Make you mine

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Estava sentada na rede da varanda, enrolada em um grande cobertor enquanto tomava um chá. Minhas noites não tem sido as melhores desde que falei com Harry pela última vez.

É estranho que sempre que temos uma conversa com um diálogo que dure mais de dez minutos, sempre parece uma despedida. É como se aquela fosse a última decisão que a poderíamos tomar, mas nunca é. Nunca é um adeus. Sempre é um até logo.

Não tem sido tão difícil ignorar minha "relação" com Harry, pois estamos todos muito ocupados. Me surpreendi quando ele marcou presença em todas as aulas de francês com o Zayn. Realmente pensei que ele fosse parar, mas não. Apenas ficou um clima estranho, porém não me tirou a concentração.

Na próxima semana, faremos uma viagem para a França. Precisamos estudar a rotina do alvo e conseguir o máximo de informações que pudermos. Antes de ir, convenci os meninos de que quero ver os meus pais antes.

Mesmo que eu saiba o quanto terei que ouvir, eu quero vê-los. Todos me alertaram sobre eles tentarem me prender lá e coisas assim, mas eu sei que consigo isso.

Ouço o som de um dos carros chegando. Já passa de cinco da manhã. Eu não tenho dúvidas de que seja o Harry. Ele evita estar perto de mim o tempo inteiro, e percebi que nas últimas quatro noites, ele sai antes do jantar e volta de madrugada. Me sinto estúpida por não conseguir dormir enquanto não ouço ele fechar a porta de seu quarto. Sempre fico me perguntando se ele está bem, se não vai sofrer um atentado ou acidente... eu sempre espero por ele.

Posso ouvir o som da tv sendo ligada e decido ir até lá ver o que se passa.
Harry está na cozinha inclinado na geladeira, procurando por algo. O observo parada na porta, sem fazer nenhum barulho.

_ qual foi o imbecil que comeu o meu pudim?

Harry resmunga, me fazendo rir no mesmo instante. Com o susto, ele se levanta e bate a cabeça em uma das grades da geladeira, fazendo com que tudo o que havia nela caísse e se derramasse no chão. Suco, água, iogurtes e leite... Tudo espalhado pelo chão da cozinha, que a pouco estava brilhando.

_ meu Deus, Harry! Jogo o cobertor no chão e rindo caminho até ele para o ajudar.

Ele me encara por um minuto e logo volta sua atenção ao chão, recolhendo os recipientes.

_ o que deu em você? Pergunto enquanto me levanto e coloco a grade no lugar.

_ o que deu em mim? O que deu em você, quer dizer! Olha a hora pra você me aparecer enrolada em um cobertor enorme enquanto me olha escondida.

Me viro para trás e encontro seus olhos raiados de sangue, me encarando. Sua expressão séria quase me convence de que ele realmente pense que eu estava espiando escondida. Eu não estava, oras. . .

Cruzo os braços e empino o nariz para lhe responder.

_ eu não estava te espiando. Já estava acordada ali fora e vim ver quem era o ser irresponsável que sai de casa antes do jantar e volta às cinco, fedendo a álcool.

Harry se levanta e cruza os braços me olhando com um pequeno sorriso perverso.

_ naaah.... Você estava me esperando, não é?
Sinto meu rosto corar e desvio o olhar.

_ não.

Me viro de costas pra ele e volto a arrumar as coisas na geladeira.
Desvio do corpo dele para pegar os recipientes que estão na mesa, onde ele está encostado, ainda com braços cruzados e sorriso abusado. Lindo do caralho....

_ não consegue nem mentir pra mim. Você foi criada pra ser boa, Esther.
Continuo guardando as coisas, tentando não deixar com que ele me afete.

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