Bridget

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Alec se remexeu talvez pela vigésima vez, havia despertado pouco depois das três da manhã. Pensou em tomar um copo d'água, talvez o ajudasse a dormir, talvez Magnus... balançou a cabeça para espantar os pensamentos.

Ele seguiu silenciosamente pela escada de mármore até a cozinha, como na noite anterior, estava banhada em sombras. Caminhou até a geladeira e se serviu de água. Quando se virou percebeu que estava sozinho.

Alec se sentou no mesmo banco alto que havia sentado noite passada e bebeu a água lentamente. Nenhum sinal de que alguém apareceria.

Isso é ridículo.

Suspirou se levantando e despejando o resto da água na pia, depois de guardar o copo, voltou para o corredor que dava nas escadas. Após passar pelas amplas janelas de vidro que permitiam que a luz do luar adentrasse o cômodo, teve a impressão de ter visto uma sombra passar rapidamente do lado de fora.

Sabia que podia estar vendo coisas ou talvez fosse apenas um galho de árvore, mas Alec abriu a porta o mais silenciosamente possível e saiu para a noite fria do jardim.

Lá estava ele, não muito distante, encostado desleixadamente em uma árvore, parecia segurar alguma coisa na mão direita, Alec não conseguiu discernir o que era por causa da escuridão. Enquanto se aproximava, tentou se convencer de que o que o movia era a preocupação por Magnus não estar dormindo.

- Faz muito tempo? - Alec se aproximou e soprou as mãos.

- O quê? - Magnus parecia um pouco desorientado.

- Que você está aqui, faz muito tempo?

- Desde as duas da manhã. - Ele encostou a cabeça na árvore e levou o cigarro à boca. Pelo cheiro, era maconha.

Magnus soprou a fumaça para cima e fechou os olhos.

- Por que está fumando? - Alec retirou o cigarro de sua mão, o que fez o outro entreabrir um dos olhos.

- Achei que me ajudaria a... - Magnus parou de falar ao perceber que Alexander tragava. - relaxar.

- Ajudou? - Alec soprou a fumaça em círculos perfeitos.

Magnus ergueu uma sobrancelha, o que fez Alec dar de ombros e passar o cigarro de volta.

- Faculdade.

Magnus sorriu e falou:

- Não muito. Apenas me trouxe lembranças.

- Da noivinha? - Alec praticamente tomou o cigarro de Magnus que riu, quase alto demais.

- Não somente dela, tenho ótimas lembranças de você, de nós dois.

- Nós... - Alec parou de falar apenas para soprar a fumaça para o alto. - Não vamos falar nisso.

- Eu preciso disso mais do que você. - Magnus pegou o cigarro de volta e tragou até não restar mais quase nada. - Não sente saudades de mim? Nem um pouco? - Falou depois de um tempo.

Alec sabia que se não fosse pela maconha ele não estaria falando tão abertamente. Magnus costumava esconder seus verdadeiros sentimentos.

- Eu sinto, tanto que chega a doer, tanto que me faz sentir raiva. - Alec não sabia o motivo de estar sendo tão sincero, talvez por Magnus não estar em seu juízo perfeito.

- Então fica comigo! - Magnus exclamou. - Só comigo e mais ninguém. Eu não suporto a forma como Mark te olha, porque eu olho para você do mesmo jeito, te desejo do mesmo jeito, mais até. Eu sinto ciúmes até quando você sorri para ele porque... Eu não consigo te fazer sorrir assim.

É recíproco (Malec) Onde histórias criam vida. Descubra agora