Preciso de você.

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Lunna

Depois de todo aquele show no piquenique a situação ficou tensa entre nós dois. Nenhuma palavras só sorrisos forçados, e conversas arrastadas. As vezes ele tentava brincar com alguma fruta ou com algo do tipo tentando acabar com aquele clima mais não deu certo. Quando começou a escurece decidi que queria ir embora, ele acatou o meu pedido. Novamente no caminho nenhum dos dois queria falar, desci do carro sem ao menos me despedir, entrei em casa ignorando meu pai que vinha com seu blá blá blá atrás de mim.

- PORRA EM ESQUECE. Eu já estou sendo obrigada a casar com um cara que odeio! E você vem me encher a porra do saco, só me deixa em paz. - Gritei quando não aguentava mais ouvir todo aquele lenga-lenga. Subi as escadas correndo e fui para o quarto. Fui tirando a roupa pelo caminho e entrei em um banho gelado, eu quero imaginar que a água que escorria pelo meu corpo limpava minha alma também. Eu estava mentindo para todo mundo com esse casamento, me sentia suja. Mas eu precisava fazer isso pro bem da minha mãe.
Assim que terminei meu banho, coloquei meu pijama e deitei na cama pegando meu celular, não queria jantar só ficar quieta no meu canto. Vi algumas mensagens no meu celular mais duas me chamaram atenção.

Thomas e Matheus. Resolvi abrir a de Thomas primeiro.

" Desculpa passarinho. " Sorri ao lembrar do apelido bobo que ele havia me dado e mordi o canto da boca. Sacudi a cabeça, não, não, sem sorrisos bobos por ele.

Logo corri para abrir a mensagem de Matheus.

Matheus: Obrigada pela consideração.
Lunna: Ahn?
Matheus: Por avisar do seu namoro.

Ah não! Matheus deve ter visto aquela merda de revista em algum lugar, eu não contei para ele ainda, que burra. Bati a cabeça no travesseiro três vezes repetindo burra, burra, burra. Matheus é meu melhor amigo, apesar de eu ter a Fê é ele quem me apoia quando preciso, que está comigo em qualquer coisa.

Lunna: Desculpa.. Eu queria te contar, juro que tenho uma explicação para você mas só posso te contar pessoalmente.

E foi assim que eu dormi esperando ele me responder, pena que isso não aconteceu.

Dia seguinte.

Acordei e a primeira coisa que fiz foi olhar meu celular e nada de Matheus. Fui ao banheiro fiz minhas higienes, troquei de roupa e desci. Minha mãe já estava a mesa tagarelando enquanto meu pai lia o jornal.

- Bom dia mamys. - Sorri e ela sorriu de volta.

- Vai sair princesa? - Ela perguntou em olhando de cima a baixo. Confirmei com a cabeça. - Vai encontrar o NAMORADINHO?

- Namoradinho não mãe! - Resmunguei rindo. - Não se fala mais isso mãe. Mas não, vou na casa de um amigo.

Peguei uma maçã na mesa como sempre e as chaves do carro. Sem dirigir uma palavra ao meu pai me despedi de minha mãe e sai de dentro de casa. Liguei o carro e fiz um caminho bem comum para mim. Ao chegar no apartamento comprimentei Jaspa o porteiro ele era super gente boa. Depois de pegar o elevador bati na porta, e ninguém me atendeu. Tenho certeza que é de propósito. Desci tudo novamente.

- Jaspa aqui tem escada de incêndio?

- Sim, mas você sabe é lá fora.

Sai do prédio e vi a escada, que dava em todas as janelas de cada andar. Como não era perigoso, resolvi subir até o quarto andar. Desci a escada para subir na outra escada, seria engraçado se não fosse trágico pensei comigo mesma e ri. Segurei nas barras e subi até o quarto andar, abri a janela e pulei lá dentro.

- LUNNA! Você está maluca?! - Matheus disse me olhando.

- Sabia que você não pode ficar sem me responder, é muito menos sem me atender na porta. Você quer me matar? Você é meu melhor amigo. - Sentei na cama com a cara fechada.

- Eu queria ser seu melhor amigo. - Ele disse fazendo uma careta. - Mas você não me conta nada. Ele sentou virado de costas para mim com a perna cruzada. Fiz o mesmo me apoiando em suas costas com as pensas e braços cruzados.

- Olha.. É uma história longa, tá? Eu não podia contar para ninguém, mas abri minha boça para a Fernanda como sempre, não consigo guardar segredos. - Disse batendo na parede de leve e ele riu baixinho como se quisesse que eu não escutasse. - Eu queria contar antes mas você faltou a faculdade, bem... Tudo começou quando meu irmão morreu. - Suspirei. - Minha mãe entrou em depressão, meu pai começou a sumir com o dinheiro que vinha da empresa.. Você sabe, nos tínhamos tudo e começamos a perder tudo de uma hora para outra como se fosse agua. O patrão do meu pai como você sabe é hiper mega super rico, e seu filho sempre está aprontando, sempre fazendo vergonha ao nome do seu pai. E logo ele irá assumir a empresa, só que seu pai quer um filho responsável, com família, um homem direito, coisa que ele não é. Foi assim que meu pai teve a ideia de me "vender" ele me ofereceu para o patrão dele, para a mídia pensar que o filho dele é o garotinho mais perfeito do mundo que tomou jeito. E é isso. - Disse soltando o ar, eu senti a respiração do Matheus ficar mais rápida é óbvio ele está com raiva.

- Como você pode aceitar isso Lunna? - Ele sussurrou.

- Não tinha jeito, a vida da minha mãe está em jogo. Meu pai ameaçou mata-lá, ele chegou a me da um tapa na cara. - Senti algumas lágrimas cair e Matheus virou limpando as mesma, ele me abraçou. Ele se encostou na parede e eu deitei no meio de suas pernas com a cabeça no seu peito.

- Eu queria matar seu pai.

- Eu também.- Ri baixinho.

- Como você consegue fazer piada com isso? - Ele ri tão de leve, e passa as mãos em meus cabelos.
Eu tento aguentar, mas parece que tudo vem com mais força quando estou perto de Matheus e deixo o choro rolar. Ele tenta me acalmar, mas isso não acontece, a dor só fica mais forte quando lembro das ameaças que minha mãe esta sofrendo perto daquele mostro.

- Faz isso passar Matheus. Por favor, faz passar. - Ele me abraça com mais força, como se tentasse que toda a dor fosse transferida para ele, mas infelizmente isso não acontece.

Casamento ForçadoOnde histórias criam vida. Descubra agora