Broken trust

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Não vi quando Harry retornou ao quarto. Eu havia adormecido em sua cama logo depois de ele ter saído.
Acordei por volta das sete horas da noite e a casa estava estranhamente silenciosa. Não ouvia os gritos de Zayn jogando, ou Liam resmungando algo como era comum. Harry não estava ao meu lado e isso era estranho. Ele disse que iria dormir, mas não está aqui.

Me levanto e caminho até o banheiro de seu quarto, apenas pra ter certeza de que ele não está aqui. Ao abrir a porta do quarto, caminho devagar pelo corredor, mas paro quando escuto a voz de um dos meninos vindo do escritório do Harry. Me aproximo devagar para escutar, ficando com a orelha encostada na porta.

_ eu preciso de uma solução pra ontem, Niall! Caralho... Ouço Harry nervoso tentando manter o tom de voz baixos, talvez para não me acordar?

_ Harry, não tem como voltar atrás agora. Louis responde e ouço o som de um soco, provavelmente na mesa.

_ eu só quero uma solução... Por Deus! Alguém precisa pensar em algo útil. Não vou deixar isso acontecer.

Todos ficaram quietos e eu começo me perguntar se devo entrar ou sair antes que eles possam descobrir que estou ouvindo a conversa. A verdade é que isso me incomoda muito. Eu sou parte dessa máfia e eles não estão me incluindo.

_ vou voltar atrás. Não tenho escolhas. O tom firme na voz de Harry me tira de meus pensamentos.

_ o quê? Não pode! Harry isso não depende de você apenas. Somos uma equipe. Temos conquistas, temos responsabilidades e temos um nome. Isso acabaria com tudo o que planejamos e voltaríamos a estaca zero.

Liam disse rapidamente, fazendo mais dúvidas em minha mente crescerem.

_ onde está o maldito papel? Ouço a voz do Harry e logo Niall responde.

_ na sua pasta. Não há como mudar isso. O velho vai matar cada um de nós. Mantenha sua palavra e não traia seus verdadeiros amigos. Se lembre que eu te avisei sobre ela.

O som de passos me fez correr para longe da porta. Voltei ao quarto de Harry e me deitei, ficando de costas para a porta. Eu sabia que ele voltaria para ter certeza de que eu não ouvi nada.

Ele confirma minha suspeita, quando poucos minutos depois ouço ele adentrar o quarto. Sinto o peso de seu corpo afundar o lado da cama e logo seus braços me puxam pra perto. Permaneço quieta até ele começar a distribuir beijos sobre meu pescoço.

_ acorda, luz do dia... Sua voz rouca, num tom baixo quase quanto um sussurro, me faz sorri.

Me viro devagar e sorrio pra ele, que imediatamente retribuiu me dando um selinho.

_ vamos descer pra comer agora? ele tira uma mexa de cabelo que caía sobre meu rosto e eu concordo.

Posso ver nitidamente a preocupação em seu rosto. Mesmo que ele não queira me contar, eu sei que é sobre mim. Ele pode ficar irritado e acabar por descontar sua raiva em mim caso eu lhe pegunte, mas posso tentar algo.

Coloco meu braço em volta de seu pescoço e ele deixa um pequeno beijo no mesmo, sorrindo de uma forma fofa.

_ Harry ...
Tento formular uma pergunta, mas não consigo pensar em nada que seja discreto o suficiente. Com a falta de minhas palavras, ele toca meu nariz com a ponta do dedo.

_ se tivéssemos um gato, perguntaria se ele comeu sua língua. Ele brinca e sorri sem mostrar os dentes.

_ na casa temos cinco gatos, Harry.

Digo brincando mesmo que seja real, mas logo o pequeno sorriso de Harry some.

_ eu estava só brincando. Não leve tão a sério. Eu deveria saber que isso deixaria ele incomodado. Um suspiro longo e pesado é deixado por ele, que deita sua cabeça por cima do braço e fecha os olhos. A expressão de irritação continua no rosto.

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