MEU PRIMO ESTÁ MORTO.

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⚠️ ATENÇÃO! ⚠️

O CAPÍTULO A SEGUIR CONTÉM CENAS FORTES DE VIOLÊNCIA EXPLÍCITA. ASSUNTOS DELICADOS SÃO TRATADOS DURANTE O TEXTO. CASO TENHA ALGUMA SENSIBILIDADE, SUGIRO PULAR AS PARTES EM ESPECIFICIDADE.

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Manhattan - Nova York, 22h45.

Brunna.

PLANTÃO NOTICIÁRIO.

- A polícia de Nova York acaba de encontrar o corpo do ator e roteirista Renato Smith. A perícia está no local colhendo provas, tudo indica que o homem de 31 anos foi assassinado friamente. Funcionários da casa não estavam no local no momento do crime e nada foi captado pelo sistema de segurança. A polícia irá passar o caso ao FBI que assumirá a investigação...

Desligo a televisão inspirando fundo o ar e me levanto da poltrona indo em direção cozinha. Minhas mãos ainda tremiam violentamente enquanto aquelas imagens horríveis surgiam como flash em minha mente. Um arrepio macabro corta meu corpo atingindo em cheio minha espinha, quando aquele rosto reluz em minha memória, me dando a certeza que ainda teria pesadelos horrendos com aquela cena.

Mansão de Renato Smith, duas horas atrás...

- Tem certeza de que não quer ir comigo? - Ele pergunta, colocando a última peça de roupa na mala.

- Tenho, Tinho. Eu não tenho nada a ver com esse mundo de celebridades e com toda certeza só iria te fazer passar vergonha nessa festa.

- Bobagem. - Ele murmura vindo até mim, segurando minhas mãos com delicadeza. - Sabe que se mudar de ideia, basta me ligar, né?

A sobrancelha levantada no final da frase me faz sorrir.

- Sim! - Assinto confirmando minha fala.

- Ótimo! - Ele sorri e então me beija na bochecha. Ternura se sobressai em seu gesto.

Renato se afasta com um brilho nos olhos e suspira pesado. Abraço meu corpo o observando ir até a mala e então ele caminha até a porta. O rapaz me estende a mão e caminhamos juntos até a garagem subterrânea que havia na mansão.

Renatinho é meu primo de terceiro grau. Crescemos juntos na fazendo de meu avô, em Houston no Texas, onde morávamos todos juntos. Nossa família sempre fez questão de manter os laços estreitos. Meu avô era um famoso fazendeiro na região e tinha milhares de terras espalhadas pelo Estado. Eu nunca fui tão ambiciosa quanto meu primo sobre o futuro, fui criada em família tradicional aonde aprendemos que mulheres devem primeiro ter conhecimentos sobre a casa e filhos e depois, talvez um dia, poderíamos nos aventurar a fazer algo da vida.

Renatinho sempre foi diferente de todos. Desde criança ele sonhava em ser um grande ator de cinema, estar sempre nos holofotes da mídia e acumular diversas riquezas. Foi ele quem me "desvirtuou" dos caminhos que minha mãe tanto demorou a me colocar na cabeça.

Assim que ingressou no teatro local, já logo foi chamado pra uma audição em Nova York pra estrear uma peça na Broadway. A família toda foi contra no início, mas ele bateu o pé insistindo e não tiveram como pará-lo. Aos poucos foi ganhando mais visibilidade e quando seu primeiro filme foi lançando, o tendo como ator secundário, vi nos olhos de minha família o brilho flamejante do orgulho. Logo após isso resolvi ter uma conversa definitiva com meus pais sobre meu futuro e, tamanha foi minha surpresa quando Jorge concordou em me deixar vir para a cidade que nunca dorme.

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