- Esther, desça daí! Não é seguro e você vai se machucar!
- mamãe, eu só quero pegar o gatinho. Corri em direção ao pequeno animal. Eu queria pega-lo, pois havia dias em que ele estava rondando o nosso quintal e eu não conseguia. O mais perto que cheguei dele, foi aqui.
Um passo em falso e pisei numa telha quebrada, escorreguei e caí do segundo andar. A dor forte na minha cabeça me fez desmaiar, e a queda deixou uma cicatriz grande que vai das costas até parte da coxa, por ter caído sobre uma árvore que tratou de me rasgar. "
Retorno a minha consciência depois de ter essa breve lembrança como sonho, mas parece que a dor ainda não desapareceu ao acordar. Passo a língua entre meus lábios e sinto o gosto do sangue seco. Sinto meu nariz arder e sei que deve estar cortado, assim como meu lábio. Minha garganta está seca e eu preciso ir ao banheiro.
- Ei! Tem algum imbecil me ouvindo?
Grito alto para que me ouçam mesmo estando longe.
Minutos se passam e nada. Eu não consigo enxergar nada, além dos fracos raios de sol que entram pelas fendas da janela de madeira escura. Imagino que ainda seja de manhã.A porta é destrancada e Harry entra por ela, com cabelos bagunçados e roupa de dormir. Me parece confortável, diferente de mim, que estou com o vestido da festa, maquiagem borrada, rosto cortado e com frio.
- não grite desse jeito e nunca, NUNCA, me chame de imbecil, tá ouvindo? Ele aperta minhas bochechas com uma mão só, com força o suficiente pra me causar dor.
- desculpa, eu... Eu só quero um pouco de água e ir ao banheiro. Pode me soltar?
A aparência de bravo do homem a minha frente se desfaz e dá lugar á um sorriso seguido de gargalhada. Ele parece estar surpreso e eu devo ter lhe contado uma ótima piada.
- Não acha mesmo que eu vou te soltar né? Só pode estar brincando.
Ele passa a mão pelos cabelos e se encosta na parede, olhando pra mim tempo o suficiente pra me deixar com medo.- por favor, só quero ir ao banheiro. Minha voz sai baixa, com medo de sua reação. Na verdade eu queria era mandar esse merda ir se foder, mas eu tenho medo de que ele possa me machucar, como o irlandês de merda e o Louis babaca.
- Faça no chão. Ele dá de ombros.
- o quê? Não, eu não posso. Quero ir ao banheiro. Ele é tão cruel a esse ponto?
- Vamos! Faça! Ele grita e eu começo a chorar.
Não entendo o motivo de tanta humilhação. Se querem dinheiro, peçam um resgate logo e me deixem ir. Droga!
- eu disse pra fazer! Harry me dá dois chutes seguidos nas pernas e eu grito de dor.
Ele se afasta e me olha com nojo e ódio. O que foi que eu fiz pra ele?
- vai se foder. Ele murmura e sai do quarto, batendo a porta e me deixando sozinha.
Antes que eu entre em desespero maior, a porta se abre novamente. Fecho os olhos com medo de que seja Harry novamente, mas uma mão toca meu joelho. Eu abro os olhos lentamente encarando Zayn, com sua roupa toda preta e botas.
- ele te machucou? Ele pergunta baixo e olha em direção a porta.
Eu diria que ele está aqui sem a permissão de Harry.- me deu chutes, mas eu tô bem, eu acho. Pode por favor me trazer um copo de água e me levar ao banheiro? Por favor, eu preciso ir muito! Imploro com lágrimas nos olhos.
Zayn passa as mãos pelo rosto em sinal de preocupação e se levanta. Anda de um lado para o outro e vai até a porta. Ele abre a mesma e me olha novamente.- vamos rápido! Ainda é cedo e todos dormem. Harry está no escritório dele e não vai sair logo, só tenta não fazer barulho e por amor á sua vida, não tenta fugir. Ou eu mesmo te dou um tiro na cara, tá entendendo?
Ele levanta a camisa e me mostra o revólver na cintura, parando de soltar a corrente do meu corpo. Logo em seguida ele volta a retirá-la e solta meus pulsos do pano branco. O pano estava tão apertado que deixou uma linha fina em carne viva e um forte vermelho.- wol, isso deve ter doído! Zayn fala encarando meus pulsos.
- um pouco. Essa força não era necessária.
Ele revira os olhos e fica atrás de mim, enquanto me guia para fora do quarto.
- não enche, vai. Ele diz seco e me leva até a terceira porta do corredor, onde é o banheiro.
Quando ele abre a porta, vejo que não tem nenhuma maneira de eu fugir por aqui, pois a báscula é muito pequena para meu corpo passar.
Zayn fecha a porta do lado de fora e eu me apresso em fazer xixi e tomar água da pia do banheiro mesmo. Aproveito para lavar meu rosto e limpar as feridas. Vejo que tenho um corte na parte debaixo do nariz e um corte no lábio. Minha bochecha esquerda está roxa. Filhos da puta!
Abro o pequeno armário embaixo da pia e por pura sorte, encontro um espelho quebrado. Pego um pedaço ponteagudo e enfio no meio do sutiã, com cuidado para não me cortar. Assim que o guardo, abro a porta com lentidão até encontrar o rosto de Zayn me dando passagem pra sair.
Voltamos ao quarto e ele volta a me amarrar e acorrentar. Por piedade ele colocou o pano branco um pouco mais frouxo do que estava, fazendo com que não ficasse em cima da ferida que se formou.
- se perguntarem como esse pano foi parar aí em cima, diga que foi de tanto você tentar se soltar. E o que aconteceu agora, nunca saia daqui! Harry te mataria e me mataria se soubesse disso. Agora vê se não pira hoje e não me enche o saco.
Apenas assinto já me sentindo grata por ele ter me ajudado.
-Zayn! O chamo baixo e ele olha pra trás. Até quando vou ficar aqui?
- olha, gatinha.. eu acho que daqui você não sai viva. Boa sorte.
Ele sai do quarto e me deixa sozinha nesse inferno novamente.
Tudo o que eu queria era estar na minha prisão. Pelo menos estaria no meu quarto, junto com a minha família.
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Angels from hell
Fanfiction"você vai se sentar á mesa e fingir que nada aconteceu. Ninguém precisa saber que acabou de ser fodida como uma cadela". "um dia eu vou te encontrar e você vai pagar por cada ferida no meu corpo. Não vai se esquecer de mim. Eu sou o...