VINTE E QUATRO

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-Vamos comer algo, querem vir?—um professora de dança, chegou perto de nós perguntando, e nós assentimos, pegando nossas bolsas.

-Eu já estava com fome, mesmo—Lacey, comentou passando as mãos na barriga.

Fomos andando até a lanchonete, e quando chegamos, vi um senhor se aproximar, com caixas de pizza e refrigerantes.

-Pizza? E a alimentação saudável, foi parar aonde?—questionei divertida.

-Uma vez por mês, não mata ninguém—Aaron disse, começando a comer.

-No seu caso, é uma vez por semana—Allan retrucou, irónico.

-Minha genética é boa, não me deixa engordar—ele retribuiu, num tom convencido.

-E que genética boa—Jean comentou, e felizmente, só eu e a Lacey, que estávamos ao seu lado, tinha escutado.

-Controla esse fogo, Jean—Lacey repreendeu, rindo.—vamos comer, que pizza não mata ninguém, por vezes é mais delicioso, que homens—ela disse em alto e bom som, fazendo todos rirem, e eu ficar vermelha, de vergonha.

-Finge que não conhece, só finge—Jean sussurrou, num tom de riso.

-Ruby, não vai comer, não?—Lacey perguntou, olhando diretamente para mim.

-Ela nem me deixa tentar—falei só para a Jean ouvir e ela riu.

-Allan podemos levá-la na viagem, com ela vai ser bem mais divertido—Aaron pediu rindo, para Allan.

-Você quem deu a ideia, você paga a passagem—Allan retrucou, de forma óbvia.

-Não se preocupa, eu dou um jeito de você ir—Aaron falou para a Lacey, colocando a mão no peito, como que dando sua palavra de honra.

-Olha, nem foi preciso as idiretas...Jean, esse daqui é de ouro—minha tia comentou sorrindo e beijando as pontas dos dedos.

Eu nunca duvidei mesmo. Lacey consegue até passagem para Marte.

Demoramos muito, comendo o "pequeno lanchinho", que quando fomos ver, já estava quase anoitecendo.

-A Brooke, me ligando—Jean disse, apontando para o seu celular—Vou lá atender—ela avisou e saiu, para falar com a irmã.

-Falta muita coisa?—um colega nosso perguntou, diretamente para o Allan.

-Quem já terminou o que tinha que fazer, pode ir, e mais uma vez obrigada, não era a obrigação de vocês—Allan disse agradecendo e, nós assentimos.

Alguns professores, que já tinham terminado de arrumar sua parte, foram indo embora, ficando poucos de nós.

-Preciso ir, senão Brooke vai colocar fogo, naquela cozinha—Jean disse ao voltar, da chamada—vocês vão vir, comigo?—ela perguntou para mim e Lacey.

-Eu não posso, ainda preciso terminar a área de natação—informei e ela assentiu, voltando o olhar pra Lacey.

-Eu tenho que ir, Lauren foi trabalhar, então, eu fiquei de fazer o jantar—Lacey disse, pegando sua bolsa.

-Tudo bem, depois que eu terminar eu pego um trem e vou, já estou acostumada, de qualquer forma—falei, as tranquilizando.

-Ok, mas, avisa quando terminar e, estiver indo pegar o trem—Lacey advertiu e eu assenti, concordando.

-Estamos indo, então—Jean disse, beijou minha bochecha, e saiu andando com a Lacey, em seguida.

Fui para a área de natação para terminar meus afazeres, e eu não parava de imaginar como seria cada momento da competição. Já estava de noite, contudo, amanhã seria a competição, então, não dava para deixar nada, para o dia seguinte.

Quando estava quase terminando, senti passos de alguém entrando no local que eu estava, e  eu voltei o rosto, me deparando, com o Allan.

-Pensei que já tivesse ido, já que Jean e sua tia, foram embora—ele comentou, parando do meu lado.

-Tinha que terminar aqui, mas, já estou indo—informei e ele assentiu.—e você?—perguntei querendo saber o que ele estava fazendo ali, já que a área de natação tinha ficado por minha conta.

-Não sabia que você estava aqui, só vim nadar, mesmo—ele respondeu, apontando para a piscina.

-Costuma ficar até de tarde, por aqui nadando?—questionei curiosa.

-Todos os dias—ele respondeu sorrindo, com os olhos presos na água.

Era até palpável o seu amor pela natação, notava-se pela forma que ele fava e olhava a água. Até me dava uma certa nostalgia.

-Eu costumava fazer isso, antigamente—relembrei nostálgica.

-E porquê, não faz mais?—ele perguntou curioso, me olhando.

-Porque foi num dia assim, que eu perdi meu pai, meu braço, e a coragem de nadar—falei sem dar muitos detalhes, mas mesmo assim, relembrar disso me incomodou.

-Eu não sei o que aconteceu com você, mas, eu sei que você ama nadar, Ruby. Porquê você não tenta? Talvez, aos poucos você vá perdendo o medo—ele falou me encorajando, mas, eu não conseguia.

-Melhor não—falei suspirando—Já terminei aqui, estou indo, senão eu perco meu trem—falei arrumando as coisas, dentro da minha bolsa.

-Posso te levar em casa—ele ofereceu e eu neguei com a cabeça.

-Não precisa, pode ir nadar, aproveita essa piscina, por nós dois... nos vemos amanhã—falei, olhando, para a mesma.

-Tem certeza? Está tarde...—ele exprimiu e eu assenti.

-Tenho, não se preocupe—disse e saí andando, sentindo ele me observar mesmo, eu estando de costas.

Saí do MultiArts e a rua estava realmente deserta, então, fui andando apressadamente até a estação de trem, para não o perder e chegar em casa depressa, pois, a fome começou a me atingir, novamente, já que eu não tinha comido muita pizza.

Senti meu celular vibrar, no bolso e, o peguei para ver o que era. Era mensagem da Lacey perguntando se eu já estava voltando, respondi que sim e o guardei novamente, continuando a andar rápido.

Comecei a sentir uma sensação estranha, como se, eu estava sendo seguida, o que me incentivou a andar mais rápido, ainda.

Eu comecei, realmente, a entrar em pânico, a cada vez que eu sentia a sensação, aumentar.

Senti alguém, segurar meu braço com brutalidade, fazendo meu coração disparar.

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