Vai dormir

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Eu sei que demorei, mas antes tarde do que nunca kkkkkk
❤️

Eu sei que demorei, mas antes tarde do que nunca kkkkkk ❤️

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Passava das dez da noite e Alec jantava com Josephine. Um silêncio tenso pairava no ar. Magnus não tinha retornado as ligações ou aparecido para o jantar.
  - Bom, não é mesmo? - Alec comentou se referindo à comida, tentando quebrar o silêncio.
  - Sim, - Josephine acenou positivamente. - Sophie sempre se supera.
Ela olhou por um momento para o enfermeiro.
  - Eu não tenho palavras para me desculpar pela ausência de Magnus.
Alec negou freneticamente com a cabeça.
  - Você não precisa se desculpar pela falta de compromisso daquele idiota.
Silêncio.
Então Josephine o olhou.
E Alec empalideceu imediatamente sob todo aquele olhar chocado e analítico.
  - Q-Quer dizer... Foi idiotice da parte dele deixar a nós dois esperando aqui, sem notícias. Deselegante, eu diria. - Completou com afobação tentando amenizar o peso de suas palavras impensadas.
Josephine o observou por mais um instante antes de esboçar um pequeno sorriso e voltar a comer.
  - Realmente, foi.
Alec quase suspirou e se concentrou em não esgasgar com o desconforto que sentia naquele momento.
Ragnor adentrou a sala de estar com certa agitação.
  - Senhora
Josephine ergueu a cabeça para olhá-lo e pousou os talheres com calma em seu prato.
  - Não devia estar na companhia de Raphael, Ragnor, jantando? - Ela gesticulou vagarosamente. - Ou fazendo qualquer outra coisa?
Ragnor desviou os olhos por um instante parecendo constrangido.
  - Sim, normalmente eu faço minhas refeições na companhia do Santi...
  - Você não vai começar a falar de tudo o que faz apenas para dizer que eu estou aqui, vai? - Mark surgiu por detrás do mordomo.
Ragnor o encarou com uma carranca.
  - Eu ia apenas esclarecer que...
  - Ragg...! - Raphael Santiago cantarolou do corredor. - Ouw! Por Díos. - Exclamou assim que os viu.
  - Pois é. - Alec riu, pela primeira vez na noite.
  - Eu peço desculpas. - O latino se desculpou com um sorriso tímido. - Não sabia que vocês... Estavam aqui.
Josephine suspirou e voltou os olhos para o mordomo.
  - Mark é nosso convidado Ragnor, pode voltar para a sua refeição. - Comentou em tom entediado.
  - Mas senhora... - Retrucou, nervoso. - Eu não fui informado de nenhum...
  - Ela disse que ele é um convidado, Ragnor - Raphael o interrompeu com uma mão em seu braço. - Vamos.
  - Mas Rapha - Ragnor tentou argumentar com o amigo.
  - Leve-o daqui, Raphael, está tudo certo. - A patroa os dispensou.
  - Sim, senhora. - Raphael sorriu e praticamente arrastou o outro dali.
Alec ainda sorria da situação dos colegas de trabalho, isso até lembrar que Mark provavelmente estava ali para encontrá-lo, e aquilo não podia ter acontecido em um momento mais inoportuno. Por Deus, ele iria enlouquecer.
  - Sente-se - Josephine gesticulou para um lugar vago. - Vai ficar de pé a noite toda? - Ela murmurou e voltou a pegar seus talheres.
O loiro se sentou um tanto constrangido.
  - Eu... Não vim para o jantar, apenas queria...
  - Eu sei o que você quer - Sua sogra não levantou os olhos do prato ao murmurar. - Mas não é de bom tom sentar com o anfitrião e não partilhar da comida que ele oferece.
Mark riu.
  - Eu realmente não quero incomodar...
Um momento depois Camille desfilou sala adentro em seu uniforme justo e uma bandeja de prata nas mãos. O prato estava feito com tudo o que eles estavam comendo.
  - Coma. - Josephine falou firmemente olhando nos olhos de seu jovem funcionário.
Mark engoliu em seco e se empertigou.
  - Sim, senhora.
Alec olhou rapidamente de um para o outro e por muito pouco não explodiu em risadas pela óbvia intimidação da patroa para com o paisagista. Há não muito tempo o enfermeiro estaria na mesma situação que o colega, talvez por ironia do destino, ele havia ficado muito próximo da mulher que agora considerava uma mãe e sogra também, além de amiga.
Camille os deixou e Alec por pouco não revirou os olhos para as costas dela.
Oferecida.
Ele ruminou consigo mesmo.
  - Vocês estão namorando? - Josephine questionou, à queima roupa.
Alec se engasgou, ele não pôde evitar dessa vez.
Mark estava fora de sua cadeira com um copo de água estendido em sua direção antes que pudesse gesticular avisando que estava tudo bem.
  - Tudo bem? - O loiro questionou o oferecendo o copo com água.
  - Sim - Alec conseguiu balbuciar antes de tossir mais uma vez e aceitar.
  - Eu fui indelicada? - O enfermeiro olhou para a sogra que comia imperturbada.
  - Indiscreta; e sim, você foi. - Resmungou e respirou fundo, tomando a água de uma vez só.
Mark voltou para sua cadeira com um sorrisinho.
  - É a impressão que dá. - Olhou de um para o outro como se eles não pudessem culpa-la por pensar assim. Alec concordava.
  - Eu te disse mais cedo, não estamos namorando. - O enfermeiro esclareceu novamente. - Nós saímos algumas vezes e...
  - E foi isso. - Mark completou com o que parecia um sorriso triste.
Alec o olhou com pesar.
  - Vamos conversar, sim? - Tocou a mão do colega. - Assim que o jantar terminar.
  - Eu posso me recolher mais cedo - Josephine murmurou bebericando do vinho. - Não é como se eu tivesse mesmo algum assunto urgente para resolver por aqui.
Alec se virou para ela.
  - Mas eu quero falar com você. - Balbuciou preocupado. - Estava esperando que Magnus chegasse para... - Se interrompeu, se dando conta do que ia falar.
Josephine o fitou.
  - Magnus não trata de demissões, Alexander.
Os olhos de Alec saltaram.
  - Eu não... Eu não ia pedir...
  - Que outro assunto pode ser então? - Josephine mexeu o líquido dourado na taça de cristal e o encarou. - Para ser tratado com o meu filho aqui?
O jovem pressionou os lábios.
  - É... bobagem. - Desviou os olhos e olhou para o próprio prato.
Mark o encarava com atenção, sentado ao lado.
A mulher o observou por mais um instante, uma espécie de diversão fria pairava no rosto dela.
  - Muito bem - A anfitriã levantou. - Ótima refeição - Olhou de um para o outro. - Ótimos convidados. - Se inclinou em uma pequena reverência para eles.
Mark sorriu com diversão.
  - Se não se importam, eu vou me recolher. Uma boa noite aos dois.
  - Jo, mas... - Alec levantou, afobado. - Nem pedimos a sobremesa, você não quer...
Ela o interrompeu com um aceno de mão cortante.
  - Não. Dê atenção ao seu acompanhante - Piscou para o loiro. - Ele precisa mais da sua atenção nesse momento do que eu.
Alec caiu de volta na cadeira, arrasado e constrangido.
  - Boa noite, rapazes.
  - Boa noite. - Ambos desejaram de volta. Alec um pouco mais desanimado.
Josephine se afastou.
  - Dois jovens terrivelmente atraentes na minha sala de jantar, e eu duas décadas mais velha que eles... - Resmungou para si mesma.
Mark pareceu não se conter e gargalhou. E Alexander riu por toda a tensão que os envolveu aquela noite.

É recíproco (Malec) Onde histórias criam vida. Descubra agora