Angels from hell

In nine months ...

Não consigo respirar direito com esse peso no meu estômago. Ao me virar, encontro o braço de Harry em cima de mim. Ele tem a mínima noção de que esse braço pesa?
O dia já amanheceu e posso ver que é um dia bem frio. A janela do quarto de Harry está meio aberta, deixando todo o ar frio entrar. O céu está num azul acinzentado.
Harry está dormindo tranquilamente ainda. Posso notar que toda sua expressão dura desaparece quando ele está dormindo. O fazendo parecer doce e tão vulnerável quanto eu.

A beleza dele não pode ser questionada. O que pode ser questionado e deve ser, é basicamente QUE MERDA ESTAMOS FAZENDO?
Eu fui sequestrada por sua máfia e mantida aqui contra minha vontade por um tempo. Harry já me machucou. Eu não posso simplesmente ignorar isso. Não é como se as poucas vezes que ele fez algo por mim, compensasse as coisas ruins que ele já me fez.

Eu até sinto a necessidade de me levantar agora e tomar um banho e depois comer alguma coisa, mas eu disse ao Harry que estaria aqui quando acordasse.
Passo o dedo indicador sobre a testa dele, justo onde sempre fica marcado por suas expressões tão rígidas. Percorro o caminho com o dedo até a ponta de seu nariz. É possível alguém ter um nariz tão bonito assim, sem precisar de uma cirurgia?

Os olhos verdes finalmente se abrem, com vagareza e sonolência, Harry me olha sem dizer uma única palavra. Suas pupilas dilatam, deixando os olhos com um fino anel verde.

Dizem que quando vemos a pessoa amada, nossas pupilas dilatam. Assim também dizem que quando duas pessoas apaixonadas se olham fixamente nos olhos, seus ritmos cardíacos se sincronizam.

O meu coração está acelerado. O de Harry está também? As minhas pupilas estão dilatas também? Nós estamos apaixonados?

- bom dia, luz do dia. Harry me puxa dos meus pensamentos, me fazendo sorrir imediatamente.

- bom dia, Harry. Minha mão descansa sobre sua bochecha e ele coloca sua mão sobre a minha.

- oh não. Eu te chamei de luz do dia, e você acabou de me chamar de Harry? Não sabia que ele poderia ser tão dramático.

- mas esse é seu nome, não? É impossível deixar de sorrir com uma cena dessas.

- sim, mas agora você pode me chamar de algo que não seja tão... Ele torce o nariz e parece não encontrar a palavra certa.

- ok. Eu posso te chamar de Hazz. Harry sorri e assente. Esse é um bom momento pra falar sobre tudo isso ou é um pouco cedo?

Antes que eu possa me decidir, Harry deixa um beijo em minha testa e sai da cama, indo em direção ao banheiro. Quase me esqueci que hoje ele disse que iríamos ao médico. Assim que a porta se fecha, caminho para fora do quarto e sigo para o meu. Meu banho foi rápido, só não demorei mais porque preciso descer. Vou vestir algo leve para que seja confortável no médico.

Coloco uma calça jeans e uma camisa solta. Calço um tênis preto e as deixo meus cabelos soltos. Por um milagre minha franja está lisa e comportada hoje . Eu, definitivamente, vou obrigar Harry a parar em uma loja para compramos roupas pra mim. Inclusive, eu não tenho nenhum casaco.

Assim que termino de me arrumar, faço o caminho para o quarto do Harry novamente. Ele está em pé de frente ao espelho enquanto arruma seu cabelo. Harry está vestido com moleton perto, calças pretas e botas marrons. Ele coloca um gorro preto e logo puxa a touca do moletom para cobrir sua cabeça.
Entro no quarto e me sento a borda da cama. Harry se vira para me olhar e encara minha roupa.

- ta bonita. Harry analisa todo meu corpo e se fixa em meu rosto.

- Você também. Ele sorri. Eu não tenho nenhum casaco comigo, vou pedir pra Maya.
Me levanto para ir ao encontro de Maya, mas Harry me impede segurando meu braço.