Elfo Do Inferno ¡Zurena¡

22. Twenty-two

🦂
...

Instinto de

Sobrevivência.

Macarena

Era muita sacanagem, o que a Zulema estava fazendo, bom, não foi culpa de ninguém estarmos aqui! Na verdade decidimos ficar com ela, decidimos nos entregar, e agora ela não enxerga isso, ta passando a ser a mesma Zulema de alguns anos atrás, a que pensa inteiramente nela mesmo, eu estava puta, muito puta, mas acima de tudo magoada. Mesmo que não demonstrasse, por que isso foi uma das coisas que ela me ensinou, não me demonstrar fraca, mas ainda assim eu sinto que boa parte de mim estar magoada.
E quando Zulema chegou na cela, sem mais nem menos como se nada estivesse acontecido, eu suspirei profundamente, queria realmente saber qual era a dela.
E quando ela falou sobre o tal plano, levantei do beliche indo até ela.

─ Então, fala. ─ Cruzei os braços esperando ela falar de uma vez.

Ela se aproximou, se sentando na cama enquanto olhava para Saray, e para cachinhos.

─ Hanbal com certeza vai dar um jeito em tudo de fora. ─ Zulema falou enquanto mantia a expressão pensativa.
─ Claro.. ele sempre dar um jeitinho pra você. ─ Acabei falando, enquanto via Zulema levantar, lentamente vindo em minha direção ficando frente a frente.

─ Quer saber loira? Eu to cansada de você!

Olhei para ela, surpresa pelo que havia acabado de me falar.
Senti meu coração doer, a dor de uma decepção.
Zulema estava voltando a ser o que era antes, e eu não estava gostando, não estava preparada.

─ Não parecia cansada de mim até umas horas atrás!

─ Gente.. calma, olha todo mundo foi preso, eu sei que é mó tensão nisso... mas tentem ficar calma.─ a Kabila, fala enquanto olhava para nos duas, e Zulema nem ao menos prestou atenção.

─ Fica calma o caralho!─ dessa vez, foi eu que falei, ainda indignada com as palavras da Zulema.  ─ Você é uma doida, que não sabe o que quer.

─ E você? Um pé no saco loira. E se eu fiquei com você, foi porque eu estava entediada. Não se sente entediada? ─ Ela sorrir, sarcástica.

Saray se levanta, ficando entre nós duas.
─ Parou! Parem parem! Não ver que estão perdendo a cabeça? ─ A cigana suspira. ─ Zulema, fala o plano.

Ela assenti, sem deixar de me olhar um momento sequer, mas logo volta a prestar atenção na Saray.

─ Vamos fugir, pelos dutos de ventilação, andei vendo que eles são grandes, e tem por toda parte mas, especialmente o do banheiro, ele vai nos "levar" para fora da prisão. E quando sairmos, precisamos correr, antes que notem nas câmeras ao redor do presídio, pulamos um muro, e bum! Um carro estará a nossa espera. ─ A árabe fala e em seguida sorrir. ─ e eu finalmente vou sair desse buraco.

─ Nós vamos, né? ─ Kabila falou.

─ É é!

Deu de ombros enquanto deitava na cama. Mas ainda não dirigiu nenhuma palavra pra mim.
Eu neguei, em seguida saindo da cela.

Meus olhos estavam lacrimejados, quase chorando, não queria chorar na frente dela, depois do que ela havia acabado de fazer.
Eu me preocupei com ela, me entreguei para ela, e tudo que ela fez foi pisar ainda mais no que a gente até então tinha.
Talvez esse sentimento não era real, era apenas o que eu queria que fosse, Zulema nunca gostou de ninguém, e eu acreditava que eu tinha mudado ela.
A verdade é que Zulema sempre foi um escorpião, e não podemos mudar o que a gente somos, muito menos podemos mudar o sentimentos de alguém.