-Vamos comer algo, querem vir?—um professora de dança, chegou perto de nós perguntando, e nós assentimos, pegando nossas bolsas.
-Eu já estava com fome, mesmo—Lacey, comentou passando as mãos na barriga.
Fomos andando até a lanchonete, e quando chegamos, vi um senhor se aproximar, com caixas de pizza e refrigerantes.
-Pizza? E a alimentação saudável, foi parar aonde?—questionei divertida.
-Uma vez por mês, não mata ninguém—Aaron disse, começando a comer.
-No seu caso, é uma vez por semana—Allan retrucou, irónico.
-Minha genética é boa, não me deixa engordar—ele retribuiu, num tom convencido.
-E que genética boa—Jean comentou, e felizmente, só eu e a Lacey, que estávamos ao seu lado, tinha escutado.
-Controla esse fogo, Jean—Lacey repreendeu, rindo.—vamos comer, que pizza não mata ninguém, por vezes é mais delicioso, que homens—ela disse em alto e bom som, fazendo todos rirem, e eu ficar vermelha, de vergonha.
-Finge que não conhece, só finge—Jean sussurrou, num tom de riso.
-Ruby, não vai comer, não?—Lacey perguntou, olhando diretamente para mim.
-Ela nem me deixa tentar—falei só para a Jean ouvir e ela riu.
-Allan podemos levá-la na viagem, com ela vai ser bem mais divertido—Aaron pediu rindo, para Allan.
-Você quem deu a ideia, você paga a passagem—Allan retrucou, de forma óbvia.
-Não se preocupa, eu dou um jeito de você ir—Aaron falou para a Lacey, colocando a mão no peito, como que dando sua palavra de honra.
-Olha, nem foi preciso as idiretas...Jean, esse daqui é de ouro—minha tia comentou sorrindo e beijando as pontas dos dedos.
Eu nunca duvidei mesmo. Lacey consegue até passagem para Marte.
Demoramos muito, comendo o "pequeno lanchinho", que quando fomos ver, já estava quase anoitecendo.
-A Brooke, me ligando—Jean disse, apontando para o seu celular—Vou lá atender—ela avisou e saiu, para falar com a irmã.
-Falta muita coisa?—um colega nosso perguntou, diretamente para o Allan.
-Quem já terminou o que tinha que fazer, pode ir, e mais uma vez obrigada, não era a obrigação de vocês—Allan disse agradecendo e, nós assentimos.
Alguns professores, que já tinham terminado de arrumar sua parte, foram indo embora, ficando poucos de nós.
-Preciso ir, senão Brooke vai colocar fogo, naquela cozinha—Jean disse ao voltar, da chamada—vocês vão vir, comigo?—ela perguntou para mim e Lacey.
-Eu não posso, ainda preciso terminar a área de natação—informei e ela assentiu, voltando o olhar pra Lacey.
-Eu tenho que ir, Lauren foi trabalhar, então, eu fiquei de fazer o jantar—Lacey disse, pegando sua bolsa.
-Tudo bem, depois que eu terminar eu pego um trem e vou, já estou acostumada, de qualquer forma—falei, as tranquilizando.
-Ok, mas, avisa quando terminar e, estiver indo pegar o trem—Lacey advertiu e eu assenti, concordando.
-Estamos indo, então—Jean disse, beijou minha bochecha, e saiu andando com a Lacey, em seguida.
Fui para a área de natação para terminar meus afazeres, e eu não parava de imaginar como seria cada momento da competição. Já estava de noite, contudo, amanhã seria a competição, então, não dava para deixar nada, para o dia seguinte.
Quando estava quase terminando, senti passos de alguém entrando no local que eu estava, e eu voltei o rosto, me deparando, com o Allan.
-Pensei que já tivesse ido, já que Jean e sua tia, foram embora—ele comentou, parando do meu lado.
-Tinha que terminar aqui, mas, já estou indo—informei e ele assentiu.—e você?—perguntei querendo saber o que ele estava fazendo ali, já que a área de natação tinha ficado por minha conta.
-Não sabia que você estava aqui, só vim nadar, mesmo—ele respondeu, apontando para a piscina.
-Costuma ficar até de tarde, por aqui nadando?—questionei curiosa.
-Todos os dias—ele respondeu sorrindo, com os olhos presos na água.
Era até palpável o seu amor pela natação, notava-se pela forma que ele fava e olhava a água. Até me dava uma certa nostalgia.
-Eu costumava fazer isso, antigamente—relembrei nostálgica.
-E porquê, não faz mais?—ele perguntou curioso, me olhando.
-Porque foi num dia assim, que eu perdi meu pai, meu braço, e a coragem de nadar—falei sem dar muitos detalhes, mas mesmo assim, relembrar disso me incomodou.
-Eu não sei o que aconteceu com você, mas, eu sei que você ama nadar, Ruby. Porquê você não tenta? Talvez, aos poucos você vá perdendo o medo—ele falou me encorajando, mas, eu não conseguia.
-Melhor não—falei suspirando—Já terminei aqui, estou indo, senão eu perco meu trem—falei arrumando as coisas, dentro da minha bolsa.
-Posso te levar em casa—ele ofereceu e eu neguei com a cabeça.
-Não precisa, pode ir nadar, aproveita essa piscina, por nós dois... nos vemos amanhã—falei, olhando, para a mesma.
-Tem certeza? Está tarde...—ele exprimiu e eu assenti.
-Tenho, não se preocupe—disse e saí andando, sentindo ele me observar mesmo, eu estando de costas.
Saí do MultiArts e a rua estava realmente deserta, então, fui andando apressadamente até a estação de trem, para não o perder e chegar em casa depressa, pois, a fome começou a me atingir, novamente, já que eu não tinha comido muita pizza.
Senti meu celular vibrar, no bolso e, o peguei para ver o que era. Era mensagem da Lacey perguntando se eu já estava voltando, respondi que sim e o guardei novamente, continuando a andar rápido.
Comecei a sentir uma sensação estranha, como se, eu estava sendo seguida, o que me incentivou a andar mais rápido, ainda.
Eu comecei, realmente, a entrar em pânico, a cada vez que eu sentia a sensação, aumentar.
Senti alguém, segurar meu braço com brutalidade, fazendo meu coração disparar.
Votem, comentem, e me sigam, por favor.
VOCÊ ESTÁ LENDO
AQUA |✔|
RomanceRuby Milburn Uma mulher que teve sua adolescência marcada por um grande trauma. Trauma esse que a persegue até a sua vida adulta e que a impede de fazer o que mais gosta...nadar. Junto com esse trauma, veio também a perda do seu antebraço, que fez c...