Eu aceito a sua proposta

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Depois de ser chamado pela quinta vez para atender diferentes tipos de paciente, Alec finalmente teve tempo para tomar um café. Ele se sentou em uma das mesas vazias do imenso refeitório e bebeu do copo que havia pegado. Sua cabeça ainda doía e o estômago ainda estava embrulhado, mas nada que o impedisse de trabalhar. 

  - Alec - Ele ouviu a voz de Catarina e um momento depois ela estava sentada à sua frente - Jia quer todos nós reunidos na sala trezentos e dois. 

  - Todos? - Alec franziu o cenho - Por quê? 

  - Se eu soubesse, você também já saberia - Ela ergueu uma sobrancelha para ele e pegou o copo que ele segurava. 

  - Então vamos - Os dois se levantaram e saíram do refeitório. 

  - Só faltava vocês dois - Jia os cumprimentou com um aceno assim que eles entraram na sala minutos depois. 

Alec e Catarina se posicionaram mais ao fundo ao perceberem que Jia iria explicar o motivo de ter reunido todos eles, ou quase todos. 

A mulher gerenciava o hospital a pouco mais de três anos e Alec não tinha do que reclamar, se ela tinha reunido todos ali, devia ser importante. 

  - Eu sei que muitos de vocês estão se perguntado o motivo de estarem aqui mas eu garanto que é por uma boa razão - As pessoas diminuíram o tom de voz à medida que Jia explicava - Uma grande amiga veio até mim esta tarde e me fez um pedido, e em consideração a ela eu resolvi ceder um de vocês para trabalhar meio período na casa dela e meio período aqui. O salário permanecerá inalterado, vocês ganharão metade dele aqui e a outra metade lá. Alguém tem alguma objeção? 

Alec percebeu que Catarina estava tão surpresa quanto ele. 

  - Você sairia daqui para trabalhar em outro lugar? - Alec perguntou observando os olhos castanhos da amiga. 

  - Não sei, eu teria que pensar. E você? - Ela o encarou de volta. 

  - Também não sei. - Os dois ficaram em silêncio por um tempo. 

As portas se abriram e uma mulher de cabelos negros entrou, Alec supôs que ela tivesse pouco mais de trinta anos. Os ombros esticados e a cabeça erguida indicavam que ela não era fácil de lidar. Um homem grisalho e de terno estava logo atrás dela e para a surpresa de Alec... 

  - Aquela ali não é a Clary? - Catarina sussurrou. 

  - Sim, é ela. - Alec sussurrou de volta. Eles dois observaram enquanto os três conversavam com Jia, e após alguns instantes o homem se aproximou das pessoas reunidas e comentou algo em voz baixa que as fez iniciar uma fila lateral. 

  - Em fila, por favor - O tom de voz dele era baixo porém firme. Alec se alinhou com a pessoa ao lado e Catarina fez o mesmo, e quando todos estavam perfeitamente organizados, a mulher passou observando um a um minuciosamente. Ela parecia um general analisando seus soldados. 

  - Quantos anos você tem? - A mulher parou à sua frente. 

  - Vinte e dois - Alec a olhou nos olhos e percebeu que eles eram de um verde intenso. Algo nela era familiar, mas ele ainda não sabia definir o que.  

  - Tudo bem - Ela passou e fez a mesma pergunta a Catarina. Clary acenou discretamente de onde estava. Não demorou muito mais até ela terminar de olhar todos.

  - Você, Alexander Lightwood. Venha até aqui - Seu nome soava estranho no sotaque inglês da mulher misteriosa. Alec se aproximou - Gostaria de trabalhar para mim? 

Direta.

  - Eu... bem, preciso pensar - Alec torceu as mãos nervosamente. 

  - Você precisa pensar por falta de informações ou por motivos pessoais? 

É recíproco (Malec) Onde histórias criam vida. Descubra agora