It's a Pleasure

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Nova York, dois dias depois.

  Enquanto espero o elevador descer para o apartamento que minha mãe comprou pra mim, ganho coragem pra ligar ao Harry. Eu sei que a intensão é um tempo, mas talvez ele queira me dizer algo e eu preciso falar que vou mudar o meu número também.
  Disco o número enquanto o elevador desce. Oliver está lá embaixo e vai me ajudar a montar os móveis.

O telefone chama uma, duas, três vezes e nada. Quando cai na caixa postal eu decido que talvez não seja o melhor momento.

  _ o que acha de pintar a parede hoje?  Oliver pergunta assim que me vê. Ele tem um sorriso largo e é bonito. Algumas caixas estão no chão, aos seus pés.
Caminho até ele e o abraço.

_ como você está, Oliver? Pergunto me afastando e olhando ao redor. Se não me engano tem um carrinho de supermercado por aqui e podemos usar para levar todas as caixas de uma só vez lá pro meu apartamento.

_ pode segurar meu celular? Vou ali na recepção perguntar uma coisa. Já volto.

_claro.

Oliver já era um conhecido da família de muitos anos. Os pais dele eram amigos dos meus pais, nós temos quase a mesma idade. Na adolescência nós tivemos que nos afastar porque ele começou a se envolver com coisas que os meus pais não aprovavam. Hoje ele é um cara boa pinta. É negro, alto forte e a voz dele é de encantar qualquer um.

  Quando enfim finalizamos o trabalho, nos jogamos no chão.

_ gostei do laranja. Ele aponta para a única parede colorida.

_ eu também. Viu meu celular?

_ah, eu deixei ali na mesa. Quando você estava na recepção, um cara ligou. Eu não olhei o nome, mas ele parecia bravo.

Merda.

Me levanto rápido do chão e pego o celular. A chamada era do Harry.

_ eu vou indo, Esther. Amanhã passo aqui.

Disco o número do Harry de novo, enquanto Oliver se aproxima e me abraça se despendindo de mim.

_ obrigada por tudo. Digo quando ele está na porta. Ele se vira e acena antes de fechá-la.

"oi, essa é a caixa de recados do Harry. Se eu não atendi é porque não quero. Retorno em breve....ou talvez não. Até mais."

  Ele nunca mais ligou.






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Roma, 24 de agosto. 3 anos e seis meses depois.

Existem conexões que nunca vão se desfazer nas nossas vidas.
Algumas pessoas vão embora, mas a conexão fica, independente de onde ou com quem essa pessoa esteja, ela sempre vai mexer com nossos sentimentos.

  O celular toca sem parar, me deixando irritada. Saio da mesa onde estava e caminho em direção ao outro lado do escritório onde o celular está. Isso me lembra que preciso dar uma bronca em Leyla por me deixar na mão hoje.
Leyla foi a primeira e provavelmente é a única amiga que fiz e confio desde que cheguei em Roma, por volta de um ano atrás. Estive alguns meses por perto, na casa da minha mãe e quando as coisas começaram a desandar, resolvi que não daria pra estar no mesmo país que Harry Styles.

  Desandar seria não nos afastarmos por completo. Não que eu tenha visto ele de novo, mas a única tentativa de nos comunicarmos deu muito errado.

Angels from hell Onde histórias criam vida. Descubra agora