Ao meu lado

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Thomas, 03:00 horas antes do acidente de Lunna •

Desde que cheguei na empresa tento ao máximo não manter contato com Mariah, sei o quanto Lunna deve está incomodada e angustiada só em pensar em Mariah, infelizmente, eu não tenho muito o que fazer. Eu largaria todo esse império pra ter a mulher que eu amo tranquila, sem jogos ou contrato. Casaria de novo, dessa vez numa cerimônia onde só tivesse nós e aqueles que amamos de verdade. Teríamos uma lua de mel, planejaríamos nossa casa, tudo que o casal normal faria, seria um sonho, rapidamente minha realidade bate a porta. Os olhos de Mariah estavam tão vermelhos que chegavam a combinar com a cor de seu blazer rasgado, seu cabelo que sempre andava arrumado em ondas estava completamente desgrenhado como se tivesse sido arrastada por ele.

- Mariah? O que... - Antes que pudesse terminar a frase, o choro tomou conta de toda sala. Estrondoso, barulhento e irritante. O que essa mulher estava aprontando? Metade do escritório tentava espiar o que acontecia.

- Thomas, Thomas. - Ela repetia meu nome seguida vezes entre soluços e lágrimas. Eu realmente não fazia a mínima ideia da merda que estava acontecendo. Antes que pudesse perguntar novamente o que estava acontecendo, meu pai apareceu com o aspecto pesado e de que uma merda muito grande estava acontecendo, os dois segurança atrás seguravam um rapaz que tinha sangue escorrendo no rosto pelo braços.

- Thomas. Eu quero que você tire essa mulher daqui agora. Nem um segundo a mais, nem um segundo a menos. Agora! - Ele gritou dando ênfase, eu me encontrava mais perdido que cego em tiroteio. Antes que pudesse pensar Mariah já me arrastava pelos corredores e sussurrava baixo repetidas vezes "Me tira daqui, me tira daqui" Assim que chegamos no elevador senti Mariah abraçada no meu braço, segurava com tanta força que chegava a me puxar para baixo. Eu não sabia onde levá-la, não podia levar para minha casa, muito menos dela e nem sonhava em levá-la para um hotel. O bar da esquina era a única coisa que podia oferecer. Ela fez o caminho todo em silêncio, só levantava as mãos para limpar as lágrimas que escorriam, assim que chegamos no bar o silêncio entre nós dois prevaleceu durante uns 20 minutos.

- Mariah. Eu não posso ficar aqui que nem um panaca sem saber o que aconteceu. - Não aguentava mais aquele silêncio, por mais que parecesse grosseiro, eu não podia ficar em um bar com a mulher que a minha esposa odiava.

- Aquele homem, ele é meu irmão. É viciado Thomas. Ele invadiu a empresa a minha procura. Gritou até me achar, me agrediu quando disse que não daria dinheiro a ele. Seu pai entrou e ele tentou avançar no seu pai também. Foi horrível Thomas, horrível. - A voz trêmula, as lágrimas que voltaram a cair me fizeram sentir compaixão. Ninguém merecia passar por tamanha crueldade.

Decidi que ficaria ali, até acalma-la e levaria para sua casa. Procurei em meu bolso por meu celular, precisava avisar Lunna antes que soubesse por terceiros, logo percebi que não estava comigo, no meio de toda aquela confusão ele provavelmente acabou ficando na empresa.

- Mariah, pode me emprestar seu telefone? - Ela jogou ele na mesa. Descarregado. Ok. Lunna confia em mim, vai da tudo certo. Daqui a pouco estarei em casa, explico.

Lunna •

Doeu. Eu realmente não conseguia entender como Thomas podia ser tão filha da puta. Eu, dentro de um hospital e ele com aquela mantezinha barata. Respirei fundo, as lágrimas quentes escorriam pelo meu rosto, engoli o choro a seco, não aguentava mais ter que sofrer tanto por Thomas. Eu já tinha que ter entendido que para Thomas isso não passa de um jogo, o prêmio final dele é a quantia bancária e as mulheres que ele vai conseguir comer. Só isso importava para Thomas. Nunca passou de um jogo. Novamente as lágrimas desciam e Carolina suavemente passava a mão pelo meu cabelo.

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⏰ Última atualização: Jun 20, 2020 ⏰

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