Lacey, bom revê-la—ele retribuiu simpático e eu assenti, o cumprimentando.

Fomos até a nossa mesa de costume, e nos sentamos esperando ser atendidas. Estava bastante movimentado, como de costume.

Jean voltou e se sentou ao meu lado, com a Lacey á nossa frente. Fomos jogando conversa fora até virmos o garçom, se aproximando.

Lacey olhou para mim e para Jean com um sorriso safado nos lábios, e sibilou um "que lindo", voltando-se rapidamente para ver ele vir na nossa direção. Eu, nunca tinha o visto por aqui.

-Boa tarde, desejam algo?—perguntou profissional e sorrindo para nós.

-Seu número e um capuccino—Lacey falou direta, recebendo um sorriso de lado, dele.

-Eu vou querer um pedaço bem grande de bolo e um café, por favor—Jean pediu por sua vez, e ele focou seu olhar em mim esperando-me pedir.

Com os pedidos feitos, ele retirou-se, no mesmo tempo que Lacey encarava a bunda dele.

-Nem eu tenho tudo isso, que pecado—exclamou mordendo os lábios.

-Ele deve ser novo, nunca o tinha visto—pronunciei e ela assentiu.

-Tem cara de universitário, a mim não me importa, nem sou tão velha assim—ela declarou nos fazendo rir.

-Tomara que, quando eu tiver 39 anos, eu tenho sua aparência—Jean exclamou sorrindo para ela.

Realmente, minha tia, parecia ser bem nova, se duvidar, parecia ser até mais nova que eu, só que ela sempre cuidou de si, e graças a isso, hoje já com seus 40 anos, parece ter uma aparência de 20.

Ele voltou com os nossos pedidos, e se retirou novamente. Lacey pegou sua xícara de capuccino, e debaixo dele, tinha um pequeno guardanapo com o número dele.

Não é que ela conseguiu!

-Só não vai quebrar o coração dele—a repreendi, mesmo sorrindo.

-Eu deixo bem claro, minhas intenções—ela respondeu rindo.

Continuamos comendo e jogando conversa fora, rindo e sendo motivo de olhares dos outros clientes.

Saímos do restaurante indo para o carro, e segundo elas, iríamos para o shopping. Eu, sinceramente, não sei para quê, as roupas que eu tenho são o suficiente.

-Retire essa cara de quem quer reclamar e desce do carro—Jean disse e me puxou pelo braço.

-Eu ainda não vi a necessidade, em comprar mais roupas—me posicionei e elas se voltaram para me encarar.

-Trabalho novo, roupas novas—Lacey disse voltando a andar.

-Mas, ainda nem temos a confirmação—complementei óbvia.

-Ainda bem que existe o "se"—ela respondeu eliminando minhas desculpas, para não passar horas escolhendo roupas.

Começamos pelas áreas de roupas mais desportivas, as que eu costumo usar no meu trabalho.

-Pega esses e vai experimentar—ela ordenou me entregando várias peças de roupa e era bem complicado levá-las tendo apenas um braço, mas fui.

Fui andando, e só senti meu corpo caindo no chão e o barulho de várias coisas caindo em cima de mim.

Eu só orava, para que nada tivesse quebrado.

-Eu bem que estranhei, você não ter cometido algum desastre, ainda.—ouvi a voz da Jean divertida e Lacey rindo, bem alto.

Outro fato sobre mim, é a minha habilidade de ser bastante desastrada, não sei como acontece, mas, por vezes deixo cair algo do nada, tropeço no vento e bato a cabeça em alguma coisa. 

Impressionante esse meu dom.

Levantei-me vendo várias roupas e cabides no chão, junto com as que eu carregava para o provador.

-Eu, realmente, não sei como isso aconteceu—falei enquanto colocávamos as roupas nos lugares.

-Ruby, sendo Ruby—Lacey respondeu rindo.

Passamos o dia por lá, comprando roupas e parando para comer algumas vezes. O bom desses momentos com elas, é que eu esquecia qualquer problema, e só me focava em divertir e nada mais.

-Entregues... se tiver alguma novidade sobre o trabalho me diz—Jean disse e eu assenti.

Nos despedimos dela, entrando em seguida em casa, que estava silenciosa, pois, minha mãe estava no hospital.

-Vem, vamos arrumar as roupas—ela falou e na mesma hora, senti meu corpo amolecer de preguiça, pelo tanto de roupas que, tínhamos comprado.

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