Finally at home

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Acordo com o balanço do carro. Minha visão ainda embaçada se acostuma aos poucos com o ambiente. Estou dentro de um porta malas espaçoso. Sentada de costas e apoiada em algo, com as mãos amarradas. Em algo não... Alguém.

Tento me mexer, mas não consigo. Meus pés estão amarrados.

_ Harry ? Sussurro tentando não chamar a atenção de quem está dirigindo.

Ele se mexe, mas não responde.

_ Harry, é você?

Com a voz baixa, rouca e arrastada ele responde dessa vez.

_ sou eu. Tente falar baixo. Você está bem?

Ele mexe as mãos tentando se soltar, mas nossas mãos estão presas em uma corda apenas.

_ eu tô bem e você? Sussurro de volta.

_ só um pouco de dor no ombro. O dardo ainda está aqui. Precisamos sair, Esther.

_ mas como? Harry, estamos presos.
Ele respira fundo e encosta sua cabeça na minha.

_ preciso alcançar meu pé. Tenho um bisturi na meia.

Eu poderia dizer que estou surpresa, mas não estou.
Harry começa a esfregar os pés. Eu não posso ver, mas ouço o som do atrito.
Depois de alguns minutos de xingamentos, um som não muito alto ecoa.

_,eu consegui, caralho. Esther, precisamos nos mexer. O bisturi caiu na minha frente. Vamos ter que girar até ficarmos com as mãos em cima do bisturi. Assim da pra pra alcançar.

_ tá, vamos logo.

Da forma que Harry sugere, fazemos.

Rodando de uma lado para o outro, Harry  alcança o objeto. Depois de longos minutos as cordas se soltam. Com as mãos agora livres, Harry corta as cordas de seus pés e em seguida os meus.

Assim que ele terminar de cortar, me puxa pra um abraço. Ele se afasta e retira o dardo do seu braço.

_ sinto muito por isso. Vamos sair daqui.

Ele beija minha testa antes de se afastar e olha pela pequena fenda que o encontro das portas fazem.

_ em que tipo de carro estamos? Pergunto ao Harry.

_ eu não sei. Me parece algo como uma ambulância.

Com o balanço do carro, é possível ver que a porta não está bem fechada.

_ preste atenção. Quem quer se seja que está por trás disso, é um iniciante.Teremos que pular do carro em movimento.

Harry me olha com calma enquanto aguarda a minha resposta.

_ mas e se estivermos na avenida?

_ não estamos. Perceba que o carro não para de balançar.
Ele se aproxima e segura minhas mãos.

_ confie em mim dessa vez. Eu prometo que sairemos bem. Apenas me abrace e pulamos no momento em que eu disser. Assim que eu abrir a porta, me abrace, ok?

Apenas assinto.

Harry respira fundo antes de chutar a porta com força. Como o esperado ela se abre. Logo me aproximo de Harry e agarro seu corpo. Lá fora não há nada, além de escuridão. Estamos em uma estrada e em envolta só existem árvores.

_ agora.

Harry aperta meu corpo contra o seu e no mesmo instante o carro diminui a velocidade para parar. Pulamos juntos.

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